"Todos podemos, ao longo de uma vida, conhecer várias existências.
Eventualmente, desistências.
Aliás, o mais habitual".
José Eduardo Agualusa in Teoria Geral do Esquecimento. p. 45
Les amoureux en vert - Marc Chagall
Como uma cápsula recoberta por uma matéria impenetrável, o interior foi cingido da não-emoção.
A impassividade deu lugar a qualquer sentimento, a qualquer sentido ou percepção emocional.
Como se a vida, o passado, de repente, como um insight, passaram a ser apenas um tempo contado para trás.
Todas as histórias vividas transmutaram-se em ficção, em realismo mágico fantástico, em narrativas anônimas, sem autores, inexpressivos sobreviventes de um mundo em destruição, sem futuro, sem perspectiva, sem amanhãs.
Olinda, XVII - V - MMXIII
Clapton, canta do George, While My Guitar Gently Weep
Há momentos na vida, mais ou menos intermitentes, mais ou menos longos, em que nos vemos confrontados com o vazio, uma certa forma de caos. A meu ver, descreveste-os na perfeição.
ResponderExcluirBj
Olinda
Vez por outra a vida nos proporciona esses momentos, só nos resta observar e esperar.
ExcluirComo sempre, você vai no cerne da questão e mais uma vez obrigada pelo carinho e pela presença.
Beijo!
;))
Poderemos nós ter a ousadia de sermos absolutamente impávidos?
ResponderExcluirConseguiremos, vez alguma, destituir-nos de todos os sentimentos?
É sequer possível transmutar a memória inconveniente?
Talvez estas perguntas (tua escrita sempre levanta questões) encontrem a resposta na face da figura feminina da tela que ilustra - impenetravelmente - o texto.
Gostei imenso de rever tua escrita
E você, Filipe como sempre vê além das entrelinhas.
ExcluirA impassividade talvez seja a mais óbvia maneira de demonstrar os sentimentos tantos que cingem a alma.
Muito obrigada pela sempre amiga presença!
Beijo!
;))
Abriu sua postagem com uma colocação que tenho por muito verdadeira. O número de desistências é bem maior.
ResponderExcluirQuando nos fechamos, perdemos a direção. Por instantes, ou mais que isso, o vivido se compara ao não vivido, sem qualquer emoção. Bjs.
Esqueci de lhe dizer que, ao entrar em seu blog, duas páginas estranhas abriram. Fechei tudo e tentei de novo, para conseguir deixar um comentário. Bjs.
ResponderExcluirtenho vindo aqui, mas não tinha novidades, hoje deparo-me com este texto.
ResponderExcluirsabe, por vezes a vida prega-nos umas partidas que não estávamos à espera, é o que eu chamo acidentes de percurso.
é preciso olhar em frente, e virar algumas páginas...
deixo um beijo
:)