"E tudo que era efêmero
Se desfez.
E ficaste só tu, que és eterno"...
Se desfez.
E ficaste só tu, que és eterno"...
imagem: wassily kandinsky
ele gostava do kandinsky
ela do vermelho
ele era do samba
ela vivia no jazz
a vida para ele era um passo de dança
ela delirava com as nota musicais
para ele a vida era uma festa
ela planejava o mundo
entre todos os azuis
se perderam
a festa daquele encontro
acabou no malice
e nunca mais se viram
e nunca mais o riso
e nunca mais feliz
e nunca mais azul
e nunca mais kandimsky
e nunca mais vermelho
e nunca mais o samba
e nunca mais o jazz
a vida virou nunca mais
nunca mais
nunca
mais.
--------
E o belo filigrana que vamos tecendo, e vai se ornando de belezas como essa que a Piedade fez, reparem:
Ele admirava a arte da Paula Rego
ela delirava com o iman maleki
ele gostava dos Muse
ela ouvia Caetano e toda a música brasileira.
Ele era apaixonado pela música em sua vida
e ela dançava descalça em frente do espelho
imaginando-o enlaçado nela
ambos a conquistar o mundo sem medos.
Entre cores translúcidas de cinza e verde
e ela impregnada nos azuis
se encontram entre os cheiros
dos escritos numa Feira de Livros
E nunca mais se isolaram
nunca mais se questionaram
nunca mais a vida foi a mesma
nunca mais a imaginação cessou
E nunca mais ela dançou
e ele cantou
e o sorriso ficou
e o imprevisto não finou.
E nunca mais a vida se levou
nunca mais
nunca mais
nunca nunca.
Mais.
Olinda - XIV - VI - MMXIII
maria gadu canta, do chico e do edu lobo, a história de lily braun
Mas a vida é feita de contrastes....e desencontros :))
ResponderExcluirBeijinho
Daí talvez essa beleza toda, não é mesmo?
ExcluirBeijo, JPoeta!
;))
A vida é feita de contastes de desacordo cada um tem direito do seu (Eu), mas por vezes é preciso haver cedências,dialogue e compreensão de ambas as partes para que duas meias unidades se transformem numa só,deixar de parte preconceitos e guerras que não nos levam a algum lado.
ResponderExcluirBeijo
Perfeitamente, Carlos, há que se encontrar o compasso, a harmonia.
ExcluirObrigada pela presença, beijo!
;))
Nunca mais o verso
ResponderExcluirapenas reverso
Constante oposta à voragem do tempo
Também aprecio imensamente Kandinsky
Bjo.
Nunca mais é sempre o oposto dos tantos desejos postos e vividos... Não é, Filipe?
ExcluirTambém sou uma apreciadora do Kandinsky.
Beijo!
;))
Quem sabe o mar um dia
ResponderExcluirlhes devolva algum azul
Quem sabe, não é Eufrázio?
ExcluirObrigada pela presença!
;))
Cuánta razón llevas en lo de Kandinsky!
ResponderExcluirUn abrazo.
Cuántas, pues, quien lo sabeis?
ExcluirUn abrazo, Balamgo, gracias por su presencia!
;))
olá Canto
ResponderExcluiracho que começo a ficar viciada em te comentar desta maneira.
mas sem exagero e com um cunho completamente do teu poema aqui deixo a minha singela homenagem a um poema que eu gostei deveras.
sempre feito a quente e em cima do joelho como se costuma dizer
:
Ele admirava a arte da Paula Rego
ela delirava com o iman maleki
ele gostava dos Muse
ela ouvia Caetano e toda a música brasileira.
Ele era apaixonado pela música em sua vida
e ela dançava descalça em frente do espelho
imaginando-o enlaçado nela
ambos a conquistar o mundo sem medos.
Entre cores translúcidas de cinza e verde
e ela impregnada nos azuis
se encontram entre os cheiros
dos escritos numa Feira de Livros
E nunca mais se isolaram
nunca mais se questionaram
nunca mais a vida foi a mesma
nunca mais a imaginação cessou
E nunca mais ela dançou
e ele cantou
e o sorriso ficou
e o imprevisto não finou.
E nunca mais a vida se levou
nunca mais
nunca mais
nunca nunca.
Mais.
Confesso que eu adoro, e veja que belo filigrana vamos tecendo?
ExcluirGostei sobremaneira, dessa estrofe:
"E nunca mais se isolaram
nunca mais se questionaram
nunca mais a vida foi a mesma
nunca mais a imaginação cessou"
Fizeste um poema maravilhoso, Piedade, obrigada pela gentileza!
;))
se não houvesse o contraste, nenhum objeto poderia ser percebido. As estrelas são vistas por serem cercadas pela escuridão. Nada que se opõe, se opõe de fato, mas completa. Só o nunca mais se opõe ao sempre. E é por isso que, se por um lado, as coisas são sempre as mesmas, por outro nunca mais serão. beijos
ResponderExcluirNão dizem que "os opostos se atraem" (coisa da sua seara)? Daí a complementação.
ExcluirGosto dessa sua afirmação: "se por um lado, as coisas são sempre as mesmas, por outro nunca mais serão". Pois existe a passagem do tempo, que tudo leva, muda, transforma e vai-se construindo a permanência nessa impermanência, assim como o contrário também é verdadeiro.
Obrigada pela presença, Benno!
Beijos!
;)))
admirável esta cumplicidade poética...
ResponderExcluirum prazer poder desfrutar a vossa poesia.
e o privilégio da amizade
beijo
Piedade é para além de talentosa, generosa, o que muito me honra e alegra essa parceria. Assim como a tua presença por aqui outra vez, deixaste-me feliz, obrigada!
ExcluirBeijo!
;))
Essa é que é a grande verdade: Há sempre o Nunca mais!
ResponderExcluirBeijinho para si!
Como há sempre, o sempre! Seu comentário me fez lembrar de um textículo da Clarice Lispector, "podia-se ficar tardes inteiras pensando. Por exemplo: quem disse pela primeira vez assim: nunca"?
ExcluirObrigada pela presença, Calado, muito me honra!
Beijo!
;))
tem desencontro, mas tem beleza também, nos dois poemas, no seu e no da sua amiga.
ResponderExcluirbj
É isso mesmo, Rodrigo, o retrato do desencontro (o ser humano é um desastre), e de forma consciente... O que é bem pior, rs
ExcluirBeijo!
;)))
Minha querida
ResponderExcluirVoltando (ainda devagar), mas com muitas saudades e agradecendo o carinho deixado durante a minha ausência.
Um beijinho com carinho
Sonhadora
Seja sempre bem vinda, Rosa, e no seu tempo possível!
ExcluirBeijinho!
;))
O poema mostra bem os contrários, e como eles casam, embora conte do fim, nunca mais é tempo demais, e a vida é cheia de situações inesperadas.
ResponderExcluirBeijo.
A vida é cheia de contradições e por isso mesmo, surpreendente e inesperada, como colocaste bem, Sylvia. Mas vamos viver, o contrário disse é que é o fim, pois não?
ExcluirBeijo!
;))
Adorei a interligação dos poemas... bela cumplicidade!
ResponderExcluirUm abraço a ambas
A Piedade além de talentosa é de uma generosidade ímpar, está sempre valorizando de maneira indelével, a minha escrita.
ExcluirObrigada pelas palavras e pela presença, volte sempre, o Canto é seu!
Abraço!
;))