quarta-feira, 9 de maio de 2007

No quarto de dormir, degustando: vinho&música e sensações...


...Após nosso telefonema, fiquei de olhos fechados, pensando, ainda te ouvindo, comungando comigo mesma em meu silêncio, a graça e a beleza de estar viva. O meu quarto estava na penumbra, gosto de pouca luz quando preciso pensar e quando estou sentindo. Direcionei-me rumo à cozinha, abri um "botticelli", despejei uma quantidade generosa numa taça de cristal, preparei uma pequena travessa com queijo provolone e peito de peru fatiado, voltei ao meu quarto, pus um cd da Billie Holiday, a música: “Speak Low” e levantei um brinde a nós: Tim! Tim! E estou sorvendo-os com vagar, em pequenos goles... Eis-me aqui outra vez tentando descrever o que me permeia a alma, não é uma tarefa fácil... Como uma dançarina de "dança do ventre" venho tirando um a um os véus que encobrem minha alma... E aos poucos me digo pra vc, quem sou, como sou... Não sou uma Salomé, ou serei quem sabe? Mas o João Batista que busco, não virá apenas em cabeça numa salva de prata. Quero-o sim, a partir dela, mas tb quero o resto que a/o compõe...
Ratifico a quão deliciosa e tranqüila é vossa companhia, certamente gostando do verbo como gostamos, dou aqui boas risadas de satisfação, porque ficou muito claro o quanto nós nos atropelávamos na vontade de nos dizermos um ao outro, da necessidade que tínhamos/temos de nos fazer conhecido(s), e interferíamos no fluxo seminal e transbordante dos nossos pensamentos. Gosto disso... Gosto do frêmito e do desejo que me causas, gosto da nossa troca intelectual (acredito plenamente na nossa dialética), gosto da tua forma de observar e sentir o mundo. Gosto também da espera, da espera do teu próximo e-mail e que mistérios cairão por terra a partir dele, ou que mistérios trarão. Gosto de não saber o que esperar...
Mas ao mesmo tempo sei que espero o melhor: você em cada linha digitada, porque ali é teu pensamento cristalizado nessa codificação que consigo decifrar. Gosto das possibilidades que estamos criando pra nós... Me dá uma sensação de construção, de conquista, de maturidade e sobretudo de incertezas. Incongruente? Sim, incongruente, porque ao mesmo tempo em que consigo perceber tudo isso, percebo também a pontinha de medo que habita dentro de ti. Gosto disso. Não sou e nem gostaria de ser cheia de certezas... Opto pela incerteza sempre que possível, porque ela me mantém nessa condição de eterna investidora e guardiã do que me é caro... Assim como minha franqueza é surpreendente a sua também é. Adoro sua humanidade, sua fragilidade e sua condição de meramente humano, que é também a minha.O caminho já sabemos, resta agora respeitar as vontades.Te espero:Meu beijo terno, até quando queiras...

4 comentários:

  1. Val, tô me corroendo de ciúmes.

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  2. Vc bebeu soda cáustica foi? Hehehehehehe...Fique não, eu nem tenho de vc...0=) Smack!

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  3. Hum... então aconteceu mesmo... Fico feliz. E sim: mantenha-se sempre guardiã. Linda, loira, mas guardiã. É preciso preservar os bons sentimentos.

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  4. A vida está sempre acontecendo...Nós é que "desacontecemos"...Às vezes...0=)) Smack!!!

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Prazer tê-lo/a no Canto, obrigada pela delicadeza de dispor do seu tempo lendo-me. Seja bem-vindo/a!

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