mas (d)o passado
tenho-o de cor
está escrito aqui
em cada linha do meu corpo
guardado nos desvãos
-no sótão da memória -
nos gestos fingidos
desde aquela noite
em que tua boca escarrou o veneno:
amo-te!
disseste-me intempestivamente
e saíste porta afora
- sequer olhaste para trás -
levando a minha paz
e a chave do meu peito
que nunca mais se abriu!
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Belém, XVII - VII - MMXI
E o Benno faz uma belíssima releitura do meu poema, obrigada!
nós somos
um reservatório ambulante
de lembranças
(feita de de desencontros
esperares
e esperanças)
e o futuro nada mais é
do que uma memória
que ainda está a ser construída
(uma cidade qualquer
uma estrada sem fim
ou uma ponte destruída)
não tem como não ser o que se foi um dia
não há como não ver como ontem a luz do amanhecer
ou deixar a sombra da noite as nossas lembranças obscurecer
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Ricardo Ribeiro, Porta do Coração - Carlos Conde.
Uma declaração de amor pode ser o início de um tormento, se intempestiva. Quem a faz sequer imagina o furacão que provoca no outro coração, a ansiedade que desperta... e frustração de uma desilusão.
ResponderExcluirLindo seu poema!
Bjs.
A 'porta do coração' tanto dá para sair como para entar...e o sótão da memória deixa sempre interstícios por onde espreitam as desilusões, os desamores, mas também os afectos um dia sentidos.E aí tudo pode acontecer, até uma entrada intempestiva mas...sumamente desejada.
ResponderExcluirA sua escrita me encanta!
Beijo
Olinda
Há memórias que nos acompanham sempre...
ResponderExcluirUm poema dito com o coração nas mãos!
"Bate é na memória da minha pele".
ResponderExcluirnós somos
ResponderExcluirum reservatório ambulante
de lembranças
(feita de de desencontros
esperares
e esperanças)
e o futuro nada mais é
do que uma memória
que ainda está a ser construída
(uma cidade qualquer
uma estrada sem fim
ou uma ponte destruída)
não tem como não ser o que se foi um dia
não há como não ver como ontem a luz do amanhecer
ou deixar a sombra da noite as nossas lembranças obscurecer
um poema belissimo na sua tristeza.
ResponderExcluirobrigada, por o compartilhar.
um beij
obrigada pela visita.
ResponderExcluirvolte sempre!
um abraço
Verdade
ResponderExcluirInvadem nosso coração
Nem pedem licença
E saem para beber
Um chop na esquina...
Você e o Benno (vou visitá-lo agora), que terno dueto...beijos, querida!
é uma grande honra para mim, eu que agradeço... um poema tao bonito o seu que me sairam esses versos assim de repente e naturalmente, se eu tive mérito é porque o mérito era todo seu :) beijo
ResponderExcluirO mérito é nosso, Benno, e não se fala mais nisso, certo? Eu adoro o exercício da intertextualidade!
ResponderExcluirRisos.
Beijo!
Já fui até lá, moça dos lábios carmim! Duas vezes...muito bom, viu? Aliás, para interagir contigo não poderia ser diferente.
ResponderExcluirMais beijinhos...
Ah, meu Deus, quantas vezes perdemos nossa chave e outro a encontrá-la. É sempre o outro. Parece até que a fechadura só se abre por fora.
ResponderExcluirLinda imagem que teu poema traz, Boca. Linda! Linda e doída e comum e verdadeira.
Dia desses talvez publique algo que está lá quietinho no rascunho do Sementeiras. Está lá quietinho, só recebendo adubo.
Beijão bem grandão.
Magna
... quando as palavras cantam
ResponderExcluirno sentido do voo
Contrastes que marcam e, por isso, persistem, fechados, no peito!
ResponderExcluirBeijinho
Quicas
É sempre refrescante visitar o seu blog!
ResponderExcluirBjsss
Que a Paz e o Amor estejam sempre presente em sua vida Sinta o que você diz...
ResponderExcluirCom carinho! Diz o que você pensa. Com esperança! Pense no que você faz.
com fé! Faça o que você deve fazer. Com muito AMOR. Sabe..
Eu ganho força,coragem e confiança E me sinto Feliz Através de cada mensagem que
VOCÊ me envia Continue me abençoando com seu carinho OBRIGADA DE CORAÇÃO
Beijinhos com muito carinho.
Evanir
Todas as portas dão para sair... mas também para entrar.
ResponderExcluirO teu poema é magnífico. Gostei imenso.
Também gostei do poema do Benno, que não conhecia. É um bom poeta, pela amostra...
Querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijos.
Belíssimo poema. Uma só entrada, com muitas saídas possíveis
ResponderExcluirBelo poema!!!!
ResponderExcluirMuita paz!!!
O passado que etá escrito em cada linha do corpo... As portas do coração por onde permitimos a presença. Depois... o peito dolorido, chaveado.
ResponderExcluirParabéns, amiga, pelo poema. É tão suave... mas grita tão forte. A releitura de Benno é linda. Beijo para os dois!
O jeito, o único jeito, é não deixar fechar. Então, fica assim, deixa-a entreaberta, porque atrás da porta, o amor é covarde.
ResponderExcluirDimas Lins
"... a chave de meu peito que nunca mais
ResponderExcluirse abriu...
momentos...momentos... fecham-se...