
É isso, junte-se a nós, que o mundo seja tomado por "loucos" e sonhadores, vamos refletir e sentir ao som e no tom de Imagine - John Winston Lennon.
Lenine, Nine, Lê, não importa como eu o chamo, mas sempre o chamo para estar comigo e embalar-me e nessa hora tão "capibaribenha" nação, escuto, A Balada do Cachorro Louco - Lenine, Lula Queiroga e Chico Neves: "eu não alimento nada duvidoso..." cantemos!
A imagem que me vinha, enquanto postava esses versos, era da Shakira, cantando e dançando:
Whenever Wherever...
O meu nervo ótico
Minha veia ética
Meu olhar estético
Minha lucidez etílica
Essa vertente estática
Esse ser aflito
Essa diáspora de mim
Ambigüidade sem fim
Esse fogo de Iansã
A saudade corrosiva
Racionalidade ostensiva
Esse tanto conflito
Sem pecado sem perdão
Vazante e vazão
Essa fé quântica
Confusão dos sentidos
Invasão pré-cambriana
Esse poder restrito
Mundo atroz, ora indulgente
Pérfido, feroz
Prodigioso em inesperações
Incompreensíveis tentações
Saudade lava incandescente
Esse tão infinito
Ar em movimento
Essa tempestade interior
Raios trovões ventania
Esse rio caudaloso
Das lágrimas derramadas, enchente
Esse cogito
Esse cotidiano que engole
Essa rotina que consome, absorve
Saudade que arrebata
A dicotomia nas entranhas:
Paixão ou razão
Esse interdito
Essa (in)condicional humana...
A canção que invade esse momento e esse sentimento, não poderia ser outra senão essa aí, aperto o repeat e escuto seguidamente. Uma sugestão: quem não viu o documentário sobre eles, não sabe o que está perdendo, é bár-ba-ro, de facto!
Vivo meu equinócio à revelia da vontade de Zênite, dias e noites se completam sempre com as mesmas vulgares ocorrências: nuvens serenas de poeiras, ventos leves, plumas airosas, alguns meros pontos de luz à risca dos olhos, embore admire o espetáculo monocromático das folhas secas que vagueiam perdidas entre bosques, praças e avenidas com árvores solitárias despidas de suas vestes. A íris a confundir-se com as cores indiferentes, frias e distantes do outono, estação do ano que quase me paralisa de tão bela que é, respiro devagar e cuidadosamente para não ser tragada pelo ocre das alamedas, caminho lentamente, mãos no bolso do casaco, com frio - esse fiel companheiro -, acompanho com o olhar o vai e vem das folhas que se soltam dos galhos como idéias porosas, e o pensamento em semi-círculos, dando volteios acrobáticos em torno de imensas saudades.
As pessoas passam por mim cerradas em seus próprios devaneios, suas lembranças, quem sabe suas dores, servindo de grades que impedem aproximações e o tempo gesta sentidos e sentimentos vastos em mim, disfarço-me em sombras como quem se esgueira por entre as folhagens densas dos jardins que sequer conheço, invento-me flores e cores, numa inútil tentativa de sobressair da multidão terracota que passa apressadamente à minha volta.
E nessa meditação sem fim, o vento arranca de mim, a última lembrança tua, quantas palavras sepultaste nesse dorido silêncio, nós que rompemos barreiras, destruímos abismos, clareamos cegueiras, hasteamos bandeiras; nós que fomos uma só tribo, barro, água, betume, azeite, sal; carvão, a nossa descoberta do fogo; cobre, cobalto, chumbo, zinco; lápis-lázuli, carbono, cádmio, crómio, titânio, mercúrio, hematite, todos os pigmentos em mescla, resultavam na nossa cor: amor-terra!
