"[...]No lugar da muda voz,
Falam minhas indefesas estrofes,
Instintivamente composta no caos.
Sua ordem é o acaso de nós.[...]"
ismael nery - o encontro
era como se o mundo me engolissee eu engolisse o mundo com as entranhas
desejei uma solidão que não tinha
vivi um sentimento inventado
[não nascido, forjado
não era credível
mas com a fúria da catástrofe
qualquer gota a mais
transbordaria o represado]
uma suspensão do mundo
naquele corpo vivo
gozo profundo
derramado na carne crua
encrespando a pele à luz da rua
um sentimento talhado na luxúria
na provocação do andar
na transgressão da noite
no esbarrão do olhar
na fome de ontem
na ar(v)idez da sede
no despudor do desejo
águas correntes
torrentes desaguadas
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Olinda, MMXIII
miles davis, embraceable you
Se há encontros, acaba o silêncio, acaba a solidão.
ResponderExcluirBeijinho
Talvez consista nisso, o encontro...
ExcluirObrigada, amigo JPoeta, pelas palavras e presença.
Um beijo e um maravilhoso resto de domingo!
;))
Desejos de saudade que esbarram na encruzilhada dos desafios.
ResponderExcluirUm belo jogo de palavras.
AS
Viver é sempre um desafio, não é Armando?
ExcluirObrigada pelas palavras e pela presença!
Um ótimo resto de domingo!
;))
Vontades, desejos e realidades entrecruzadas.
ResponderExcluirBeijinhos
Assim é a vida, não é Pérola?
ExcluirObrigada pelas palavras e pela presença, beijinhos e um bom resto de domingo!
;))
Detive-me em momentos (ideias) do poema que são talvez menos evidenciados na palavra, mas que se tornaram irrecusáveis
ResponderExcluirEm especial a ideia de um confronto entre um mundo exterior e um mundo interior
E a solidão imensa que tantas vezes dele resulta
Temos tendência a achar que a solidão provém de circunstâncias exteriores (o mundo que se afasta de nós)
Dei comigo a pensar que, muitas vezes, a solidão é muito mais interior (uma reclusão quase auto-imposta - somos nós que nos afastamos do mundo)
E daí parti para a ideia da transgressão, que me pareceu indissociável do que antes referi
Temos talvez a consciência de que esse abandono, a que nos votamos, é despudorado e transgressor (numa perspectiva de auto-censura-analítica)
Finalmente, retomei o título,
O encontro (interior, com nós próprios e, sequencialmente, com o mundo) é irrecusável e inegável (pela própria natureza do mundo - plural)
Talvez, então, o verso seja um caminho que, quem escreve, percorre como forma de auto-reencontro
Agradeço a tua citação :)
Bjo.
Fizeste um analítico percurso, Filipe, muito próximo da intenção do poema, em verdade, em verdade o não dito (a ideia) é muito mais poderoso e profundo do que o exposto, que tu bem captaste. Há sim um claro confronto entre o endógeno e o exógeno, e a dúvida permanente entre aceitar ou não o convite mundano, fugaz, superficial das relações...
ExcluirTalvez por teres na poesia uma forma, um estilo de viver, saiba (re)ver em meus escritos, esse processo do auto-reencontro? Só sei que me alegra e me honra demais com sua presença e sua análise sempre minuciosa da minha escrita, obrigada, amigo, por tudo, é um privilégio a sua existência!
Natural citá-lo, uma vez que, sempre inicio meus postes citando grandes poetas.
Um beijão e um excepcional resto de domingo!
;))
Boa noite Olinda!
ResponderExcluirAntes de mais o meu enormérrimo agradecimento pelas visitas e comentários a diferentes trabalhos por mim publicados. Encheu-me o ego...para mais vindo de ti.
O teu poema fala de um encontro, que não existiu, apenas forjado por por um querer e por uma imaginação sem limites.
Ah! O poder da mente leva-nos a cavalgar nuvens de prazer.
Um abraço .
M. Emília
Olá, Maria Emília, é sempre um prazer ler seus poemas e sentir suas telas, é um lugar em que agrego muito em mim cada vez que vou lá.
ExcluirIsso mesmo um encontro que não existiu (mas existiu, foi tão fugaz, tão superficial que foi como se não tivesse existido, rs), e não se sabe se deixou marcas ou não, se aplacou ou acentuou a solidão... Enfim, como diz o nosso poeta-mor, em Autopsicografia: "o poeta é um fingidor, finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente"...
