e tem essa pedra que rasga
expande artérias
risca delgada
dilatando fronteiras
expondo vísceras
carne viva
carne crua
além desse silêncio
- intrépido - e frio
que suporta
por um fio
a altura
do vazio
abismo das indefinições
adiante, uma sombra projetada
pássaro livre
- emparedado -
razão manifesta
que se debate
entre o real e o impossível caminho
que principia
uma incerteza que fere!
risca delgada
dilatando fronteiras
expondo vísceras
carne viva
carne crua
além desse silêncio
- intrépido - e frio
que suporta
por um fio
a altura
do vazio
abismo das indefinições
adiante, uma sombra projetada
pássaro livre
- emparedado -
razão manifesta
que se debate
entre o real e o impossível caminho
que principia
uma incerteza que fere!
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numa noite qualquer em Barcelona, março de 2009
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Espiem só que belo exercício, do Benno e da Piedade, mais abaixo, que fez a leitura de trás pra frente do meu poema, coisa que eu também adoro fazer:
em toda vida só venci
tudo que antes fizera medo
e este apenas fez retardar
o que de outra seria mais cedo
(o tempo é eterno tirano
o medo um conselheiro feroz
a coragem é inconsequente
só a dor da perda é atroz)
o passo que dei para frente
me foi sempre dúbio e incerto
tivera eu mais coragem na vida
e o longe teria sido mais perto
(retilineas estradas se antepõem
curvas tortuosas em desalinho
os declives e abismos que encontro
venenos que impedem o caminho)
a oportunidade de dourada
que nos é concedida uma só vez
deslizou toda vez que recuei
pelos meus dedos em toda escassez
em toda minha vida só não vi mudar
o que estivera morto e inerte
mas a vida é coisa que a todo momento
muda, transforma e se inverte
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Piedade
que principia
entre o real e o impossível caminho
que se debate
-emparedado-
pássaro livre
adiante, uma sombra projetada
abismo das indefinições
do vazio
a altura
por um fio
que suporta
-intrépido- e frio
além desse silêncio
carne crua
carne viva
expondo vísceras
dilatando fronteiras
risca delgada
expande artérias
e tem essa pedra que rasga
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fallen - presuntos implicados com a participação da randy crawford
em toda vida só venci
ResponderExcluirtudo que antes fizera medo
e este apenas fez retardar
o que de outra seria mais cedo
(o tempo é eterno tirano
o medo um conselheiro feroz
a coragem é inconsequente
só a dor da perda é atroz)
o passo que dei para frente
me foi sempre dúbio e incerto
tivera eu mais coragem na vida
e o longe teria sido mais perto
(retilineas estradas se antepõem
curvas tortuosas em desalinho
os declives e abismos que encontro
venenos que impedem o caminho)
a oportunidade de dourada
que nos é concedida uma só vez
deslizou toda vez que recuei
pelos meus dedos em toda escassez
em toda minha vida só não vi mudar
o que estivera morto e inerte
mas a vida é coisa que a todo momento
muda, transforma e se inverte
Lindo seu poema ;)
Beijos
Sempre temos um ser alado dentro de nós, apesar -ou mesmo por causa - das pedras que carregamos.
ResponderExcluirO poema parece ter trazido palavras a imagem. E a imagem...nossa!
Beijo!
Magna
Obs.:cadê tu a responder os emails? Dia 23 se aproxima.
Vejo-o como um poema de fuga para a liberdade...!
ResponderExcluir... o único caminho possível!
que principia
ResponderExcluirentre o real e o impossível caminho
que se debate
-emparedado-
pássaro livre
adiante, uma sombra projetada
abismo das indefinições
do vazio
a altura
por um fio
que suporta
-intrépido- e frio
além desse silêncio
carne crua
carne viva
expondo vísceras
dilatando fronteiras
risca delgada
expande artérias
e tem essa pedra que rasga
este é o seu poema lido ao contrário, também desta maneira fica muito bom e continua com a mesma interpretação.
Desculpe-me mas não resisti
Uma boa semana
Um beij
Olá,Canto da Boca
ResponderExcluirVim aqui ver as novidades pois lá do meu blog não se consegue ver...
E assim vou eu daqui revigorada pelo seu excelente poema,uma 'incerteza' que nos leva pela mão ao âmago da arte da boa escrita.
Também gostei muito das leituras feitas ao poema.
Beijos
Olinda
"carne crua
ResponderExcluircarne viva" são as melhores
Só a esperança nos salva das incertezas quando a certeza é inacessível.
ResponderExcluirBeijinhos :)
Olá CB,
ResponderExcluirParabéns ao Benno e à Piedade por um trabalho tão lindo e pungente.
Quanto à incerteza: a única coisa certa nesta vida é a incerteza (um instrumento de crescimento pessoal, incrível...na verdade, uma benção).
Beijosss de saudade
Carne viva,
ResponderExcluirCarne crua,
Que dor é essa,
Senão a saudade tua?
Dimas Lins
Poema forte, bem construído, que nos fala ao coração!
ResponderExcluirSublinho:
além desse silêncio
- intrépido - e frio
que suporta
por um fio
a altura
do vazio
abismo das indefinições.
EXCELENTE!
Beijos.
Profunda, intensa, tanto que às vezes machuca! Sempre você. Inesquecível! Porquê sempre tende a revelar segredos tão bem guardados?
ResponderExcluirUm bocado de saudades de ti!
Beijos, e mais beijos.
(Sempre eu. Quem sabe o meu segredo não seja o seu segredo, Jota Pê? Também tenho saudades suas, querido! Que estejas bem. Ontem eu escutei seguidamente o Nei Lisboa, sempre vou lhe agradecer por esse presente. Beijos e mais beijos para você também!)
ResponderExcluirDe incertezas se constrói cada momento nosso... expondo, sempre - tanto quanto essa incerteza o permita dizer - a nossa finitude, espaço aberto à esperança no devir!
ResponderExcluirBeijinho
Quicas
Gosto sempre do que leio por aqui.
ResponderExcluirSaudações poéticas
No sentido do voo
ResponderExcluirIncerto é o tempo (em silêncio)
ResponderExcluirE o verso que o escreve
"expondo vísceras
carne viva
carne crua"
Muito forte e muito belo
Bjo.
obrigado!
ResponderExcluirabraço
Incerteza... uma pedra que faz doer. O vazio, o frio e o silêncio. Incerteza que maltrata. Lindo, Boca, lindo demais. Tão profundo, tão doce. Mas também tão triste. Beijo
ResponderExcluirEu agradeço sua visita
ResponderExcluirA vida sempre une as pessoas no momento certo.
Que eu seja digna da sua amizade.
Nos momentos de aflição dividirmos nossas dores e pensamento
Que seu sonho e os meu sonhos seja abençoado por Deus.
Com nossa amizade e união possamos alcançar as estrelas.
De mãos dadas não terei medo da estrada a ser percorrida.
A minha fé iluminara nossos caminhos ,
E assim juntos seguirmos até onde existir vida.
Uma noite abençoada .
Deus abençoe seu carinho.
Bjs no coração.
Evanir
Você encantou, literalmente. Além de seu poema, em um estilo que apaixona, ainda complementou a postagem com uma brincadeira poética.
ResponderExcluirE assim nos expomos, em carne viva, para viver melhor.
Bjs.
obrigada pela visita ao maresias.
ResponderExcluirbeij
obrigada pela visita ao maresias.
ResponderExcluirbeij
O teu poema é notável.
ResponderExcluirParabéns pela excelência das tuas palavras.
Querida amiga, tem um bom resto de semana.
Beijos.