O ritmo que nos envolve
nas espumas essenciais
que anunciam os caminhos
fatais
de vão em vão
o precipício
no afã que nos engole
quando tu felino
a espreitar-me tua presa
sem pressa
espera
e me caça
como a uma gazela acossada
aprisionada
o meu cheiro a te guiar
predador
vaguei desertos
a buscar-te água e alimento
no teu movimento
no teu tempo
te fazes pantera
teu tiro certeiro
e eu em cativeiro
cativada!
A música? Ah, escuta só:
e as ancas noturnas agradecem.
ResponderExcluirsimples, direto, sem redeio. muito bom!
como se deve ser
Então, Boca! Esse jogo de predador e presa é ótima! A gazela é um animalzinho tão meigo e desejável! Mas, aqui, a caçada é de ambos os lados: a presa deseja ser caçada, porque já é cativa, antes de ser "aprisionada"...
ResponderExcluirParece um pouco a Síndrome de Estocolmo!
Voei, viajei, tangenciei...Mas, poema é prá isso mesmo, não é?
Beijos, beijos!
Dora
Gostei do erotismo discreto. Lindo!
ResponderExcluirObrigada pela visita!
Beijos,
Maria Maria
Boca,felina boca,
ResponderExcluirA gazela destes seus versos lindos e sedutores não teme precipícios,e sente que do seu corpo ofegante em movimento,mesmo em cativeiro, trescala o aroma que a torna a mais fascinante predadora.
Divina a sua poesia!!!
É sempre uma emoção ler seus versos.Faltam-me verbos para enaltecê-los.Como me faltam deles para agradecer-lhe pelas palavras suas de hoje em meu recanto,adjetivando-me além do que mereço,tocando-me profundamente todos os meus sentidos.Obrigado,minha cara,você é muito gentil,uma jóia rara.Saiba que aqui venho para alimentar a alma...e saio sempre saciado.
Hoje vou deixar um link com a letra e o vídeo de um cantor aqui das Minas Gerais,Vander Lee.Talvez você já o conheça.Espero que goste.
http://letras.terra.com.br/vander-lee/49221/
Beijos e carinhos.
Bem sugestivo tudo por aqui.
ResponderExcluirQue glória ser um pouco lispectoriano!
ResponderExcluirCativeiro é uma palavra interessante.. O local onde pessoas são mantidas cativas, não parece nem um pouco com o cativeiro que conhecemos, não é?
Ola!! Feliz dia dos pais para todos os pais de sua familia.
ResponderExcluirAbraços e beijos!!
Tenha um ótimo domingo.
"E eu em cativeiro cativada".
ResponderExcluirPreza em pensamentos não vividos, por alguém que me trouxe a palavra encantada.
Me identifiquei.
Beijos
Olá Canto da Boca :D!
ResponderExcluirEspera lá...posso chamar-te de C.B.? ou talvez somente C?
Quanto a este bombástico poema: M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O!!
Invocação total à caça sensual entre um homem e uma mulher; mas uma caça que envolve uma paixão tórrida e um amor profundo "teu tiro certeiro e eu em cativeiro, cativada!"....excelente! :D
Amei, amei, amei!
Espero que estejas fantástica com um sorriso lindo no canto da boca ;)!
Beijos
Não existe caça sem o caçador ou vice-versa, ã? No caso, basta sentir-se! (rs*) Beijus
ResponderExcluirFaz tempo que estou pata te fazer essa visita... Antes de tudo, obrigado pelas palavras e comentários lá no Incritos.
ResponderExcluirQuanto a este teu post especificamente, a primeira música que me veio foi uma de Chico Buarque, cujo título é "Caçada". Creio que tu conheces. É do disco "Quando o carnaval chegar". Segue um trecho:
"De tocais fico a espreitar a fera/Logo dou-lhe o bote certeiro/Já conheço seu dorso de gazela/Cavalo brabo, montado em pêlo/Dominante, não se desembaraça/Ofegante, é dona do seu senhor/Hoje é o dia da graça/Hoje é o dia da caça e do caçador".
Escreveste buarqueanamente!
