sexta-feira, 22 de março de 2013

alucinação

"A minha alucinação
É suportar o dia-a-dia
E meu delírio
É a experiência
Com coisas reais"

sandy skoglund - raposas

engole-se o choro
retrai-se coração
pupilas brilhantes
estado alterado
alucinação

na vastidão do mundo
olhares desiguais
eternas diferenças
dentro e fora dos muros
nas calçadas e sinais

exército(s) de brancaleone
farrapos, restos, desumanização
mendicância, fome, desolação
civilização (?)
somos nós quem construímos

esse mundo cão, mundo cão!

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XX - I - MMXII

belchior, alucinação



11 comentários:

  1. Ainda existe um restia de esperança em cada um de nõs.

    beijo e um sorriso

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    1. Ainda resta e que a esperança não tenha cerimônia em entrar por essa réstia...

      Beijo, Carlos, obrigada por estares aqui!

      ;)

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  2. Pois é a realidade que temos e que não está a ser fácil mudar,é preciso dar um murro em cima da mesa e dizer basta!
    É necessários muitas alertas como este,as pessoas precisam se unir e demonstrar sua revolta em vez de ficarmos sentados no sofá,chega de engolir o choro e contrair o coração.
    Belo e muito oportuno.
    Beijo Val

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    1. Precisamos de coragem para darmos esse murro, e em todas as realidades que nos engolem e nos tornam infelizes...

      Obrigada pela presença, pelo forte e sentido comentário, Carlos, beijo!

      ;)

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  3. alucinações de mais um dia, para que a realidade não seja dolorosa.

    beijo e um sorriso

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    Respostas
    1. (E nem sempre temos essa sorte de um dia sem dor, não é? Mas vamos vivendo como é possível)

      Obrigada pela presença, Carlos, beijo!

      ;)

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  4. Respostas
    1. É... E nem nos damos conta da nossa responsabilidade...

      Beijo, querido!

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  5. Minha querida

    Um retrato deveras alucinante deste mundo alucinado. Em cada uma das tuas palavras uma verdade que fere pela sua realidade nua e crua. E patente, a nossa responsabilidade nos tijolos que juntamos a esta construção fatídica.
    Um mundo cão, realmente!

    Desejo-te uma Santa Páscoa.

    Beijinhos

    Olinda

    ***

    Amiga:

    Muito obrigada pelos teus excelentes comentários, em especial o referente a João Cabral de Melo Neto. Gostei de conhecer melhor, através de ti, este autor, e vou procurar ler mais sobre ele e a sua obra.

    Bj

    Olinda

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    1. Enganamo-nos se imaginarmos que não temos a nossa cota-parte ou não estamos todos interligados, somo uma rede traçada com fios indissolúveis, algumas vezes invisíveis, mas estamos entrelaçados, e o resultado da nossa indiferença, ou desresponsabilidade, dá nisso, não é, Olinda?

      Obrigada pela sua presença, sempre, querida!

      Um beijão!

      ;))

      P.S.
      Eu acabo exagerando, sou apaixonada pelo João Cabral, e aquele é o poema que mais amo, daí já viste, né? Acabo não me contendo no comentário, que mais parece uma tese. Fico feliz que tenhas gostado do poema e despertado para sua obra.

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  6. Um mundo de medos e rubras alucinações

    Um verso demente como pranto em dormente tempo

    Um poema-uivo

    Bjo.

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