"é só porque me chamo 'eu'. Isso é tudo que você sabe sobre mim,
mas é suficiente para que possa sentir-se levado a investir
parte de si próprio neste eu desconhecido"
Italo Calvino em Se Um Viajante Numa Noite de Inverno. p.22
imagem: L. B. Vicente
uma promessa incumprida
no ardor de uma combustão
encontrou na noite vadia
naquela via em contramão
o avesso da sua fome
o outro lado da ilusão
seu eu no outro eu
o sonho na palma da mão
e diante do esplendor
de um momento inusitado
naquele jardim encantado
em que o mágico a encontrou
ficou do passado esquecida
sequer o futuro questionou
naquele presente infinito
refugiou-se nas horas fantásticas
e nunca mais aquela noite terminou!
----
Olinda, XXIII - I - MMXIV
Zelia Duncan, Tudo sobre você
E quando um " Eu " se encontra com o outro " Eu " em perfeita sintonia, numa noite mágica, de infinito extase, tudo se esquece...o passado, o presnte, as promessas mesmo as " incompridas " Vive-se o intenso presente e nunca mais a noite termina. O amanhã? Uma incognita que se , virar realidade se torna num presente para ser vivido com a mesma magia.
ResponderExcluirÉs uma excelente poetisa, amiga e aqui cantas o amor vivido no " esplendor dum momento " encantado ". Assim seja sempre!. Gostei muito! Obrigada por partilhares esse teu " desabafo " que pode ser o desabafo de qualquer um dos que te lêem. Beijinhos
Emília
O instante é já, é agora! Obrigada, Emília, fico feliz, imensamente, que tenhas gostado, és muito gentil e nós, o mundo carecemos desse sentimento.
ExcluirBeijinhos!
;))
ResponderExcluir[nesta cama
que é um deserto
a sede me ama
e me amo incerta]
beij0
(E de repente descobrimos que, sem nós não existimos, beijo, Margot!)
Excluir;))
Zélia Zuncan: Que bom encontrá-la aqui neste início de dia.
ResponderExcluirÉ certo que ontem estive aqui mas não tive a oportunidade de ouvi-la nem de comentar 'esta noite', que tem tudo para ser interminável.
Com o sonho na palma da mão, sem planos, nem grandes questionamentos, o que importa é o momento. E quantas vezes não nos deparamos com esse eu desconhecido, como diz Italo Calvino, travado na maior parte das vezes pelo lado convencional da nossa existência.
A imagem é linda!
Beijinhos
Olinda
De vez em quando vivermos uma perspectiva hedonista....
ExcluirBeijos, Olinda!
;))
Olá, Val
ResponderExcluirNoites mágicas não são para ser esquecidas, mas sim para serem vividas.
Mesmo com o sonho na palma da mão, a realidade pode tornar-se eterna.
Gostei muito do poema.
Bom fim de semana.
Beijinhos
São essas noites que magicam a vida, que nos permitem olhar o mundo com brilho de estrela nos olhos!
ExcluirBeijos, minha flor!
;))
Há noites que o encanto perdura
ResponderExcluirE existem permanências instantes
Bjo.
Há noite em que a vida se transforma...
ExcluirBeijo, Filipe!
;))
Se procurarmos o "eu" nos outros, encontraremos vários.
ResponderExcluirMas há um "eu" dominante ou, pelo menos, aquilo que a maioria dos outros pensa ser o "eu" principal de cada um.
Mas, na verdade, nunca conhecemos bem os "eus" dos outros.
Nem os nossos...
Magnífico poema, gostei imenso.
Minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Obrigada, Barcelli!
ExcluirMas é justo o inesperado que dá vida e o movimento ao poema, captaste bem a essência.
Ótimo resto de domingo para ti, beijo!
;))
De regresso para me deliciar em instantes em momentos, porque o tempo...é!
ResponderExcluirBeijos de luar
Bom tê-la de volta, querida Luna. O tempo... Estará?
ExcluirBeijo!!
;))
E a noite tornou-se, de repente, um presente infinito.
ResponderExcluirFantástico momento poético!
Beijo.
Obrigada, querida Teresa. A liberdade poética nos proporciona esses sonhos e encantamentos...
ExcluirBeijo!
;))
Um refúgio que por de mágico não poderia ser dispensado. E sequer era esperado. Belo! Bjs.
ResponderExcluirTalvez aí resida a magia? ;)))
ExcluirBeijo!
De projecção em projecção vamos até a ilusão cair e a desilusão fazer acordar... mas que o sonho não se perda.
ResponderExcluirBjo
"De projecção em projecção", até tornar-se real e eterno enquanto dure, quiçá? ;)))
ExcluirBeijo!
Olá! Que linda poesia, na noite pintada nas palavras! abraços
ResponderExcluirObrigada, Ives, abraços!
Excluir;))
Nada como surpresas inusitadas e saídas do nada.
ResponderExcluirGosto!
beijinhos
E que nos deixam arrebatad@s, eu também gosto, Pérola!
ExcluirBeijos!
;))
Gostei imenso desta abordagem. Há sempre múltiplos personagens dentro dum mesmo "eu". Encontrar o "gémeo", é prémio do destino.
ResponderExcluirBelo.
Beijos
SOL
Obrigada, Sol da Esteva. Quem sabe o encontro desse eu, poderia vir a ser a nossa redenção platônica??
ExcluirBeijo!
;))
...melódica, merecia ser musicada.
ResponderExcluirAfinal é o que todos buscamos, um refúgio nas horas fantásticas.
bj
Estejas à vontade, Armando, seria um prazer ouvir uma versão musicada. ;))
ExcluirPenso que sim, penso que todos desejamos um lugar fantástico para nos refugiarmos algumas horas.
Beijo!
Em nós tantos espelhos, tantos olhares, tanta magia!
ResponderExcluirE, conforme o momento, assim eternizamos o espelho mais fantástico!
Bjo, amiga. Envolvi-me...:)
Como diria Ortega Y Gasset: nós e as nossas circunstâncias... Que bom sentir a sua sensibilidade!
ExcluirBeijo!
;))
Tinha de responder: digo sempre "somos nós e as circunstâncias" em vários contextos, sem que, com isso, pretenda plagiar Ortega y Gasset. É a mais perfeita explicação para a atitude que tomamos em cada circunstância... O que confere a individualidade, a particularidade, tem a ver com o nosso mapa genético mas tem muito mais a ver com o todo vivencional... É o meu pensar reflexivo e apenas empírico...Bjo :)
Excluir