Vístula, Oder, Neva e Narva
aqui desaguam
dessa protuberância
e rasa profundidade
faço-me um Báltico
de onde um dia emergi
de extensão salobra
à doçura sucumbi
quando desprendi-me de mim
em teu escudo cristalino
vi minha face
que o vento em ondulação desenhou
como o ouro e a prata
em plena fusão
polimerização
me aqueces e me queima
insolubilidade e contradição
na terra azul
variação
princípio de tudo
duas palavras
entrega e capitulação
vulcânica temperatura
transformação
uma duas dez mil vezes
reformulação
da terra
e as montanhas do mundo
Andes Alpes Himalaia
e as escalas do tempo
fossilização
fluídica exudação
e quando tu teso
retém-te
em gotas de stalactites
sou tua Tabula Peutingeriana
estrada e segurança
translúcidos
cheios de pujança
és: minha rota do âmbar!
aqui desaguam
dessa protuberância
e rasa profundidade
faço-me um Báltico
de onde um dia emergi
de extensão salobra
à doçura sucumbi
quando desprendi-me de mim
em teu escudo cristalino
vi minha face
que o vento em ondulação desenhou
como o ouro e a prata
em plena fusão
polimerização
me aqueces e me queima
insolubilidade e contradição
na terra azul
variação
princípio de tudo
duas palavras
entrega e capitulação
vulcânica temperatura
transformação
uma duas dez mil vezes
reformulação
da terra
e as montanhas do mundo
Andes Alpes Himalaia
e as escalas do tempo
fossilização
fluídica exudação
e quando tu teso
retém-te
em gotas de stalactites
sou tua Tabula Peutingeriana
estrada e segurança
translúcidos
cheios de pujança
és: minha rota do âmbar!
E queimem-se, incendeiem-se, apaixonem-se, vivam a intensidade dos sentimentos. Trago obviamente, a Bethania, com a sua voz e a sua interpretação que dispensa qualquer comentário, o Âmbar, da Adriana Calcanhoto:
Tá tudo aceso em mim/ Tá tudo assim tão claro/ Tá tudo brilhando em mim/ Tudo ligado/ Como se eu fosse um morro iluminado/ Por um âmbar elétrico [...]/ Aqui do outro lado/ Tudo plugado/ Tudo me ardendo/ Tá tudo assim queimando em mim/ Como salva de fogos/ Desde que sim eu vim/ Morar nos seus olhos...
Que perfeito isso!
ResponderExcluirPreciso passar uns dias aqui pra realmente ler.
Maravilha de post, adorei demais menina você vai longe.
ResponderExcluirUm abração,
Ricardo Sérgio
Adorei o texto, demais voc~e vai longe menina.
ResponderExcluirUm abração,
RS
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue belezura!!!
ResponderExcluirFicou tudo muito bonito. Música, poema, tudo!
Abraço carinhoso.
salve, que belo poema, porque tem/detém, sem deter, o que em lingüistica gerativa, chamamos de recursividade, que é a capacidade que temos de produzir o infinito de combinações com o mínimo de sons, no caso da linguagem falada/escrita... pois bem, percebo essa recursividade poética em sua poesia...a isso também chamamos de estilo.
ResponderExcluirte convido a uma visita,
b
luis de la mancha.
salve, que seu âmbar crítico-interpretativo não precisa de savoir-faire de especialistas; é independente, cheio de autonomia e de heteronomias, tudo ao mesmo tempo agora; autonomia porque é próprio seu. próprio em termos de tecido de outros próprios, dos quais seu próprio apropriou-se e estilou-se,mas também heteronônimo, porque a autonomia não é nada sem a visada de e para a alteridade, para o outro, o que podemos chamar de imaginação utópica, q tem também em sua poesia...
ResponderExcluirbom te conhecer
b
luis de la mancha.
Ouvi Betânia, lendo seu texto.
ResponderExcluirE o âmbar, essa resina fóssil, que nos adorna a vida exterior, aqui...ele "queima".
E na metamorfose pela qual o "âmbar" passa está a vibração do seu ser, em contato com o outro que a "retém em gotas de stalactites".
Dá prá assistir à evolução das eras geológicas que explodem no enlace vibrátil.
É um hino de glória a um encontro de pujança.
Um canto de himeneu.
Um louvor ao ritual que percorreu e ensinou a "rota do âmbar".
Poema vulcânico! rs
Beijos.
Que rota mais interessante.
ResponderExcluirBjs
Oi,
ResponderExcluira partir de Maria Maria descobri o seu Porto seguro.
Uma primeira curiosdade: você é caboverdiana, por acaso?
De qualquer modo,
preciso ver com calma as suas postagens.
Voltarei
Sim, voltarei.
Abraços.
Realmente que tudo brilhe em você para sempre.
ResponderExcluirPort de sonhos, também de caçador e observador perspicaz.
uma boa semana.
tenho novidades.
beijossssssssssss
Obrigada pela visita a nossa casa!!!
ResponderExcluirA sua, também é muito confortável!
Gosto desse pensar questionativo, instigante e solitário.
Um abraço,
Maria Maria
Olá Canto da Boca,
ResponderExcluirQue imagem poderosa: faz lembrar a força da procriação.
Quanto ao poema: yah, está de acordo com a imagem...erotismo, sensualidade, paixão, orgasmo...
"duas palavras/ entrega e capitulação/ vulcânica temperatura/ transformação" - assim vejo a união de dois corpos que se transformam num só.
Amei este post..vai tão de encontro com a altura do ano! Invoca paixão e sexo: forças da criação (sob as suas várias formas)!
Beijão!!
Boquita, querida minha! Que om te ver de volta ao sacro e profano!
ResponderExcluirQue poema, menina! Não vou dar uma de critica literária - até pq nada entendo. Mas me curvo às imagens belissimas aqui criadas! Com uma certa inveja, diga-se de passagem! rs...
Que seja sempre cor de âmbar e feito de sucumbências o teu amor, mocinha!
Beijão