Sylvia Plath
imagem colhida na internet - desconheço a autoria
era como se a vida tivesse parado
fixada num tempo
que não se movia
nada se movia
não havia transição
sinal de avanço
passagem
ou transformação
não havia nada
a não ser o nada que havia
e a ambiguidade de um relativo silêncio
que tudo falava mas nada dizia
a vida reduzida a um amontoado de palavras
que de novas não tinham nada
todas elas desgastadas
usadas, apagas e reescritas milhões de vezes
não tinha nenhum sonho
nenhum retalho de poesia para costurar
linha para cerzir
também não existia
mas sobravam: saudade, ilusão e melancolia