Ainda nas cavernas falávamos um idioma só, bebíamos em um só cântaro, cantávamos sinfonias com ardor. Fizemos dos nossos sonhos plantas imorredouras, costuramos os dias com a linha do horizonte, equilibrando a ilusão, num ponto eqüidistante, e nesse espaço itinerante, nossos já desfigurados semblantes, no orvalho da lonjura, são meros figurantes desse outono infinito.
Então vesti meu vestido mais bonito, aquele de cor encarnada, bordado de esperança, busquei um ponto do céu, enrolei num pedacinho de papel, salpiquei a doçura do mel e enviei no vento, vaticinei em solfejo: quando contemplares as estrelas, taciturno, ou em enlevo, aquela que se destaca entre todas, a mais brilhante, com total vicejo, sou eu lhe mandando um beijo. Inda diante do peso do que longe vai, do que tão longe está, a alma pesa como a luz, pensamento transfigurado, deixo teu sorriso guardado, calcinado, na caixinha do meu coração. Tento subverter os sonhos que me circundam, carrego-os com passos lentos, entre gestos e rituais, esses pequenos sinais, dilemas, que inevitavelmente terminam em poemas.
O gordinho mais querido
Esse é o gordinho Naná, meu melhor amigo. Desde 2000, quando voltei ao Recife, esbarramos um no outro e a amizade surgiu como um jardim sem dono. Quando fui morar no Poço, nossas idéias se combinaram. Torcemos pelo mesmo clube, o Santa Cruz, gostamos de coisas parecidas, de ações com a comunidade, adoramos o mesmo boteco, o de Seu Vital. Moramos na mesma rua, a Visconde de Araguaya, ao lado da igreja.
Naná sempre está de Komby. É seu ganha pão. Vive levando gente. Um dia, resolveu levar a criançada para a escola, e virou um belo projeto, que envolveu toda a comunidade. Tenho mais horas nos bancos daquela Komby do que muito motorista do Recife. É um privilégio ser amigo de Naná.
Muitas vezes tenho uma idéia, e quando vou falar, ele diz:
“Bicho, estou com uma idéia…”
É a mesma.
Quando morava no Poço, cansei de receber almoço pela janela. Perdi a conta dos cafés da manhã juntos, depois de levarmos a meninada ao Nilo Pereira, fazendo adivinhação e cantando a música do “Arubu tá com fome”, invenção de Maraí.
Naná tem uma pedagogia própria, que é a minha há muitos anos. A “Pedagogia da Cola”. Se um menino dá trabalho, ao invés de dar carões e coisas do tipo, ele acha que é preciso “colar”. Conversar, escutar, dar atenção. Sempre deu certo.
Nos falamos religiosamente todos os dias por telefone. Só para escutar a voz do outro. Quando ele liga, sempre respondo:
“Diz aí, Montanha, qual é a tua?”
Ele diz onde está e pergunta qual é a minha.
Sim, eu só o chamo de Montanha, desde que nos conhecemos. Ele parece mesmo uma montanha de coisas boas, de carinho, cuidado. Por onde passa, Naná deixa alegria e saudades. Uma das pessoas mais generosas que conheço. É sempre ele que chega e diz que alguém está precisando de ajuda. É sempre ele quem vê o lado bom das coisas.
Certa vez, Naná teve um grande acidente, ficou entre a vida e a morte, internado vários meses na Restauração. Foi um milagre ter sobrevivido. Uma vez ele me contou. Teresa, sua esposa, pensou que ele não escaparia.
“Depois disso, bicho, eu vivo cada dia como se fosse o último. Não tenho mais tempo de ficar pensando em coisa ruim. A vida é boa demais para a gente reclamar”.
Ontem de madrugada, roubaram a Komby do meu querido amigo. Essas malvadezas da vida. Se o ladrão conhecesse Naná, iria devolver na próxima madrugada, com um bilhetinho pedindo desculpas. Como disse há pouco meu amigo Magro Valadares, que já fez matéria com Naná, “podiam roubar a Komby de todo mundo nessa cidade, menos a de Naná”.
