"Que fazemos, Lisboa, os dois, aqui,
na terra onde nasceste e eu nasci"?
Alexandre O’Neill, in De Ombro na Ombreira, 1969
imagem - arquivo pessoal
eu não entendo de pássaros
seus nomes
seus cantos
sua natureza
das estruturas que os compõem
nem da aerodinâmica dos seus voos
entendo do silencio da noite
do céu negro
estendido como um tapete de veludo
salpicado por pequenos pontos luminosos
que envolvem a terra
e que brilham distantes
nessa composição etérea
eu não entendo de lua crescente
quase uma vírgula
a explicar o contexto
que o tempo é o que existe
entre um espaço e outro
que organiza o movimento
e as coisas
e que diz que é preciso respirar
eu não entendo de pássaros
mas de silêncios
de noites
de estrelas
de lua
de planetas
e mistérios
entendo da alegria
que sinto
quando estou em Lisboa
sua luminosidade
cada raio de sol
que entra pela fresta da janela
e vem me despertar
sem alarde anuncia
que começa de novo
um novo dia
e nele vamos estar
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Lisboa, II - X - MMXIX
Camané, A luz de Lisboa [Claridade]
Molto bella complimenti, ciao Angelo.
ResponderExcluirQue bonito.
ResponderExcluirAdorei ler-te!
Boa estada!
Beijinhos
:)