"Como é possível perder-te
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago"
sem nunca te ter achado
nem na polpa dos meus dedos
se ter formado o afago"
imagem: Roberto Lúcio de Oliveira
Olinda - XIX - IV - MMXIII
Maria Bethânia, Mensagem
é na carne que te inscrevo versos
livre de vestes
despudorada
à mostra tua cálida flor
esse altar sagrado
reluzente
esplendor
minha vontade azáfama
minha pressa de vida
pulsão presente
minha urgência de eternidade
minha pungente ambição
- chama acesa nos gemidos -
cobiça tracejada na carne
lava incandescente, pelve em brasa
vermelho fogo calor de vulcão
pele contra pele
- resvalando por entre pernas as nossas mãos -
olhos reluzentes em anoitecidos clarões
nossa escrita efeméride, doce insanidade
apago com a saliva e reescrevo rasuras
- voragem e precipício -
minha fome de mundo
o diário da nossa paixão!
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livre de vestes
despudorada
à mostra tua cálida flor
esse altar sagrado
reluzente
esplendor
minha vontade azáfama
minha pressa de vida
pulsão presente
minha urgência de eternidade
minha pungente ambição
- chama acesa nos gemidos -
cobiça tracejada na carne
lava incandescente, pelve em brasa
vermelho fogo calor de vulcão
pele contra pele
- resvalando por entre pernas as nossas mãos -
olhos reluzentes em anoitecidos clarões
nossa escrita efeméride, doce insanidade
apago com a saliva e reescrevo rasuras
- voragem e precipício -
minha fome de mundo
o diário da nossa paixão!
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Olinda - XIX - IV - MMXIII
Maria Bethânia, Mensagem
Em primeiro, registo a intercontextualidade que se sente
ResponderExcluirentre a citação, a imagem e os versos iniciais
(gosto deste processo de escrita, através do qual compões o mote)
De facto toda a poesia se inscreve na carne,
de quem a escreve, como sua parte,
de quem a lê, a quem poderia também pertencer
Depois, assinalo a desenvolvimento do mote pelos versos,
que se forma num crescendo harmonioso e vertiginoso,
assim se ilustrando o traço sensual do poema
Por fim, sublinho os belos versos que, na minha interpretação, marcam o poema
"é na carne que te inscrevo versos
livre de vestes"
Um belo poema, sem dúvida
Bjo.
Gostaria de partilhar contigo a postagem que publiquei hoje, dia 28/02/14, no meu blog A CASA DA MARIQUINHAS/
ResponderExcluirDesde já o meu “Bem hajas!”
PS – Desculpa o “copy & paste”
ResponderExcluirE a paixão se consome na chama de um instante ou de instantes.
Muito obrigada pelo lindo presente que levaste na voz de Maria Bethânia. Voltei a ouvi-la aqui.
Beijinhos, amiga.
Olinda
Belo mais este relâmpago
ResponderExcluirBjs
o sonho de uma paixão eterna. o sonho de nunca acabar. a osmose de um encontro em que a morte seja a ultima a encontrar o abraço amante. sonho de todos... sair da dormência do mundo e fitar o infinito!! e um poema por voar até ao fim da palavra.
ResponderExcluirum beijo
Um diário que apetece 'ler', de escondidos segredos e mistérios pecadores.
ResponderExcluirbeijos
Minha querida
ResponderExcluirSensualidade à flor da pele...Um belo e intenso momento de sentires que adorei.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Adequadíssimos, o excerto do poema da Maria Tereza Horta e imagem.
ResponderExcluirHá um TU de excitante (ou exaltante) paixão, que acompanha a expressão do inebriamento dos sentidos em quase todo o poema. Atento num NÓS na 5.ª estrofe e no último verso, remetendo para o envolvimento dos corpos, na reciprocidade da paixão.
Assinalo as belíssimas metáforas.
Um beleza sensual, com um desenvolvimento estrutural em crescendo..
Gostei imenso do poema.
BJO, Amiga :)
[e de trecho em trecho
ResponderExcluiroutra rima me ocorre
enquanto sou só o desejo
que escolhes....]
[tanta sintonia.....]
beij0