fixada num tempo
que não se movia
nada se movia
não havia transição
sinal de avanço
passagem
ou transformação
não havia nada
a não ser o nada que havia
e a ambiguidade de um relativo silêncio
que tudo falava mas nada dizia
a vida reduzida a um amontoado de palavras
que de novas não tinham nada
todas elas desgastadas
usadas, apagas e reescritas milhões de vezes
não tinha nenhum sonho
nenhum retalho de poesia para costurar
linha para cerzir
também não existia
mas sobravam: saudade, ilusão e melancolia
Ainda que não os tivesse, retalhos e linhas, foram bem tecidos os fios.
ResponderExcluirBeijo,
Tantas palavras jogadas ao vento que restou apenas o silêncio sepulcral, aquele silêncio que faz muito barulho na alma.
ResponderExcluirBeijus,
Tão bonito, tão melancólico. Retalhos de alma tão bem unidos que nos aconchega com a música de Montenegro.
ResponderExcluirGostei muito,
Brisas doces *