Enquanto atravesso meus temporais
não sabes dos meus ais
das minhas solidões
dos meus sins, meus nãos
nossos olhos ainda que dentro sejam
por ora não estão
onde ninho
sinto-me pássaro pequeninho
voando alto com a minha dor
dor imensa de saudade
dor intensa
ah, que maldade
daquelas dores inteiras
que quem foi chorou
quem ficou também
e recomponho asneiras
na voz do vento
ouço o eco do meu riso
o farfalhar de alguns sonhos
e engulo o tempo
exijo dos céus alguma satisfação
até quando ficarei
sem água, sem vinho, sem pão
o azeite da vida?
ah que idéia tão partida
descrever uma despedida
que nem se concretizou
e o tempo é de feridas
ele passa e eu passo sem ele...
Que ironia, eu sempre me proclamei livre (e sou até certo ponto), mas agora sou prisioneira do tempo. Cadê o tempo? Alguém sabe, alguém viu? Não me sobra quase nada e já estamos nas preliminares natalinas... Esse textículo em forma de poema é de tempos idos, idos.... Mais um “da séria série”: Memórias da Boca.
E escuto sem cessar a Suzana Salles: Valsa dos Olhos Costurados (Lincoln Antônio e Marcelo Mota Monteiro), sintam-na:
“Os meus olhos costurados lado a lado/ Te olham dentro, pelo avesso/ No começo a noite cálida além/ A graça dessa dança/ A tez de cera sob a lua baça/ Um brinde à treva que hoje vem valsar/ Queda em meu lugar/ Neste salão nunca mais trançar os pés/ E ver que o mundo é manco e gira e tomba/ Pra que eu alce mais/... No começo a noite cálida além/... E vem costurar o meu no teu olhar/ O fio da dor/ Que a vida nunca mais há de desenredar”
http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/artistas.asp
Belíssima postagem!
ResponderExcluirLindo demais esse poema, parabéns!
Beijinhos
O tempo é o senhor da razão
ResponderExcluirtempo me leve de encontro ao vento
para que possa desvirtuar a natureza em um sopro
passar em mil lugares como um furacão
devastas toda sua alma, com luz para o seu coração
tempo me mostre o meu destino
me encante e d se desfaça de uma vez como o vento
ao cortar os cabelos do menino
tempo, que não volta mais
o então menino cabelos cirzidos pelo vento
hoje se olha ao espelho...barba por fazer
cabelos brancos ao esmo
tempo, não não volte atrás
ousou me levar de reminescências as quais me recordo demais...tempo, mesmos sem se notar me fez a sabedoria chegar
e a ti agradeço, minha alma esta a brilhar!
beijos , leandro
Bom voltar aqui. Te ler faz sempre bem.
ResponderExcluirAbraçamigo.
Belo poema.
ResponderExcluirAprendi que o tempo é algo que não se recupera, que por vezes desperdiço e que raramente tenho, por falta de gestão.
Mas continua a ser o que quisermos fazer com ele (passo a frase com direitos de autor).
bjs
Dolorido! Mas belo, sentido, vivido.
ResponderExcluiros quatro primeiros versos me encantaram. E me fizeram pensar que cada um de nós tem seus temporais. E eles são apenas nossos. Nós é que temos que enfrentá-los e domá-los!
Saudade de vc deixando marcas e rastros por aí, viu? Demora muito este degredo? rs...
Beijocas
Julgo ser a !º vez que visito o blog.
ResponderExcluirPelo que vi a li, não será a última.
Bjs
tristemente, lindo
ResponderExcluirVal, suas memórias são belas construções que a todos você deve mostrar.
ResponderExcluirContar de uma despedida que não chegou a ser, de uma dor inteira, não uma dor pela metade. Essa é você que até na dor, é completa, sem fronteiras. E a quantos temporais sobrevivemos?
Beijos e saudades de você.
Garota!
ResponderExcluirQue deliciosa essa tua falta de tempo! Se continuar assim, vou acabar torcendo para que não encontre o seu tempo, para que eu possa ter acesso a poemas tão lindos como este "Dos tempo(rai)s idos..."
Beijos.
engulo o tempo...lindo...
ResponderExcluiros temporais passam
beijos
pão, azeite, vinho e o mediterrâneo, topa?
ResponderExcluirQUALQUER QUE SEJA O TEMA ESCOLHIDO PARA VOCÊ ESCREVER, SALTAM PÉROLAS RARAS.
ResponderExcluirOBRIGADA, BOCA, POR DEIXAR TANTAS POESIAS LINDAS PARA NÓS.
SE até tua falta de tempo é assim tão bela, eu fico aqui a imaginar o que pode surgir mais de poesia com o tempo livre... um escândalo, certamente.
