quinta-feira, 31 de julho de 2008

Quando fui labirinto

(imagem da net)


Quando fui labirinto
Pelas tramas do destino
E em devaneios
Tu vinhas a mim
Despido do tempo
Entregue
Vulnerável
Adentro
Lentamente
Eternamente
Nu enfim...

Quando hoje entregues
Tu vens e eu vou
(Entremeados)
E as horas deslizam
Suaves, suores, sabores, saberes
Entorpecimento e despertar
De todos os sentidos
Tuas mãos tateando minha geografia
Tua boca percorrendo a minha fenda
Meus vales de carne
E sem fronteiras me acaricia...

Na passagem
Neons em sol
Luz dourada na janela
Quando te cobres comigo
Eu deitada sobre ti
Enlaças-me pela cintura
Nessa fusão
Nossos corpos em comunhão
O desejo satisfeito
Sem jamais chegar ao fim
Apenas tu possuis-me assim...

Nessa nossa apoteose
De nunca mais se ir embora
Porque já não é(s)
Nem somos mais só um sonho
Absorvidos
Perdidos (e encontrados)
Eu: a outra metade de ti próprio
À parte de ti, que procuravas (Tulirupi)
Tu: minha parte indissolúvel
Um dentro do outro
Ritmados pelas águas
Nossas peles mesma temperatura
Igual textura
A pressão do teu quadril em meu ventre
E tua espuma branca escorrendo
Do meu entre...


Embalados de, com e por amor, mas sempre com outras músicas compondo nosso cenário.

Dizem que ele economizava nas notas e improvisava com sentimento... Teoria à parte, estou absolutamente tomada por ele, Chesney Henry Baker Jr. Qual a canção? This is always (Gordon / Warren).


Escuta aqui, em respeitoso e absoluto silêncio, e vá por onde, como e com quem quiser....

http://www.lastfm.com.br/music/Chet+Baker/_/This+is+Always?autostart

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Da música...

(imagem recolhida da net)

Como peças
Instrumentos musicais
Ragas Escalas Tessituras Formas
O que está mais presente
O que é ornamental
Melodias de subir
(aarohanam)
Melodias de descer
(avarohanam)
Melodias de permanecer
(aparohanam)
Improvisações
Infinitas variações...

Cinco, dez, vinte e cinco
Teclas pretas do piano
Nossa freqüência
Nosso timbre
Mil tons mil sons
Modulação
Tuas cordas esticadas
Vibrantes
Ativadas
Rumam
Ao meu clavicórdio
Nas nuances dos teus toques
Flutuação...

Quando no claustro
Executas teu solo
As terças não seriam justas
Se tu amor meu
Afinado e afinador
Não encurtasse uma ou mais quintas
Para chegar às nossas oitavas perfeitas
E no intervalo das notas
Transe, espasmos
Tocadas em várias tonalidades
Nosso ritual
Meus sustenidos
Teus bemóis
Nosso bequadro
Organologia
Nós: mesmo ritmo, mesma SINF(T)ONIA...

O que me extasia no momento: Concerto para piano nº 2, em Fá Menor, opus 21. Ouçam....

De quem?


"Chopin era um gênio de enlevo universal. Sua música conquista as mais distintas audiências. Quando as primeiras notas de Chopin soam por entre o salão de concerto, há um feliz suspiro de reconhecimento. Todo os homens e mulheres do mundo conhecem sua música. Eles amam isso. Eles são movidos por isso. No entanto, não é uma "música romântica", no sentido byroniano. Não conta histórias ou quadros pintados. É expressiva e pessoal, mas ainda assim um arte pura. Mesmo nesta era atômica abstrata, onde a emoção não está na moda, Chopin perdura. Sua música é a linguagem universal da comunicação humana. Quando eu toco Chopin eu sei que falo diretamente para os corações das pessoas!"

Arthur Rubinstein

Não há o que acrescentar, apenas sentir. Sintam também.


sexta-feira, 4 de julho de 2008

Do equilíbrio...

(imagem recolhida na internet)

Não é () na palavra
Que buscamos a força mágica
Do amor que nos rege
Compomos um destino
Meu riso aflora
Ante o teu sorriso de menino
Co-ta-par-te!
Do sagrado no mundo
Nada é acessório
ilusório
Temos o imprevisto
o calculado
presente
passado
Concatenação
Contraponto das linhas
Que costuram o coração
Borda(n)do em sentimentos
Ouro
Aço
Uno
Múltiplo
Aerólitos
Estrelas
Desde a pré-história
Sabíamos:
Quem somos
O quê
Como
Porquê
Quanto
queremos.
E quando o afastamento
A vida no sombrio distanciamento
Lanças no peito
Chamas, labaredas
Entorpecimento
Quando o regresso
Sol da tarde na janela
Ofereço-te meu regaço
Aninha-me em teus braços
Nesse equilíbrio
Harmonia
A eternidade não bastaria
Pra te cantar melodias
Sensações envolventes
Novas e familiares simultaneamente
Da tua garganta
Até então silente
Um sussurro, um grito:
Amo-te,
Eternamente!


Tenho fases de releituras, como agora, estou mergulhada vertiginosamente, em Avalovara – Osman Lins, deu pra sacar, não?

E Benny Goodman, Body And Soul, compondo o cenário. Uma minúscula mostra aqui:

http://www.lastfm.com.br/music/Benny+Goodman/_/Body+and+Soul




b17

Os cães não ladraram  os anjos adormeceram  a lua se escondeu. Dina Salústio em   Apanhar é ruim demais imagem colhida na internet, d...