Um abraço
Puxa... Só por essa foto com essas pernas roliças de gazela esguia já valeria qualquer caçada... Senti muitos cheiros lendo-te por aqui... Só "broxei" com Alcione ao final... Fazer o quê...?! Nem posso falar nada: tem coisa muito pior nos Morcegos! Beijão, bem no canto da boca!
ResponderExcluirAs ancas, e a Boca (eu), agradecemos sua vinda e sua objetividade, às vezes é preciso ser direto, franco e sem rodeios, irmos direto ao ponto, como fizestes muito bem. Seja bem-vindo, Marcelo, o Canto é seu também, faça daqui mais um lugar onde o teu desejo te traz e quer ficar...
ResponderExcluirBeijo!
;)
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Dorinha, Dorinha, quando é um jogo consentido, onde as regras são bem claras, penso que as margens de manobras, argumentações e tergiversões são beeeem maiores e dá, penso eu, as tensões, intenções (boas ou más, risos), que alimentam, apimentam, temperam esse jogo, que bem feito, bem delineado, além do frissom necessário à paixão, à sedução, provoca o desejo de permanecer nele, caçando, sendo caçado/a e sobretudo, sendo aprisionado/a nesse elemento que desperta tantos sentidos, né? Porque uma vez seta, pode-se, e, é-se também, o alvo; porque quem lança uma flecha, vai junto, e quando esta acerta no alvo, há a explosão das misturas, o diluir-se no outro/a... Poema é pra isso sim, viajeira, que venhas fazer muitas viagens aqui, que esse Canto seja sempre teu porto de paragem, obrigada!
Um beijo atirado com muito carinho!!
;)
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Se você gostou, menina linda, já fiz meu dever de casa, risos. É sempre um prazer imenso ter-te aqui no Canto, com seu olhar de lince que enxerga muito além do superficial.
Um beijo, Maria, cheio de carinho!
;)
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Amarísio, divina mesma é a sua presença tão carinhosa aqui no Canto, com o seu cantar melodioso cheio de notas harmoniosas, entoando essas canções de afeto.
ResponderExcluirMas repare que a Gazela sabe que o precipício a levará para o cativeiro, onde os aromas, odores, suores e sabores, serão ao mesmo tempo, sinal e consentimento da caçada; aqui presa e predador se intercalam, ora a função está de um lado, ora está do outro, e nesse ir e vir, as espumas essências, anunciam os caminhos, fatais, mas porque não haveria, não há outra saída que não a entrega, o sucumbir diante dos sentidos e dos sentimentos.
E eu disse apenas o que sinto, nem mais, nem menos, apenas o que despertas em mim. Meu melhor obrigada mais uma vez e tantas quantas forem necessárias.
Quanto ao Vander Lee, não me ache antipática, mas já o escutei, todavia, ele ainda não me apanhou (nem me deu um tiro certeiro, e nem me deixou em cativeiro e tampouco cativada), é uma questão de tempo, quiçás, um dia, estarei conquistada? Risos.
Que sua fome do Canto nunca se esgote e nem sua sede sacie, que este seja um lugar cativo para ti.
Um beijo grande como se fosse um manjar dos deuses!
;)
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Fique à vontade, Luana, o Canto é um lugar que podes freqüentar quando desejares, e saibas que é sempre cheio de alegrias por causa das visitas que recebe, obrigada por teres vindo aqui. Seja bem-vinda!
Um beijo!
;)
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Mas quando te li, Diogo, fui remetida imediatamente à Clarice. Sim, é uma honra, ter elementos da poética dela, e gosto quando leio algo que me permite fazer associações (adoro essa coisa do encadeamento textual, a partir de outras narrativas, ou a intertextualidade, como queira).
Interessante sim, como tudo que é polissêmico, quisera que não extrapolasse apenas a semântica, néra?
Muito grata pela visita, o Canto é seu, sabes bem disto!
Um beijão grandão!
;)
Olá, Poeta, como vai você? Obrigada pelos votos, e ainda que com atraso, mas nunca são fora de hora, desejos de dias felizes, para as pessoas, não é mesmo? Pois bem, desejo a ti e aos teus, os melhores dias que possam ter, sempre!
ResponderExcluirGrata por sua visita, prazer em te ler e "rever".