Todos estamos mobilizados, divulgando (a placa é KGZ 3021), mas vai ser difícil. Levaram o veículo que estava estacionado numa ruela do Poço, defronte à casa dele. Tudo indica ter sido encomendada. Uma malvadeza encomendada.
Peço ajuda aos meus leitores. Até se aprumar, Naná vai ficar um tempo sem trabalho, e precisa tocar a vida. A coisa mais triste da vida é ver aquele gordinho sem aquele largo sorriso. Dói no coração. Eu mesmo vou fazer tudo para ajudá-lo. Se eu tivesse dinheiro nesta vida, o que eu faria mesmo era dar uma Komby novinha para ele, hoje mesmo.
Quem puder dar uma pequena ajuda, vai a conta:
Evaldo Gomes de Moura
Banco Itaú
Conta Poupança 22907-0
Agência 1594
Andréa Ferraz e Marcelo Barreto estão fazendo um documentário com Naná. Tinham parado, por falta de tempo. Tomara que agora retomem. Naná merece.
Agradeço muito a quem ajudar.
PS. Quem quiser ajudar de outra forma, sem ser com dinheiro na conta, pode ligar para ele – 8773.3934. Ele vai abrir um largo sorriso, garanto.
(imagem colhida na internet)
A vida não passa sem nos trazer reflexões, ou nos deixar estarrecidos diante dos acontecimentos, que para alguns pode ser banal demais até. O que não é o meu caso, não sei se para o bem ou para o bom; para o mau, ou mal; mas certas situações me deixam estupefacta e pensativa.
Caminhando pela margem da rotunda da Boa Vista, apressada, porque o vento frio, apesar do sol, parece lâmina a cortar-me a carne, em mim na carne, a minha carne (nessas horas me pergunto como o ser humano pode ser tão adaptável assim?)… Não percebi de imediato a discussão que se dava ali entre duas mulheres. Escutei vozes alteradas mas não percebi de onde vinham concretamente, até que uma senhora (devia beirar os 60 anos), meio descompensada, partiu pra cima de outra (esta já passava dos 70 anos, seguramente), e as duas começaram a esbofetearem-se no meio da rua, para os transeuntes surpresos e surpreendidos como eu, a ação das senhoras, deixou-nos sem ação, porque parecia uma cena de um filme de quinta categoria (referenciado por mim) que se passava em câmera lenta…
Um garoto assustado, choramingava e dizia à sua mãe:
- Vamos, mamãe, vamos!
- Vamos filho, vamos!
- Alguém aí, faça alguma coisa, pá! Eu estou com uma criança e está assustada!
- Toda a gente só dá uma vista d’ olhos e nada fazem?
E ninguém fazia nada, enquanto isso as duas mulheres puxavam os cabelos uma da outra, falavam coisas sem nexo aos ouvidos de quem não as conheciam, chutavam ora o ar; ora a perna uma da outra. De repente, num golpe de sorte (?), a mais jovem estapeou a cara da mais velha, e o sangue jorrou, imagino que as unhas atingiram um vaso sanguíneo, e por ser um local mais sensível, começou a sangrar de imediato. As duas então deitaram ao chão.
- Deixa meu pai em paz, um senhor de 83 anos, têm filhos e netos!
- O que estás a dizer?
- Não sabes? Ah, sabes sim, sei que sabes! Quer aproveitar-se do meu pai, deixe-o em paz e vá cuidar da sua vida, ora pois! Vou mostrar-te do que sou capaz!
-Nada sei! Não sei do que estás a dizer!
