terça-feira, 28 de outubro de 2008

Quero

(imagem da web)


Quero:
a deselegância da pressa
amar sem promessa
o frêmito do desejo
mergulhar no teu beijo

tua língua ardente
tua vontade pungente
ser teu banquete
ser tua vontade e deleite

ser o fogo que te queima
ser a água que te sacia
ser a tua fome de todo dia
ser teu delírio e tua fantasia

ser tua pista de pouso
ser tua loucura e tua magia
ser teu destino e tua harmonia
ser teu riso e tua alegria

ser a volúpia que te agoniza
a nudez que te catequiza
ser teu vício e desvario
ser tuas esquinas e escadarias

ser teu caminho guardado do mundo
o silêncio das madrugadas
a leveza dos teus passos
revestir-me em teus abraços

tuas mãos por toda minha extensão
tua boca em meu abismo
bebericando meu licor
teus olhos tontos a contar o ardor

ser a causa e o prenúncio
da tua dilatação e teu crescente
esfregar-me em tua pele reluzente
grunhir fêmea ardente

... E engolir teus espasmos!


Tem uma manauara que se chama Eliana Printes e eu gosto imenso da voz dela, além dos novos arranjos que ela faz à velhas canções, de todo modo, descubram, dou-lhes uma pequena amostra:

Morda minha língua (Péri), com a Eliana Printes

“O que é que tá passando pela sua cabeça?/ O que é que tá pegando pra você entender?/ O que você ouviu você agora esqueça/ Mesmo que pareça que vai desaprender/ Arranje outra maneira de tratar do assunto/ Deixe de manha, deixe da abstração/ Não pense na parte, pense no conjunto/ Não caia no buraco da desatenção/ Fale minha língua, morda minha língua/ Pra você aprender tem que experimentar/ Fale minha língua, morda minha língua/ Pra nossa gramática se misturar...”

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

poeMinha!

(imagem recolhida da net)


Desde cedo, desde sempre
doce era a sede que tive
dos lábios e beijos teus

desde sempre, desde então
longa foi a espera dos passeios sem destino
eterno desatino de segurar tua mão

desde cedo, desde o começo
mesmo de olhos vendados
me vira(vas) do avesso

desde sempre, a qualquer hora
teu riso, me ilumina (va) sem demora
tua face, minha face, os nossos momentos

desde agora ao romper da aurora
sou gaivota barco quilha
líquida mar escorrendo

minha língua percorrendo
percursos até a tua virilha
minha boca fim de noite pausando então

gestuais rituais emoção
encantado ribombante o coração
atravessando mil milhas

meu leque tua escolha
nossa raiz, matriz
assinado em folha

teu cetro entre pernas
a me fazer rainha
e tu aos meus ouvidos murmurando

... minha, minha, pra sempre minha!


A canção, Abre Aspas (Nô Stopa/Marcelo Bucoff), continua a minha poética:


se eu fosse um poeta
e entortasse a minha linha reta
você me daria um ponto?
ponto de interrogação
se eu pusesse meus enfeites
o prazer do meu deleite
você me daria um ponto?
ponto de interrogação

abre aspas e me leva nos meus versos que são seus
abrevia a minha história
se o mundo anda tão depressa
eu não tenho pressa, vou perder a hora
vou perder o sono,vou passar em claro
claro que eu não vou passar em branco

abre aspas e me empresta os seus olhos de ateu
alivia a minha história
se o mundo anda em linha reta
eu ando em linha torta, eu ando do meu jeito
vou andar à toa, vou ficar na proa
cansei de ser marujo raso
vou andar à toa vou ficar na boa
se o mundo espera então eu faço.


terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mantra

(imagem recolhida da net)



A composição do nosso universo, cosmogonia
Teu(s) permanente(s) movimento(s)
Regendo-nos, bela sinfonia
Alimentando-nos desejos
Que inesgotáveis, jamais nos sacia

Como um mantra teu nome vivo em minha boca
Nós dois, nossa consagração
Somos: o sol, o relâmpago, o fogo e o fluxo da água
Além estamos, mudras
Flor de lótus, eterna transfiguração

Teus braços minhas residências ruras
Meu lugar de pertença
Nossos beijos, minha sentença
A entrega, absolvição
Seu cajado em ritual, libertação

Nossa quarta verdade nobre
Mente corpo coração
Anelando desejos e sentidos
sons, aromas, sabores, sensações
O caminho do meio, nossa superação

Tua incursão em meus veios
Estrada natural paisagens que teu veludo olhar acaricia
Pausando com os lábios
Passeando a língua nos meus seios
Meu corpo tua moradia




Ah, na última hora meti nos meus porta-cedês, uns do Francisco José Itamar de Assumpção, naturalmente o lucro é todo meu… Escutem e dobrem suas fichas, muito pertinente à algumas relações, mundos afora… Ouçam e curtam:

Olho no Olho – Itamar Assumpção e Vange Milliet

“…Outdoor raio fax ligado bom mesmo é rosto colado/ Cartão postal é bacana mas bom mesmo é ter você na minha cama/ Mensagem não é consolo bom mesmo é ali olho no olho/ … / No berro pombo correio seja celular ou meio/ Painel faixa ou mural bom mesmo é o ato carnal/ … / Poema escrito na roupa/ Bom mesmo é boca na boca/ … / Por átomos ou carro de bois/ Bom mesmo é orgasmo à dois/ … / Bilhete carta recado um bip sempre ocupado/ … / Bom mesmo é rosto colado…”

b17

Os cães não ladraram  os anjos adormeceram  a lua se escondeu. Dina Salústio em   Apanhar é ruim demais imagem colhida na internet, d...