teu nome é um segredo que carrego entre os dentes
mastigo a tua ausência todos os dias
engulo quilômetros de desejos
fincando as marcas do tempo nos grãos de areia
que se dissipam com a luz do sol
teu cheiro é uma cobiça que carrego embrulhado entre as
pálpebras
que se desdobra e se espalha a cada bater dos cílios
espreitando o lençol rugoso das águas agitadas do mar
revelando o insensato gesto de oblivion
tua voz chega como um animal selvagem
que se debate entre os fios
dos meus cabelos
como um bicho enfurecido recém-capturado
e eu prisioneira das vontades tantas
transito entre as feras da paixão e da saudade
que me devoram por dentro e por fora nesta prolongada hora
do ocaso
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O., X – XI- MMXXI
Você já disse tanto neste poema arrebatador que leio e releio as ricas imagens entretecidas para esta confissão amorosa e fico também a contemplar "a hora do ocaso".
ResponderExcluirAbraços, Canto!
A arte se esgueira pelos cantos
ResponderExcluirCantos cariocas
Cantos que tocas
Tantos