ResponderExcluirMana... Bom pra carai que só a porra. De novo e sempre, claro.
Ola!! Que belo poema e o tempo é um ponto de vista dos relogios.
ResponderExcluirO que somos nós, senao prisioneiros do proprio tempo por nao saber controlá-lo nem aproveitá-lo... acho que é por isso que nao uso relogio, dá a falsa impressao que as horas nao passam ou demoram mais a passar.
ResponderExcluirTalvez seja minha forma de enganar o tempo...
Beijos
Lindo Lindo este poema,
ResponderExcluirtempo dos tempos que ainda
resta de um lindo tempo.
parabéns bela postagem.
abraço!!!!
Menina de todos os tempos:
ResponderExcluirestou mortinho de saudade e deixo beijos.
Ah, bom! Paris! Hmmm....
ResponderExcluirEstou mortinho de inveja! Mesmo assim, deixo beijos e carinho.
Também me encontro preso pelo carcereiro tempo... mas sempre que posso, venho ler suas palavras, e sempre sei que irei encontrar algo belo e interessante.
ResponderExcluirUm beijo no pescoço de seu amigo vampiro...
[Risos]
Poética e brilhante, sensível e sensata, isso o tempo nunca levará de ti, seu lirismo e poesias desconexamente coerente e coesos...parabéns
ResponderExcluirVoltei pra saber de ti. Vc faz falta!
ResponderExcluirAbraço.
TEMPO
ResponderExcluirFalo-te de açucenas brancas
da vida da cor do mar
do perfume dos prados
Falo-te de um sorriso de criança
das flores e dos bosques
Falo-te do tempo que urge e nos falta
Da vida por viver
Falo-te
Do amor e da paixão
vertigem ensolarada
Falo-te do mundo lá fora
que teima em fugir
Falo-te da amizade adiada
presente de vida por acontecer
Falo-te da luz do soldas trevas da noite
Falo-te da lua de das estrelas
da sua longínqua distancia
Falo-te de uma gota de orvalho
no seu mundo ínfimo
Falo-te dos pássaros e do seu canto
hinos de vida acontecendo
falo-te de tudo isto
Porque o tempo não tem tempo
Falo-te simplesmente em viver!
Enquanto é tempo.
By Beijo Azul
É de tempo que te falo, por falta de tempo. Desculpa a ausência.
Lindo o teu poema!
Beijo azul...Sempre!
Há tanto tempo...
ResponderExcluirbeijos.
Bom te ver por aqui comentando. Mesmo que à francesa, rsrsrs.
ResponderExcluirEstava sentindo falta, mas sei que a roda viva sempre nos tira um pouco da net.
Abraçamigo.
E um cheiro bem pernambucano.
Saudades, beijos e carinho.
ResponderExcluirVc não está no AO da Loba?
ResponderExcluirSe está não te vejo por lá...
Abraçamigo e bem caloroso pq aqui está quente, uns 35 graus na sombra; uma coisa abafada, como nunca se viu no Recife. Acho que vem um aguaceiro de verão por aí.
Grato pelas palvras lá no Eu-lírico! Bondade tua!
Lindo poema!! Parabens!!!
ResponderExcluirSou do AO e passei aki para conhece-la!!!
Bj
Somos todos escravos do tempo. E estamos nos despedindo dele a cada segundo. Não ganhamos tempo. Somente perdemos. Fica pra trás, não volta mais! Não corra, menininha! Não corra! ;) Beijus
ResponderExcluirUau, mto bonita a sua postagem!!!
ResponderExcluirola, menina
ResponderExcluirO tempo é o senhor de nós!!
um beijo
alem de gostar da musica do chico e tom, gosto de retratos em branco e preto, dai a inspiração pra o nome do blog
ResponderExcluirbeijo
ah, obrigado pelas belas palavras
ResponderExcluirPois é, o Blog do AO vicia mesmo!!!
ResponderExcluirNem acredito que demorei tanto para vir conhecer seu blog, é maravilhoso, de muito bom gosto!
Adorei o post, Lindo poema!!!
Posso te linkar?
Beijossss
Lindo poema/ poesia, não sei diferenciasr, não conheço muito mas gosto demais, excelente!
ResponderExcluirEstou aqui, conhecendo seu cantinho. somos colegas lá no amigo oculto. Sinto sua falta, por lá, para encrementar a brincadeira.
ResponderExcluirola!!
ResponderExcluirInsipração tambem é o que nao falta aqui.
Um beijo e obrigado pela visita
Sol??? Mando sim, mas não todo ele, tá? :) Tem feito lindos dias aqui...
ResponderExcluirBeijo Grande!!!!
DOR = TEMPO = AMOR
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