Era carnaval.
Já antes da quarta-feira de cinzas
o amor jazia no asfalto.
Misturado
aos confetes,
as serpentinas,
aos papéis rasgados,
aos documentos perdidos,
as latas descartadas,
aos cacos de vidros
ao caos de vidas.
Ali também estavam as purpurinas esmaecidas,
amanhecidas,
figurantes do tempo,
de um futuro distante,
que perdeu o brilho.
Na falta de tato,
na complexidade do cotidiano,
nas banalidades,
nas desimportâncias
e nas desistências.
Um tempo todo carnavaliza(n)do,
em todas as instâncias,
em todas as querências,
um tempo de máscaras
e
atuações histriônicas.
Era só mais um carnaval
e nem precisou da quarta-feira de cinzas
para anunciar seu final.
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Recife, XIII - II - MMXVII
Hino dos Batutas de São José, Babi Jaques Os Sicilianos e Maestro Spok.