"Que eu chorei
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim"
Que eu morri
De arrependimento
Que o meu desalento
Já não tem mais fim"
the little deer - frida kahlo
Existem certas situações em que, quando
um determinado fio se rompe, a vida também se quebra - o coração e a carne sangram - e é necessário
tempo para o conserto dessa quebra, dessa ruptura, dessa sangria.
Não é que tudo perca o sentido, mas é um momento onde a ilusão dá lugar à realidadee, essa é
sempre muito mais cruel, menos romântica.
Não é que tudo perca o sentido, mas é um momento onde a ilusão dá lugar à realidade
É
preciso coragem e força para seguir adiante, olhar o horizonte com
alguma partícula de esperança, é uma fase difícil, requer suportes,
ajudas externas e uma grande sanidade mental, um controle emocional que
muitas vezes não se dispõe, dado ao grau de envolvimento na determinada
questão.
Romper paradigmas não é simples.
E é sofrido, é jogar fora todas as "certezas" até então, é um destroço com o estabelecido, uma desconstrução que desloca qualquer pessoa do seu eixo, mas apesar disso, o sol não deixará de nascer, nem a lua será um fato impermanente, dias e noites cumprirão sua natureza, a vida prosseguiráà revelia das suas dificuldades & dores,
mas em você tudo terminará e nascerá outra alegoria de si, outra forma
de olhar a rotina e, até de vivê-la.
Algumas vezes um certo ceticismo,um azedume inexplicável - forma de proteção -, uma necessidade de
silêncio, a reconstrução. Carece uma dosagem extra de paciência, porque a
espera é sempre longa e cansativa.
Entretanto, diante de alguma amargura,por vezes a indiferença, o distanciamento e o silêncio, são os melhores remédios. Aprende-se a caminhar com as flechas encravadas no corpo, quiçá, após esse
cataclisma você ressurja mais tolerante, menos exigente, com menos expectativas, afinal, o outro também pode estar sentindo a mesma decepção...
Apagar tudo, passar a conhecida borracha do esquecimento. Embora na memória esteja tudo lá, alojado, guardado.
Resta aprendercom tudo e decidir o que fará com a lição aprendida (se é que se aprendeu algo), sofrer em demasia por algo que aconteceu e que é imutável (o passado, o vivido tem essa carga de imimetismo), pois já foi, ontem não retorna, que de acordo consigo, o que se devia fazer foi feito.
Só resta uma saída: prosseguir, le temps d' apprendre à vivre il est déjà trop tard...
Romper paradigmas não é simples.
E é sofrido, é jogar fora todas as "certezas" até então, é um destroço com o estabelecido, uma desconstrução que desloca qualquer pessoa do seu eixo, mas apesar disso, o sol não deixará de nascer, nem a lua será um fato impermanente, dias e noites cumprirão sua natureza, a vida prosseguirá
Algumas vezes um certo ceticismo,
Entretanto, diante de alguma amargura,
Apagar tudo, passar a conhecida borracha do esquecimento. Embora na memória esteja tudo lá, alojado, guardado.
Resta aprender
Só resta uma saída: prosseguir, le temps d' apprendre à vivre il est déjà trop tard...
Olinda, XXVII - IV - MMXVI
Chico Buarque, Desalento
Canto da Boca, minha amiga
ResponderExcluirDesculpa só vir hoje, depois da tua querida visita.
O teu texto diz grandes verdades. Depois da alma ferida,
quiçá também o corpo, continuar torna-se difícil e, por
vezes, quase impossível. Tem-se de ir buscar forças
no âmago do ser para continuar caminho.
Daqui envio-te o meu carinho, com votos de momentos
felizes.
Beijinhos
Olinda
Haja luz mesmo que se desmoronem as palavras
ResponderExcluirRomper paradigmas não é simples.
ResponderExcluirÉ necessário rasurar a palavra
e, renovando-a, prosseguir