Canto da Boca
sábado, 25 de março de 2023
b17
quinta-feira, 23 de março de 2023
bebe-te a ti mesmo
"Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,ando debaixo da pele e sacudo os sonhos"
Murilo Mendes em Cantiga de Malazarte
terça-feira, 21 de março de 2023
não entendo de pássaros
Alexandre O’Neill, in De Ombro na Ombreira, 1969
domingo, 26 de fevereiro de 2023
da cor do girassol
"Eu tenho um pouco de girassol".
quinta-feira, 1 de dezembro de 2022
no núcleo da palavra saudade
- Meu Deus!
- Meu Deus!
Corri os ouvidos pelo o silencio
Ampliei a angular dos olhos
E não vi ninguém
Não havia nada para ver
Além da rua e da pista molhada
As casas fechadas
E as luzes apagadas
Percebi então
Que aquele grito gutural
Saído da quietude noturna
Rasgou meu útero
Tomou corpo
E em carne viva partiu
A clamar pela cidade
Vagando na neblina
A indagar em cada esquina
Quem és
Por que se escondes
No núcleo da palavra saudade?
Olinda I - XII - MMXXII
Oswaldo Montenegro, Aquela coisa toda
terça-feira, 7 de junho de 2022
rosé
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2022
imóvel
fixada num tempo
que não se movia
nada se movia
não havia transição
sinal de avanço
passagem
ou transformação
não havia nada
a não ser o nada que havia
e a ambiguidade de um relativo silêncio
que tudo falava mas nada dizia
a vida reduzida a um amontoado de palavras
que de novas não tinham nada
todas elas desgastadas
usadas, apagas e reescritas milhões de vezes
não tinha nenhum sonho
nenhum retalho de poesia para costurar
linha para cerzir
também não existia
mas sobravam: saudade, ilusão e melancolia
terça-feira, 11 de janeiro de 2022
avassalador
a vida inteira nesse instante agora
quarta-feira, 10 de novembro de 2021
prolongada hora do ocaso
teu nome é um segredo que carrego entre os dentes
mastigo a tua ausência todos os dias
engulo quilômetros de desejos
fincando as marcas do tempo nos grãos de areia
que se dissipam com a luz do sol
teu cheiro é uma cobiça que carrego embrulhado entre as
pálpebras
que se desdobra e se espalha a cada bater dos cílios
espreitando o lençol rugoso das águas agitadas do mar
revelando o insensato gesto de oblivion
tua voz chega como um animal selvagem
que se debate entre os fios
dos meus cabelos
como um bicho enfurecido recém-capturado
e eu prisioneira das vontades tantas
transito entre as feras da paixão e da saudade
que me devoram por dentro e por fora nesta prolongada hora
do ocaso
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O., X – XI- MMXXI
terça-feira, 14 de setembro de 2021
intransponível
segunda-feira, 28 de junho de 2021
o outro lado do mundo
b17
Os cães não ladraram os anjos adormeceram a lua se escondeu. Dina Salústio em Apanhar é ruim demais imagem colhida na internet, d...

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(imagem recolhida da net) Enquanto atravesso meus temporais não sabes dos meus ais das minhas solidões dos meus sins, meus nãos nossos olho...
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Os cães não ladraram os anjos adormeceram a lua se escondeu. Dina Salústio em Apanhar é ruim demais imagem colhida na internet, d...