quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

os dois

"Vamos viver o amor
vamos viver o amor e nada mais
Só o amor. Sem os efeitos colaterais".
Claufe Rodrigues


giorgio de chirico - the duo
os estilhaços demonstravam
o estrago fora feito
e pacientemente ela esperava
a reconstrução

varreu os cacos do chão
depois colaria a alma
resguardara-se com calma
vivera a expiação com resignação

uma purificação é tarefa divina
tem que esperar o sopro do céu
esgotar todos os grotões da existencia
e entender de  unguentos

porque sentir faz parte da cura
e sentir nem sempre é silencioso
e o inimaginável
é terapêutica  trama

e a atitude
e a quietude
e a plenitude
e a amplitude

ensimesmada olhando o teto
já sabia o que viria
porque havia no desvio do foco
um já lugar

dentro do outro
naquele largo olhar
já havia um lugar
naquele outro

sem maiores explicações!

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XXI -  XI - MMXI

luiz melodia  magrelinha

42 comentários:

  1. Todo o luto precisa ser feito.
    Há um tempo para tudo.
    E depois... se houver sorrisos... tanto melhor!

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    1. Tempo de recolher e tempo de despertar, tens razão, Manel! Sorrir ainda é o melhor remédio para os males da alma, do mundo! Obrigada pela presença!

      ;)

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  2. "Porque sentir faz parte da cura", "vamos viver o amor... e nada mais...!"
    Beijinho
    Quicas

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    1. É todo um conjunto de sentires, né, Quicas?
      E se todos conseguissémos 'viver só o amor sem os efeitos colaterais'... Que avanço e que economia de transtornos, não é mesmo?

      Beijinho para ti também e obrigada pela presença!

      ;)

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  3. porque reconstruir é sempre necessário mesmo que nao se consiga colar os cacos

    um sorriso :) e um

    beij

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    1. Não temos outra alternativa, não é Pi?

      Muitos sorrisos e beijos, querida. Obrigada por estares aqui!

      ;)

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  4. um largo olhar...
    de um sopro quente...
    um olhar num rosto...

    um olhar... sem ver...

    lugares...

    abrazo serrano

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    1. Um olhar que reconhece o lugar!

      Obrigada pela companhia, Mixtu, abraços (ao casal)!

      ;)

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  5. Minha amiga

    Uma forma talentosa de falar do amor, das dores da desilusão, quiçá, da separação. É mesmo certo o que dizes, 'sentir nem sempre é silencioso'. Muitas vezes nas lágrimas, encontra-se o unguento para as dores da alma. Depois é tratar de colar tudo e esperar por uma reconciliação, quando é o que um e outro desejam, e nem sempre são necessárias justificações...

    Fico sempre encantada com os teus belíssimos poema.

    Já consigo ver as actualizações do Canto da Boca.:)

    Beijos

    Olinda

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    1. O estrondo é dentro, pois não, Olinda? Um barulho ensurdecedor, mas o tempo é um aliado importante, rs.

      Eu agradeço imenso as suas palavras (tão fartas e generosas, uma delícia lê-la, aqui e lá no Xaile), além do prazer na companhia!

      Um beijo grande e aplausos para o "blogger" que finalmente foi condescendente comigo, rs.

      ;)

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  6. como Fénix. renascida...

    belíssimo.

    beijo

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    1. Foste no cerne do poema, M. Sensibilidade e compreensão em três palavras!

      Obrigada por estares aqui!

      Beijo!

      ;)

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  7. Respostas
    1. Obrigada, Sérgio, vindo de um talentoso artista, só devo agradecer! Obrigada pela presença!

      ;)

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  8. O desvio do foco afasta quebras e amarguras, quando já vividas o suficiente para serem esquecidas. Como sempre, belo!!

    Bjs.

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    1. É preciso sair do foco, é preciso outros interesses e paisagens, não é Marilene?
      Obrigada por estares aqui comigo, é sempre um prazer lhe receber, queridona!

      Beijos!

      ;)

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  9. A vida é feita de falhas, estilhaços, colagens..
    Tão bonito :)

    Beijinho*

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    1. Não temos outra alternativa, não é J.? Juntar e colar, sempre!

      Bonito é te ver aqui, menina, obrigada viu?

      Beijinho!

