"A barca que eu vi fugir
Era uma ilusão perdida,
Uma dor a mais na vida,
Na vida do meu sentir.
Era uma esperança perdida
Que ia sem se despedir".
Manuel Laranjeira (neto) in Miragem, do livro, em prosa e verso. p. 142
boats in rapallo, italy - wassily kandinsky
e segue adiante aquele pacto mudo
silencioso
sem argumentos ou barganhas
aquele fingimento
aquele pranto escondido
aquele faz de conta
faz de conta que ninguém existe
faz de conta que o mundo acabou
faz de conta que não se sabe de hoje
faz de conta que o passado não importa
faz de conta que não houve excesso
faz de conta que tudo mudou
que a saudade desistiu
faz de conta que o barco partiu
faz de conta que o amor findou
faz de conta que nada se conta
faz de conta que a esperança afundou
faz de conta
faz que nada
que nada se conta
faz a conta
não faz nada
nada nada nada
(é o eco dessa história!)
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Olinda - XII - I - MMIV
Chico Buarque e Telma Costa, Eu Te Amo
Custa muito ter de " fazer de conta "; fazer de conta que nada se passou...fazer de conta que nada se ouviu...fazer de conta que afinal o amor não acabou; Não deveríamos " fazer de conta ", mas muitas vezes temos de o fazer para esquecer mágoas...perdoar erros...sermos capazes de voltar ao passado sem medo; ele faz parte de nós e não vale a pena " fazer de conta " que morreu que o que importa é só o presente; é certo...o presente é o que mais interessa, mas ele é fruto de muito do que fomos no passado. Gostei muito e vamos lá..." fazer de conta " que está tudo muito bem...que o ser humano é sempre muito correto e que a humanidade existe. Vale a pena este " faz de conta ", pois é a única maneira de seguirmos em frente com Esperança e de cabeça erguida. Beijinhos e até sempre
ResponderExcluirEmília
Olá,
ResponderExcluirO fazer de conta não é bom para os passos futuros, sem fazer de conta com olhos bem nos olhos resolvemos tudo sem fazer de conta.
fazer de conta é adiar e agravar tudo que não deve de fazer de conta.
Abraço
ag
Fazer de conta é iludirmo-nos e isso pode atrapalhar. Mas há faz de conta que pode deixar-nos felizes e isso, por si só, já pode ser positivo.
ResponderExcluirBeijinho
Fazer de conta e deixar a vida fugir numa barca sem se despedir.
ResponderExcluirBeijo e um sorriso
Bello poema y excelente pintura!
ResponderExcluirAbrazos.
Gostaria de partilhar contigo a minha postagem de hoje, dia 14/01/14, no meu blog http://acasadamariazita.blogspot.pt/
ResponderExcluirDesde já o meu “Bem hajas”!
Beijinhos
Mariazita
(Link para o meu blog principal)
PS – Desculpa o “copy & paste”
Maravilhoso este meu regresso!
ResponderExcluirAdorei passar por cá... é um encanto!
Parabéns pela dedicação!
Quando faz de conta que o amor de faz de conta acabaou,parece ter sido tudo um faz de conta e fica mais fácil fazer de conta que nunca se amou. Beijos
ResponderExcluirUm poema de uma força tangente
ResponderExcluirquer no irrecusável traço fonético (que se sente cuidado)
quer no que se diz, dizendo, quer na forma como se diz
(que se sente crescente)
Tudo culminando nos excelentes versos finais
"faz de conta que nada se conta
...
faz de conta
faz que nada
que nada se conta
faz a conta
não faz nada
nada nada nada"
Detive-me nestes versos longamente
Diria quase poesia concreta e visual
Partindo do verso-base (mote dos versos finais)
("faz de conta que nada se conta"
que contem apenas 3 palavras "faz/conta/nada")
desdobram-se as palavras numa multiplicidade
(sonoramente incontornável)
que vai desenvolvendo, num movimento interior, até final
Vi uma tela branca onde as 3 palavras verso base surgem gradualmente
e se desmultiplicam em lugares assim formando novos sentidos
Gostei muito
Bjo.
Doi
ResponderExcluirquando se faz de conta
Menina, fiquei arrepiada com a intensidade destes versos. Fazer de conta que nada acontece, a ilusão de uma história que se conta mas não é, deixar fugir as oportunidades da barca da vida, essa barca que em partindo já não voltará. Irreversibilidade latente, num crescendo como bem refere Filipe Campos Melo, inversamente proporcional: Três palavras no final que quase nos tiram o fôlego.
ResponderExcluirBelo Poema.
Bom fim de semana.
Beijinhos
Olinda
A vida é um faz de conta. Fazemos contas aos contos que vivemos.
ResponderExcluirbjs
Li este poema em voz alta. A sonoridade confere uma implícita mordacidade, entre dentes soltada.
ResponderExcluirEste "faz de conta" tanto pode ser uma revolta contra quem ignora e se alheia, sendo passivo e não ativo, como o desejo do sujeito poético se alhear propositadamente para, pelo menos, por momentos, se apaziguar...
Gostei imenso.
Bjo :)
Não posso fazer de conta
ResponderExcluirque não passei aqui
e não vi
e não senti
a magnitude deste poema!
Beijinho.
fazer de conta não será o melhor caminho, mas, quem é que já não o fez.
ResponderExcluirgostei deste faz de conta...
;)