Abraço!
;)
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Que bom, Érica, fico bem feliz com isto, sinto alegrias e prazer quando alguém se identifica com meus escritos. Obrigada, por ter vindo aqui, sejas sempre bem-vinda, faças do Canto um lugar de amplas identificações.
Um beijo!
;)
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Max!!! Olá, querida, prazer tão grande em ter-te aqui. Chama-me como desejares, contanto que me chames, risos. Escolha o que mais lhe agradar, e ainda tem a primeira partícula do meu nome, Val, que é assim que a maioria dos meus amigos queridos me chamam.
Sabes que eu fico num rasgo de alegrias e de Boca, quando leio a a tua interpretação? Consegues sempre chegar ao cerne dos sentidos tantos, todos, os mais variados, que imprimo quando da criação dos meus textos, parece que estás a me observar do momento da inspiração, durante todo o processo e depois quando finalmente as letras dançam ao som e ao tom da minha emoção.
Além do meu melhor obrigada, aceite meu beijo carinhoso!
;)
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Luma! Me contenta e muito me honra a sua presença aqui!
ResponderExcluirSim, se existe caçador, é porque há o que se caçar; e se, se caça, é porque existe o caçador, risos.
Mas aqui é uma deliciosa brincadeira com as palavras e com os sentidos apaixonados que estão aflorados, à toda a pele!
Um beijo, viu? E seja sempre bem-vinda!
;)
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Josias, não fazes idéia de como meus sentidos receberam e celebraram as suas palavras, generosas e afáveis; sobretudo porque dá-me imensa alegria em "escutar" os rasgos de interpretações feitas pelas pessoas que mais do que me lerem, me sentem. Consegues ao mesmo tempo fazer a junção e a disjunção do que escrevo com o retumbar do eco que em ti causo, causa, a sonoridade dessa minha escrita tão desabusada; mas instituída de intencionalidades (mexer também com os sentidos de quem sente aquilo que escrevi enquanto sentiam), porque mais do que escrever, escrever com simplicidade, porque não me atrevo e nem sei escrever diferente, e nem saberia, mas desconfio que já percebestes as tonalidades pedominantemente passionais nesses meus escritos, e sentir que lhe toquei, me deixa muitissimamente feliz, porque optei por escrever (ao menos tento), digamos assim, sobre o lado mais amoroso, romântico, apaixonado, sexualizado da vida, ou simplificando: as belezas que também fazem parte do nosso cotidiano, por vezes tão carregado de dificuldades, posto que, esse ofício de viver, tem também um lado profundamente obscuro e amargo, que tento equilibrar, e deixo essa tarefa à outras pessoas que o desejem, quero mesmo a leveza, e nem por isso me considero uma alienada, mas passa pelo campo das escolhas pessoais, sei que me entendes, risos... Aproveito aqui para dizer-te também do quanto eu amei o seu tratado melódico do meu singelo azul-mirtilo, penso que podemos desenvolver um poema a quatro mãos e um sem fim de emoções, a partir do seu texto-comentário...É uma proposta, quando estiveres com mais tempo e eu também, podemos tentar... A narrativa da rotunda, foi algo chocante, que presenciei, e eu gosto mesmo de escrever sobre o dia-a-dia, embora saiba das minhas limitações, ainda mais quando enveredo pelo campo da prosa, porque eu acho bem difícil, e tenho muita dificuldade em ser sintética (já percebeste por aqui, né?) Hehehe...
Quanto à sua poética, creio ser redundante dizer o quanto é maravilhosa, isso deves estar cansado de escutar, acaba por ser banal o elogio, mas como hei de fazer para dizer-lhe, se não consigo ainda fundar um outro código léxico, que possa (re)inaugurar o mundo em que habitam os seres inspirados como tu? O que eu devo dizer a alguém que consegue atrelar magistralmente, o pensamento, as sílabas, o `som e o sentido´? E numa espécie de desabafo ou tratado da solidão (perdoe-me, mas senti uma solidão denunciando, anunciando e enunciando o que permeia, ou permeava o seu íntimo, na altura da escrita desse seu belo poema), mas nem por isso, uma solidão perversa -acho até que escolhida, solidão de caso pensado - o caminhar consigo mesmo, que eu particularmente não vejo dor nem autopiedade ou auto-comiseração nisso, mas como se fora uma verdade estabelecida, um ciclo, uma moléstia que tenha lhe acometido, e tenhas que vivê-la, numa certa resignação... Ufa! Vou abandonar o comentário, senão nunca mais termino. Prazer imenso em estar interagindo contigo. Vou linkar teu sítio ao meu igualmente.
