imagem recolhida da internet
naquela noite queria apenas sentir
já se cansara de viver anestesiada
não sentir mais dor
nada a despertava daquela catarse
nem espinhos, nem rosa
nem os pingos de chuva
que gotejavam pela vidraça da janela
nada mais a tocava, nada
queria sentir qualquer coisa
queria ser qualquer coisa
queria ouvir qualquer coisa
um barulho ao longe
uma música de amor
um sax do Chet
uma canção da Piaf
um tango de Gardel
ah, esse silêncio que maltrata
que a obriga escutar-se
a esconder-se
a desfiar as lembranças
e as dores
como as miçangas arrebentadas de um terço
que se alojam em um canto da gaveta
que ninguém abre mais...
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XVIII - IV - MMXI
Almost Blue - Elvis Costello - com Chet Baker, sem mais palavras, apenas sinta.
Engraçado, mas muitas vezes eu acho que esses silêncios GRITAM rs
ResponderExcluirBeijos da Flor
O silêncio que escutamos... e que desfia lembranças. E o lirismo que mora em cada verso que crias. Lindo demais, poetisa.
ResponderExcluirDesejo uma Boa Páscoa e felizes dias.
Abraço forte.
Há silêncios que matam.
ResponderExcluirOlá, amiga!
ResponderExcluirPassei para lhe desejar
BOA PÁSCOA!
Bjjss
Quando a silencio demais pode desconfiar. Algo de errado ronda...
ResponderExcluirbjos
O poema é todo muito bonito, apesar de conotar uma grande tristeza, mas tem uma beleza muito particular, que é a sua maneira de escrever.
ResponderExcluirBeijo, Branca
Então sê com todas as tuas forças...!
ResponderExcluirNão permitas que te escondam!
Um jazzzzzz
ResponderExcluirpara ouvir
no silêncio dos pássaros
Se ela se escutar, já sentirá bastante coisa, inclusive as dores que ela tenta emparedar junto a seu eu marmorizado... Belo casamento entre imagem, (belo) poema e música, parabéns pelo bom gosto! Só não precisava daquela "aula de Biologia" nos Morcegos, rs: entendeste-me mal e acabaste por enveredar pela patrulha que o texto condenava, mas entendi teu comentário e o respondi! Abraço grande e um bom feriado de uma feliz Páscoa!
ResponderExcluire as dores
ResponderExcluircomo as miçangas arrebentadas de um terço
que se alojam em um canto da gaveta
que ninguém abre mais...
Nada me fere MAIS do que o silêncio.
Ô minha amiga, como amo ler-te!
Um beijo nesse coração tão nobre!
Vida de estátua não é mole não: chova ou faça sol a música tem uma nota só e o mesmo tom. Meu beijo.
ResponderExcluirSim, há silêncios que falam muitooo!!!
ResponderExcluiro silencio diz muitoe aqui ele se fez poesia
ResponderExcluirsilencios que duelen, silencios que lo dicen todo, silencios...
ResponderExcluirun fuerte abrazo!
É sim, o silêncio é doloroso, mas diz tudo e não deixa dúvidas, a gente é que gosta de se enganar.
ResponderExcluirBoa páscoa!
Feliz Páscoa pra você !! Obrigada pelas palavras que me deixou, são muito importantes pra mim
ResponderExcluirE se quiser participar do blog contando a sua história, sinta-se bem-vinda.
Beijos da Flor
sente-se e sinta
ResponderExcluirviva o império
dos sentidos
sinta o despertar
do que estava antes adormecido
ouça, toque e veja
dance, evoque e seja
a alma vai junto e seu corpo
floresce renasce e fica
rejuvenecido
Espero que sua Páscoa
tenha sido de muita luz
beijo
os silêncios, estes que nos fazem escutar a nós mesmos, estes às vezes doem. porque gritam o que nem sempre queremos ouvir.
ResponderExcluirseu poema é de uma sensibilidade linda. interessante como vc está trilhando novos caminhos. é uma busca literaria diferente, né?
beijocas
Bjs minha bela...como os dias estão horríveis...desafíamos nossas lembranças. Nosso mundo é tão pequeno...Quando caberemos dentro dele?
ResponderExcluirOi CB,
ResponderExcluirPungente, este poema.
O silêncio pode significar paz, sossego, também pode significar depressão, morte (no sentido mais radical).
Há tempo para tudo (como já dizia o Rei Salomão); mas o desafio é saber viver no silêncio (sem sucumbir à depressão ou ao falecimento de sentimentos, de emoções positivas ou mesmo físico).
Como diziam os Depeche Mode: Enjoy the Silence!
Beijosss de saudade!
em outras bocas, mil cantos de boncas cantando no silêncio gritante do poema, perto de tão distante, parto, porto, horto, bocas à prova, provo, torto?
ResponderExcluirb
l
nesse silêncio, silencio, cicio.
ResponderExcluirb
l
A imagem, o texto e a música são algo que divinamente se casaram muitíssimo bem. Senti uma pontazinha de nostalgia, coisa pela qual sou apaixonado...rsrsr...já te sigo de olhos vendados e na prancha de pirata...rsrs.....
ResponderExcluirBeijo !!!
Passe lá no meu blog.
ResponderExcluirSe gostar, me siga.
Felicidades, saúde
e alegrias duradouras, hoje e sempre.
Mega abraço iluminado. Gostei daqui e, espaçoso que sou, já tô dentro, te seguindo.
João
www.ludugero.blogspot.com
Um belo espaço cheio de belas palavras.
ResponderExcluirGostei de passar por aqui!
Um grande abraço