Isso pronunciado entre os dentes, com um ódio que saltava das pupilas dilatadas dos seus olhos. A situação já se tornara impossível, até que quatro homens, certamente os mais corajosos e sensatos dentre todos os presentes, não suportaram mais ver aquela fábula deprimente, e tomaram uma atitude: foram separar as senhoras raivosas e cheias de infelicidade. Percebam: quatro homens fortes, tenazes e destemidos, tiveram dificuldade para impedir que as duas senhoras continuassem aquele triste espetáculo de agressão e violência. Não se dando por satisfeita, a mais jovem, mordeu a mão de um dos cavalheiros que a desvencilhava da senhora mais idosa, que por sua vez, puxava-lhe os cabelos a quase trazer o couro cabeludo entre os dedos…
Quando deu por si, e saiu do seu transe de ira, a mais jovem, notou enfim que não teria mais como dar vazão à sua destemperança, de um salto levantou-se, ajeitou a saia; o casaco; os cabelos; e saiu resmungando algo incompreensível. Enquanto a mais velha, lívida e transparente, limpava o sangue do seu rosto, sem emitir um sinal de emoçao (nunca vi tanta frieza diante de um ataque de fúria), ficou rente à parede, silenciosa. Alguns polícias chegaram e eu já estava a dobrar a Av. de França…
E fui andando até o Carvalhido, pensando, porque eu precisava pensar. Em mim, nelas, e em tudo que eu presenciara, além de coisas que não presencio, ou das que vejo e também emudeço.
Parece um enredo de alguma peça do Nélson Rodrigues (que por sinal, tem uma peça dele em cartaz aqui), mas não é, ou é, a vida real, latejando, pulsando e rompendo ódios e sentimentos outros guardados até a explosão. Um micro-mundo, que avança violento sobre outro, pela ação corrupta, impaciente e baseada no descontrole, na vitória do não diálogo, que não cede, não concede e nem busca uma negociação, um porquê, simplesmente agride. Será que a agressora tem algum distúrbio de personalidade; prediposição natural (?) à violência; desconfiança; competição? O que há no subjacente dessa história de agressividade, que jamais saberemos? Uma amostragem do macro-mundo, onde se perdeu completamente a via da comunicação, da negociação, e eclodem as guerras, as atrocidades imperialistas… Fiquei pensativa sobre o mundo.
E escuto o João Pedro Pais: Um Resto De Tudo, vamos escutar a canção do gajo e reflitamos sobre nós e o mundo que estamos a construir...
sentir é um não sei-o-quê
quase sabendo
que explode por dentro
resvalando cá fora
construindo perguntas
espargindo inferências
trazendo interrogações
afirmando emoções
sentir até o que não se pode
à revelia do tempo
sentir não querendo
fora de hora
o que devasta um coração
olhos fundos (des)atentos
choro raso de saudade
o que se passa aí
transborda aqui
sem alarde alarido
ouvindo-te: canção
pudesse ser eu a ter o mundo
o riso
a alegria
dar-te-ia:
um céu azul todo dia
de uma cor azul só tua
na azulidão do infinito firmamento
dos mares e oceanos
desfaria os turvos momentos
acenderia luzeiros
cuidados e desvelos
mundo encantado
de um azul-mirtilo
que quero para ti...
Bsote bem oia a Nanci Vieira, te canta "Lus"?
Enquanto esperávamos o ônibus que nos levaria do aeroporto Marco Polo, deambulei sobre o navegante croata-veneziano, no/o que ele sentia, quando atravessava a infinidade de canais e saía para desbravar e percorrer mundos, até chegar à Rota da Seda; o encontro com Kublai Khan (o neto de Gengis Khan). Eu nem de longe ouso invocar o espírito do grande navegador, conquistador, narrador de histórias, tão elogiado n´O A Descrição do Mundo (algum tempo depois: As Viagens de Marco Polo), as glórias, as conquistas, recheadas de detalhes riquíssimos e emoções incomuns. Mas tão somente externar o brilho de minh' alma quando estive lá: Veneza!