Muito obrigada pela presença, é sempre uma alegria lhe receber, e por sua interpretação, acrescentas muito a cada inferência.
Um abraço carinhoso e excelente resto de domingo!
;))
Querida Amiga
ResponderExcluirCelebrar encontros, silêncios, desejos sentindo a solidão, deixa alguma amargura e muita realização.
Entendo a beleza da Criação, do Amor, da Vida, do Destino e encontro tudo isso neste magnífico trecho de Poesia.
Há algo muito profundo que persiste.
Grato pela presença.
Beijos
SOL
Fizeste uma excepcional leitura do meu poema, SOL da Esteva, fico muito grata por isso, assim como pela presença também!
ExcluirBeijo e um feliz resto de domingo!
;))
Un conjunto espléndido!
ResponderExcluirAbrazos.
Muchas gracias, Balamgo!
ExcluirAbrazos!
;))
Minha querida
ResponderExcluirUm poema que não me atrevo a comentar...apenas a sentir cada palavra que me tocou fundo.
Feliz 2014
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Rosa, querida, é muito gratificante saber que meu poema lhe tocou, uma poeta por quem nutro grande admiração e respeito.
ExcluirObrigada pelas palavras, pelos votos de felicidades pela passagem e chegada do novo ano, e pela presença.
Um excepcional 2014 para ti também!
Beijos e um ótimo domingo!
;))
Olá, Cantinho
ResponderExcluirÉ aqui onde eu me sinto bem, entre pensamentos profundos que me tocam, que me levam a uma análise interior e a questionar-me a mim e ao me que rodeia: Do meu encontro com a minha própria natureza, na interpretação de mim mesma e do sentido da vida. Será que sou eu que engulo o mundo ou será que é o mundo que me engole? Aqui sentimentos desencontrados, luz e sombra, prazer e desprazer se esbarram na minha condição de ser imperfeito que ora se interna na solidão, ora se explode em direcção ao Outro.
A citação, perfeita, mote para este teu Poema Mais-que-Perfeito.
Muito obrigada pelos teus lindos bordados, com fio de oiro, nas dobras do meu Xaile.
:)
Bom domingo.
Beijinhos
Olinda
Querida amiga, eu fico emocionada ao te ler, seja aqui ou no Xaile, dado a profundidade com a qual recebes os meus sentimentos ora verdadeiros; ora inverossímeis; ora inventados; ora sofridos, e de como tu os valorizam, serei sempre grata por isso. Com o teu olhar eu me amplio ilimitadamente, com o teu olhar eu dilato fronteiras e chego ao mais longínquo de outro ser. Sinto-me honrado por saber que minha escrita lhe causa reflexão, verdadeiramente.
ExcluirObrigada pelas palavras, pela presença, e sobretudo, pela amizade!
A citação é do meu amigo querido, e um grande poeta português, contemporâneo, Filipe Campos Melo, retirei-na do seu livro, Na Utopia Sou Profeta, leitura que recomendo, assim como vale a pena você clicar no nome dele e ler a sua poesia, acredito que vás gostar imenso.
Um maravilhoso domingo para ti e um beijo!
;))
Amiga
ExcluirNo dia do meu comentário, a primeira coisa que fiz foi clicar no nome, Filipe Campos Melo, que antecede a tua citação, pois reconheci-o logo como teu leitor. E estive por lá a deliciar-me com tudo o que li, com a certeza de que vou voltar. Gostei muito.
Bj
Olinda
A solidão está sempre presente em nossas vidas.
ResponderExcluirDo post? Pois, gostei muito.
Bom domingo.
Obrigada, São, pelas palavras e pela presença.
ExcluirA solidão é um dos nossos componentes, eu também penso, embora não deva doer sempre.
Bom domingo para ti também!
;))
há encontros (imaginários) que quebram o silêncio(s)...
ResponderExcluir:)
Ou ao menos nos permite o sonho, não é Piedade??
ExcluirObrigada pela presença e inferência!
;))
o encontro com a solidão e um econtro com nós proprios, o ser humano é uma ilha de sentimentos, de desejos, de dor, saberemos nós viver nessa ilha.
ResponderExcluirBeijo e um sorriso
A solidão nem sempre é ruim. Eu mesma adoro meus momentos solitários, é um exercício de reflexão...
ExcluirObrigada por estares aqui, Carlos, beijo, querido e sorrisos para ti também!
;))
Sentires no encontro de versos expostos, sejam eles desejados, inventados ou represados... Há uma vida que o corpo sente. Há uma vida que o interior do corpo consente.
ResponderExcluirReli...Bjo, Olinda :)