terça-feira, 12 de abril de 2011

celeste

imagem colhida na internet

era mais do que azul no céu
de tão cerúleo
misturaram-se com as nuvens
e foram brincar por aí

agora serão saudades
e nunca mais falarão azul
hão de dar novas formas
em nuvens

já não se preocuparão com a sorte
e em todos o que existe agora
é só esse rasgo, esse corte
e esse blues!


para todos que se foram violentamente no massacre de realengo.

Lula Côrtes - Desengano

13 comentários:

  1. Olho as nuvens e encontro-os a todos...!

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  2. de arrepiar as emoções, boquita! e de um valor poético imensurável. que bom que vc conseguiu fazer a catarse! às vezes a gente fica com aquele nó no peito, sem conseguir rasgar a dor!
    beijocas, querida.

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  3. Agora reparei que também aconteceu o mesmo ao teu blog... o mesmo contém conteudos reprovaveis ... rsrsrs


    Bjoooo (aparece)

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  4. Eu sabia que esse pseudo-alheamento, era uma maneira de se proteger e que a dor inevitavelmente ia explodir em poesia. Isso é você. Essa é você.

    Beijo, Branca!

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  5. Boca, seu canto sobre nossa tragédia me emocionou demais.
    Você conseguiu transformar a dor em poesia.

    Beijo.

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  6. Há momentos que não deviam existir!
    A cor azul... é um conforto, mas não apaga a dor!


    Beijos meus,
    AL

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  7. Oi CB,

    A maneira como cantaste a saudade é belíssima (fazendo com que este sentimento penoso seja suportável)!

    Beijos e bom fim-de-semana, minha linda!

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  8. Pois... porque as palavras poéticas também servem a lembrança da tragédia.

    Beijo, amiga, e bom fim de semana.

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  9. de todas homenagens, sentri mais profuda essa,sincera e comvente,

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  10. Amiga... Emocionante poema. É vida roubada... " e agora só esse rasgo, esse corte..." Beijo

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  11. Bravo! Para dizer o mínimo! Um legítimo 'blues', quase um 'spiritual' perfeito em proporção suficiente para uma homenagem póstuma como também para um poema independente e lindamente despretensioso - porém sublime! Lindo, emocionaste-me, mais até do que com a carta da postagem subseqüente! Abraço grande, bem como meu abraço solidário a todos os envolvidos nesta tragédia (sobre a qual falei em outro tom, bem mais polêmico, nos Morcegos)...

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  12. Esse poema é irresistível, apesar da dor

    Beijo, Branca.

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