quinta-feira, 25 de março de 2021

o nascer de uma flor é como o amanhecer da humanidade inteira

"A luz irrompe onde nenhum sol brilha"

Dylan Thomas em A Mão ao Assinar este Papel. p. 29

vincent van goh: four cut sunflowers, 1887

no princípio era a admiração

depois veio a palavra, os gestos e o  riso

era como se a primavera explodisse a cada verbo pronunciado


brotavam flores nos lugares mais estranhos

nas mais inusitadas paisagens

das escarpas aos pântanos


a estação das floradas se abria com as pálpebras 

a cada desabrochar de um novo dia

e o campo dos sonhos se enchia de girassóis


o nascer de uma flor é como o amanhecer da humanidade inteira

ali se anuncia um tempo de fertilidade

no alvorecer que  irrompe 


no despertar de uma quimera

que ignora os rumores

os rubores do desejo que pulsa e se joga


no precipício íngreme onde o sol nem sempre brilha


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brasil, III - MMXXI

Barbra Streisand em Woman in Love

8 comentários:

  1. Amo Van Goh
    e amo poesia,
    os dois juntos
    é/são uma alegria só!
    Bjins
    CatiahoAlc.

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  2. E pressente o ser o perfume e um perpassar de infinito e o teu canto... quando nasce um flor!
    Abraços,

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  3. Sempre nascem flores em todos os apeadeiros da vida

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  4. ...Era o verbo e a luz se fez.
    Talvez para haver a cor
    Ao desabroche da flor
    Que é humana, talvez.
    Ou será só flor? Em vez,
    Também ser o ser, divino
    Feito homem em seu destino?
    Seremos deuses ou luz
    Que o verbo fez-nos? Jesus!
    Sou eu, um antigo menino!

    Bela postagem! Parabéns! Abraço. Laerte.

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