Pensamentos furtivos confundiam-se com a realidade, agora já no waterbus que nos levaria ao hostal, em Giudecca. Viajar para Veneza, é um destino insólito, completamente diferente de tudo, de todas as cidades que já visitei aqui na Europa... Só dei por mim que estava a chover, quando o vento frio, e as gotas de chuva começaram a incomodar.
Uma cidade que em pleno século XXI, um dos destinos mais procurados do mundo, com toda a tecnologia da pós-mordenidade, e os pormenores de uma "cultura babélica” têm características marcantes e vivas do século X, data desta época, as gôndolas e provavelmente o mais conhecido símbolo da cidade, além das máscaras.
A melhor forma de se encontrar em Veneza, é perder-se nela, ainda que disponhemos de mapas, é quase impossível (no meu caso é impossível mesmo, porque sou desorientadinha, e não há mapa que me salve, e claro, perdemo-nos!) não perder o prumo, quando embranhamos por aquelas ruelas interligadas por pontes, escadarias, casas com varandas e flores esparramadas em toda a extensão, parece que estamos em canais gêmeos, onde circulam toda a vida da cidade, mas não é verdade, isso é a deixa para a perdição e encontração.... Porque apesar do charme das gôndolas, dos barcos-taxis, dos vaporettos, Veneza é pra ser vivida, degustada, engolida, descoberta, sentida, a pé, só então que nos livramos de certo modo, do fluxo surreal e absurdo de turistas, só então as bucólicas e românticas ruas, surgem... E então nos deparamos com outra Veneza.
Extasiamento quando saindo do Grande Canal em direcção ao Rialto, passamos diante da casa de Marco Polo. Confeso-lhes que à ida à Veneza, valeram cada um dos euros gastos; ter visitado a Praça de S. Marcos com a sua Basílica, Torre do Relógio, Campanário, Palácio Ducal, Ponte dos Suspiros, Ponte de Rialto, Igreja dos Santi Giovanni e Paolo, Igreja Il Redentore, Basílica de Santa Maria della Salute (e outras igrejas não tão famosas assim, em Giudecca), e o que mais se-lhe-nos apetecer. Andar a pé, misturar-se com aquela multidão ensandecida de todos os lugares do mundo, nas mais variadas línguas, é sem dúvida a melhor maneira de curtir e entrar na alma da cidade, da mais linda cidade do mundo (ao lado do Rio de Janeiro). Diluirmo-nos nas águas da cidade....
(Ponte do Rialto)
Espalhamo-nos pela cidade, misturamo-nos com as pessoas, descobrimos a vida que pulsa, que brota e que transpira e que passa em Veneza. Participei na fotografia de família de um casamento que acontecia na Praça de São Marcos, sem ser convidada, naturalmente, quando dei por mim, já estava na fita.
Sentamos em num café em Rialto e ficamos observando o trânsito das embarcações nos canais, um engarrafamento, em verdade. Depois, fomos a uma trattoria e nos deliciamos com uma pasta, de sobremesa, sorvete de pistachio, nham, adoro!
Uma caminhada até à Bienal de Veneza,
(Bienal de Veneza)
e quando não resistimos mais ao cansaço, sentamo-nos numa fonte, num centro de um mercado, e fomos comer morangos, vendidos ali mesmo, em copos descartáveis...
E ainda mais uma vez, fiquei a pensar em Marco Polo, e recuperei o diálogo entre ele e Khan, no livro do Italo Calvino, As Cidades Invisíveis:
«Marco Polo descreve uma ponte, pedra a pedra.
- Mas qual é a pedra que sustém a ponte? - pergunta Kublai Khan.
- A ponte não é sustida por esta ou aquela pedra - responde Marco,
- mas sim pela linha do arco que elas formam. Kublai Khan permanece silencioso, refletindo. Depois acrescenta:
- Porque me falas das pedras? É só o arco que me importa. Polo responde:
- Sem pedras não há o arco.»
Gaza imagem colhida na internet (desconheço a autoria) A paz sem vencedor e sem vencidos Fazei Senhor ...