      ;)

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  10. Tudo aqui merece elogios, mas o que eu queria mesmo era comentar o que vi em Mangal das garças, quanta beleza! E quantos sabores não haverá por ali? Meu beijo.

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    1. Nossa, Jota, assim eu fico muito envaidecida! Mangal das Garças é um belo sítio para se estar, num só lugar, todo o clima, fauna e flora amazônica, e em pleno centro de Belém, um lugar de preservação, vá visitar, vale a pena!

      Obrigada por estares aqui, beijão!

      ;)

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  11. estilhaços..reconstruir..é tudo tão complicado na pratica ;)

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    1. Muito, Rafaela, o importante é não ter pressa e determinação para a cura, rs!

      Obrigada por estares aqui, volte sempre, será um prazer recebê-la!

      ;)

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  12. Primeira vez que estou aqui. Encontrei o blog por acaso. Gostei muito. Sua escrita é sutil e doce. Parabéns pelo blog. Voltarei aqui mais vezes.
    Conheça o meu espaço: blogestarcomvoce.blogspot.com

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    1. Obrigada pelos elogios, Cícero Edinaldo, o melhor de tudo foi que gostaste e se identificaste, volte sempre, será um prazer tê-lo aqui!

      ;)

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  13. O desvio do foco...apenas ajuda a criar sombras! Ou a ilusão delas:)
    Bjo

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    1. Desvio estratégico, questão de sobrevivência, Álvaro (sei que sabes bastante sobre isso), rs.

      É sempre um grande prazer ter você aqui!

      Beijo!

      ;)

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  14. E quem precisa de explicações depois de um roteiro 'decifrável' qual trama de rede?
    Quem precisa de explicações?
    O punho(da rede) revela o tempo do balanço. Às vezes revela, noutras esconde, por ter sido trocado, mexido, invertido, reconstruído, refeito, costurado. Às vezes, só às vezes carece-se da falta para a busca de outros ares, de outras tramas.
    Beijão bem grandão e vamos a marcação do nossos aniversários?
    Magna

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    1. Maga, Maga! Vamos sim, além dos nossos aniversários, para comemorarmos, o Dimas nos deve a comemoração do dele, rs.

      A propósito a associação dos sentires com a trama do punho da rede não poderia ser mais pertinente! Você como sempre indo no cerne da questão! Beijos de saudades!

      p.s.

      precisamos ligar para a moça natália que atendia gentilmente, e rindo, os meus telefonemas, que confundi com o seu nº de celular, no dia do seu aniversário!
      ;)

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  15. Sentir faz sim parte da cura. Sempre.
    E vc sempre remete ao sentir. Bom isso. E belo.
    Beijo, viu? Sigamos em frente.

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    1. É necessário esgotar os sentires, não é mesmo, minha tão querida Euza?

      Como sempre, bela e valente, e como é comovente essa força que brota de ti...

      Sigamos. E eu nem preciso dizer do quanto me honra sua presena aqui, não é?

      Beijo! Grandão!

      ;)

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  16. O mundo fica perfeito, quando dentro do outro encontramos o nosso lugar.

    Beijos, minha querida.

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    1. E esse lugar, esse outro, em nós, não é mesmo? A vida bem que poderia ser sempre esse encaixe! rs.

      Baby, é uma grande alegria sua presença aqui, adoro, obrigada, viu?!


      Beijos imensos!

      ;)

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  17. Respostas
    1. Obrigada pelo movimento, Eufrázio, o vento sempre nos leva a algum lugar, rs.

      É sempre um imensurável prazer lhe ter aqui no Canto!

      Beijos!

      ;)

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  18. Branca, deixei um comentário aqui, mas não o vejo?

    Bjo

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  19. Tá guardado no coração, 'visse'? Que é onde eu deixo as coisas lindas, lindas e particulares! Obrigada, querido, por tudo!

    Mil beijos!

    ;)

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  20. Santa Boca,

    O poema é o quebrar, o ajeitar, o refazer para quebrar, ajeitar e refazer de novo.

    O que é a vida, senão ocorrências cíclicas?

    Dimas

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  21. É uma obra de engenharia, caríssimo Dimas! Mais uma vez acertaste na intenção do poema.

    Abração e gosto de lhe ver por aqui também!

    ;)

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Prazer tê-lo/a no Canto, obrigada pela delicadeza de dispor do seu tempo lendo-me. Seja bem-vindo/a!

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