“Em cada esquina te vais
Em cada esquina te vejo
Esta é a cidade que tem
Teu nome escrito no cais
A cidade onde desenho
Teu rosto com sol e Tejo
[...]
Nas manhãs de tua ausência
Tão perto de mim tão longe
Tão fora de seres presente”
Manuel Alegre, Balada de Lisboa, do livro “Babilónia”, 1983.
imagem: arquivo pessoal
aquela luz que reverbera sobre o Tejo
são as reminiscências dos seus olhos nos meus
que a tudo observa
e captura imagens evocadas pela angular do desejo
passeio pela beira do rio
num tempo de dissonâncias
murmurando por um fio quase silente
o teu nome a diluir-se com o vento
no fluxo e refluxo das águas
se espraiando pelas pedras da Ribeira das Naus
carregando comigo apenas o antes e o depois
na esquina oculta da memória
acompanho o curso da água
escutando um cantar clandestino
do ponto mais profundo do meu ser
com toda a força dos meus ossos
uma saudade materializada
na solidão pré-outonal
se amplia na fluidez do Tagus
que deságua em mim
abandono-me neste destino fatídico
que me equilibra eras sem fim
cumprindo essa indesejada sina
a sua diáspora de mim
--
Lisboa, IV - IX - MMXIX
Nina Simone, Just Like a Woman
Que lindeza...
ResponderExcluirA vida é feita de momentos...
E estar aqui está sendo um momento especial...
Já estou seguindo e voltarei sempre que puder...
Se quiser, dá uma passadinha no meu também...
Quem sabe não gosta e segue também...
http://cristalssp.blogspot.com
Beijos
Ani
Viagem pela memória, onde encontro recordações, lugares, emoções
ResponderExcluirque quase identifico em mim.
O Tejo, Tagus, e as histórias antigas, presentes e...futuras, uma corrente em que nos enleamos e, ao fim e ao cabo, nos une.
Beijinhos, querida amiga.
Tudo de bom te desejo.
Olinda
Querida Amiga
ResponderExcluirComentei ontem e não consegui publicar, segundo creio.
Se verificares o contrário, apaga um deles, pf.
Com este tema surgem recordações, memórias, que dizem respeito ao passado com que nos identificamos, quase todos. O presente, esse, escorregadio faz par com o futuro. E nele cada um de nós perspectiva o vento que passa e vai-lhe atribuindo tons e sons conforme as emoções e experiências.
Tejo, Tagus - e as Tágides, ninfas, a quem Camões pede inspiração para compor a sua obra épica, "Os Lusíadas".
Belo momento poético, minha amiga.
Beijinhos
Olinda