Beijo!
P.S.
A canção do Chico, seria a glória, mas confesso que apesar de conhecê-la, a música que me torturava o juízo, era exatamente essa que acabei postando ao pé do texto, e eu sempre me deixo levar pela música (e pelas imagens que elas em mim evocam)...
;)
Fláp! Fláp! Fláp! Sentindo e ouvindo o farfalhar notívago do Morcego, que ficou mais sorumbático e macambúzio com a minha escolha musical!
ResponderExcluirEu fico em estado de êxtase, quando alguém consegue, a partir da minha poética (tão informal, trivial), sentir e viver, emoções e sensações, em/de planos sensoriais diferentes. Me encanta muito saber que minha escrita desperta a sinestesia em ti.
Olha, eu busquei a música apenas com a Bethania, mas não encontrei, então foi o dueto mesmo. À parte dos exageros e posicionamento político-partidário da "Marrom", eu peço que tentes, fechar os olhos e não evocar a imagem da cantatriz, e escutar apenas a voz, como se fosse uma das grandes divas do jazz, vamos fazer esse aparte, vamos? É um desafio, consegues?
Um obrigada esvoaçante por sua presença aqui no Canto.
Hum, posso te anexar, linkar ou que seja, aqui no meu espaçozinho??
Beijo!!!
;)
Sua descrição é linda, traduz tanto de mim também, andei me atrevendo a usá-la também pelo orkut...espero que posssa ter essa permissa!
ResponderExcluirDesde já, um beijo.
Olá...
ResponderExcluirGratíssimo pelo comentário no metro quadrado das artes.
Seja sempre bem-vinda ao mundo das artes onde a emoção e a razão se equilibram divinamente.
Abraços.
Estive por aqui
Boca,doce boca,
ResponderExcluirUm beijo seu,pequeno que seja,já é um manjar dos deuses,um transbordamento de carícias,uma unção para o corpo e para a alma. Harmonioso,afetuoso e melodioso é o canto que sai desta sua boca, sempre pronto a levar(trazer)calor para os meus sentidos.E,já me sentindo cativo deste canto,sei que não me faltarão aqui pão e vinho para a minha fome inesgotável e a minha sede insaciável.
Não há o menor risco de eu considerá-la antipática por não gostar do Vander Lee,como já não o havia antes,nem haverá depois,minha cara.Você é um doce,uma pessoa especial,uma poetisa,uma escritora de sensibilidade e talento que,agora estou sabendo,não foi 'apanhada' pelo Vander Lee,como,certamente,não o foi por outros cantores,dos tantos que há por aí.Só isso,nada mais que isso.Quem sabe um dia eu acerte e lhe mande uma música de alguém de que ambos gostamos!Há chances,não há?
Pois é,falei muito hoje,mais do que de costume.Os dedos estão roucos.
Que seu final de semana seja maravilhoso,lindo e iluminado.
Beijos aos montes,cheios de carinho e admiração.
Caçada ainda é um dos meus temas preferidos! rs...
ResponderExcluirFicou delicia este poema. Erótico e lirico!
Beijo, mocinha!
Que lindo isto Val..."...caminhos fatais de vão em vão o precipício..." Continuas me encantando... E o vento? Será que ainda vem do Norte.
ResponderExcluirBeijos Linda!!!!!
Cheguei a sentir o movimento vertiginoso da dança que envolve a caça e o caçador, durante o ato, "de vão em vão", ofegantes, espreitando, esperando, buscando e, finalmente, consumando...
ResponderExcluirBeijos, carinho.
Oi, Val
ResponderExcluirAdorei tudo o que li por aqui.
Beijo
Naire
Gostei...Muito.
ResponderExcluirGosto disso!
Bj.