"Naturalmente as árvores em flor
e as borboletas voando amarelas
parecem hoje as mesmas de outros tempos:
como se o tempo não tocasse nelas".
Herman Hesse em Sol de Março. p. 219, da Antologia Poética, Andares
imagem: Katushika Hokusai
o que importa o amanhã
se nos temos agora
de quantos amanhãs se vive esse hoje
que distende e expande
uma contagem inversa de tempo
no reverso de um sentimento
que nasceu nas curvas inesperadas
de um passado
que reverbera
na linha do tempo
o que importa o amanhã
se todo o hoje existe
e insiste em ser apenas esse presente
a cada amanhecer
que transgride outro tempo
que redesenha o momento
que tateia em tela
aquela imagem bela
amparada pelo olhar
que contorna o floreio do riso da tua boca
que me planta loucos desejos de ir mais além
o que importa o amanhã
o que importa o tempo
o que importa o agora
se pelas mãos do inexorável se faz a hora
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Olinda, III - III - MMXIV
Lailson Blusbroders, Nesta Cidade
Pois, só importa o amanhã, porque há outros a nascer e queremos deixar-lhes um bom testemunho.
ResponderExcluirSaudações poéticas!
Um poema presente em que se sente o que realmente importa.
ResponderExcluirO riso e o desejo eternizam o momento,
Belo e bem conseguido!
Beijo amiga.
surpresas... armações
ResponderExcluirintenções (dis)simuladas
no calor das palavras
que atraem:
nelas, todos os amantes caem....
(amei a música. não conhecia . delicia de ouvir)
saudades.
Teimamos em pensar no amanhã e descuramos o presente; queixamo-nos de que o tempo passa depressa, mas vivemos o hoje já a pensar o que faremos amanhã; para quê? Quanto mais durar o hoje, melhor.O presente é o que importa, pois é o que temos de certo. Amanhã não sabemos se virá. Aproveitemos cada minuto deste dia, facamo-lo lindo, mesmo que escuro esteja; vivamo-lo com serenidade...calma, sem correrias para que assim seja realmente vivido." o amanhã não importa...o tempo só interessa ao relógio...ao calendário. Como diz Quintana " alguém resolveu dividir o tempo em fatias..." e ele tem razão; essas fatias só servem para que o organizemos melhor, para que haja alguma ordem na sociedade, mas para VIVER é melhor que o esqueçamos. Importemo-nos com o agora e façamos dele o nosso tempo. Beijinhos, amiga e parabéns! Gostei muito.
ResponderExcluirEmília
Fico sempre um tempo "saboreando" o prazer da leitura e organizando o "emaranhado" de sentires/reflexões que me provocou.
ResponderExcluirAtento na citação (que parece tão evidente e pouco lhe damos importância, pois nos centramos no nosso umbigo); por um lado parece oposta ao conteúdo do poema, por outro há uma relação: se elementos da natureza parecem imutáveis, então por que razão não nos prendermos apenas no hoje, no momento, no instante? (gosto muito destes vocábulos, tenho mesmo um poema apelidado de Instantes)...
Mas, pelo menos para mim, é muito difícil ainda ficar só neste estado, o futuro, ah esse malvado...
Gostei imenso deste poema, não só pelo questionamento retórico, mas sobretudo pelo desejo que infiro em viver um HOJE, um AGORA pleno, retido nos poros do sentir. Soou-me também emotivo...
BJO, amiga :)
O que importa o hoje se temos o sempre?
ResponderExcluirComo eu gostei deste poema.
Um belíssimo Poema, pleno de sonhos e desejos. Que importa o amanhã? Realmente, ontem, é passado; hoje, o presente, o agora, o já; amanhã... amanhã virá a seu tempo.
ResponderExcluirLindo.
Beijos
SOL
fico pensando a ler um licro antigo que fala da Lua que a Lua que vejo ainda é a mesma e há se ser ainda por muitas gerações, mas que, por outro lado, não é a mesma, pois a Lua de agora, se é a mesma de sempre, por outro lado é única e só a nossa geração poderá ver esta Lua, assim como só esta geração poderá ser esta geração, e só meus olhos serão meus olhos, assim como as coisa que vejo só eu as verei.
ResponderExcluirMais um belo vagaroso instante
ResponderExcluirBjs tantos
Ah! O tempo !
ResponderExcluirComo eu gostava que voltasse um pouco atrás e como eu queria que ele parasse à força de arrancar os ponteiros do tempo! Um poema lindo que nos prende de princípio a fim. Beijos Canto da Boca!
Amiguinha
ResponderExcluirSinto-me empolgada perante este teu poema que já li várias vezes, de todas as vezes que aqui tenho vindo. Interrogações que fazem parte de nós, nem sempre verbalizadas. Esta tua arte poética que pinta e esculpe imagens iguais a nós me fascina.
Desejo-te tudo de bom.
Beijos
Olinda
Uma aragem no hoje, no agora...
ResponderExcluirAmanhã será, se vier.
Beijos
SOL
Olá, Vall
ResponderExcluirLi e reli, porque uma leitura só não chega para abarcar tanta beleza e profundidade.
As árvores que hoje florescem são as mesmas de sempre, mas as flores não são as mesmas, embora pareçam, tal a sua semelhança.
Os dias podem parecer também iguais, mas cada um tem a sua particularidade, e cada um de nós o aprecia de forma própria e única.
Amanhã? Amanhã logo se verá...
Dias felizes.
Beijinhos
a curva que o tempo faz escreve-se num verso
ResponderExcluirno contorno das palavras que transgridem a limitação de uma existência perene
na marcação da hora precisamente presente
Nada importa
excepto, talvez, o significante reverso
Bjo.
o amanhã foi ontem. e mesmo assim, insisti com o tempo para que me deixasse saborear este poema intemporal
ResponderExcluirbjs
ResponderExcluirPor cá "Dia da Mãe"...
Desejo-te um excelente domingo, amiga.
:)
Beijinhos
Olinda