"O sol dos sonhos
derreteu-lhe as asas.
E caiu lá do céu
onde voava,
ao rés-de-chão
da vida".
above the town - marc chagall
o fato
é que ainda somos silêncios
na tentativa
de sermos
pássaro
talvez seja o silêncio
a melhor forma
de nos entendermos
de nos estendermos
de nos dilatarmos
enquanto fazemos
(juntos)
esse voo de ícaro!
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E me emocionanando sempre, o Filipe Campos Melo, traduz assim:
somos silêncio
somos do silêncio
A tentativa
A hipotética via
O entendimento
"todo o voo anuncia-se na queda"
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Sempre muita atenta ao poema, Piedade Araújo Sol, reflete em/uma autopoiésis:
Talvez ainda eu consiga
Reverter a mitologia
E inventar voar no mar
Sem queimar as minhas asas
Talvez
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Veneza - XVIII - V - MMIX
stereophonics - maybe tomorrow
ResponderExcluirBom dia, minha amiga
Belo quadro, onde vemos um ícaro que não se priva de levar no seu voo sonhador a sua metade, deixando cá em baixo as misérias e o lado não poético da vida.
E Miguel Torga, sempre tão expressivo nas suas palavras, a servir-te de mote...
Muitas vezes as palavras são feitas de silêncio, embora existam, não é preciso pronunciá-las para se inicie um longo e profícuo diálogo, feito de harmonia e muito amor.
Não há voos impossíveis! Eis o que aprendi hoje com o teu belo poema.
Beijinhos
Olinda
Eis o cerne do poema, Olinda: silenciar e voar, entendeste-o tão perfeitamente, querida, melhor não seria dito!
ExcluirTorga está entre os meus preferidos, sempre, sou apaixonada pelo livro, "Os Contos da Montanha", comprado aí mesmo em Lisboa.
Um beijo e grata sempre pela amizade, um beijo!
;)
Olá, Val
ResponderExcluirPermite-me fazer minhas as palavras da querida amiga Olinda, que tão bem soube interpretar e expressar a tua postagem.
Um muito feliz Dia das Mães.
Beijinhos
Mariazita, minha flor, olá!
Excluir"Permitido est", obrigada pela presença, sempre querida, pelos desejos, que é o mesmo que quero para ti, felizes dias, sempre!
Um beijinho e muito carinho!
;))
um silêncio que diz muito, Val
ResponderExcluirbj
Para o entendimento entre pessoas que se respeitam, admiram e se amam, o silêncio já é uma borbulhante forma de expressão, rs.
ExcluirBeijo e obrigada pela presença, Rodrigo!
;)
que escreve assim bonito, deve certamente saber voar. me conta o segredo. beijo
ResponderExcluirBenno, talvez a tentativa de escrever, estimule o voo; ou voar é a própria escrita nesse desejo?
ExcluirQue alegria lhe rever, obrigada pelas palavras e pela presença amiga!
Beijo!
;))
Há músicas que tem a sonoridade do que falam em poesia, parece que melodia e letra nasceram juntas para combinarem tanto. Um exemplo recente(pra mim) disto é a música Duas Caravelas de Maciel Melo e Geraldo Azevedo. Linda!
ResponderExcluirE o teu poema, Val, é puro voo. Teu poema fala o que é. Lindo!
Beijão.
Magna
Magna, querida, algumas vezes não dá para ficarmos em terra, planar um voo sobre os sonhos é mister para a própria sanidade...
ExcluirTens mesmo razão, algumas vezes, música e letra, nascem geminadas.
Um beijão e de novo reclamo a saudade!!
;))
somos silêncio
ResponderExcluirsomos do silêncio
A tentativa
A hipotética via
O entendimento
"todo o voo anuncia-se na queda"
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Sempre levo versos
Sempre me rendo à sensibilidade e sabedoria da tua poesia
Bjo.
E eu me emociono sempre com a profundidade da sua interpretação, dos meus versos simples, sabes como ninguém fazer a leitura deles tornando-os sofisticados. Obrigada, Filipe!
ExcluirBeijo!
;))
Olá Cantinho, maravilhosas as palavras de Miguel Torga, maravilhosas as tuas e as do Filipe, são palavras que eu amo e guardo como tesouros, para me curar quando o "o sol dos sonhos" me queima as asas e eu fico caída no "rés-do-chão da vida".
ResponderExcluirUm abraço forte.
Baby, amiga querida, que mais eu posso desejar nessa vida?
ExcluirÉ uma grande honra para mim saber que minhas singelas e acanhadas palavras, causam algo de bom em ti. Digo que sinto o mesmo quando vou ao Barlavento e me deparo com tanto sentimento espalhado, como perfume, ou algodão no vento...
Obrigada pela presença carinhosa, mas obrigada, sobretudo pela amizade!
Um beijão!!
;))
Quantas vezes no silêncio são ditas palavras para a resposta ás dúvida que nos atormentam!!!
ResponderExcluirNão necessitamos pronunciá-las para sermos ouvidos.
Seu poema é lindo Val,beijo
Algumas vezes não, penso que isso depende da sintonia, da importância, da necessidade. Silenciar às vezes é a própria sobrevivência.
ExcluirMe alegra saber que meu poema lhe disse algo, obrigada pela presença e pelas palavras!
Beijo!
;))
ResponderExcluirTalvez ainda eu consiga
Reverter a mitologia
E inventar voar no mar
Sem queimar as minhas asas
Talvez
.
(faz muito tempo que tento entrar aqui, mas, não tinha acesso)
uma boa semana.
:)
Talvez, já que a vida nos sinaliza tantas possibilidades, não é Piedade?
ExcluirEsse blogger é meio temperamental, não sei explicar o que houve, uma vez que o acesso é livre, de todo modo, seja bem vinda de volta, obrigada pelas palavras e pelos votos!
;))
Uma bela pagina de poesia - com três autores que nos fazem compreender melhor um voo no silencio. Da vontade de dizer: empresta-me as tuas asas!
ResponderExcluirAdorei ter entrado hoje no teu canto.
Beijinho.
Obrigada, Teresa, fico feliz que tenhas gostado, sinta-se à vontade, o Canto é seu, será um prazer tê-la aqui.
ExcluirBeijo!
;))
Lindo, Boca, apesar de entender a metáfora do Sonho de Ícaro, como uma ilusão, e que tudo acaba derretendo!
ResponderExcluirBeijo.
Pois sim, tudo é de cera, rs.
ExcluirBeijos, querida, obrigada pela presença!
;))