"...Num país sem nome
Ou numa terra nua
Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua."
solitude - marc chagall
sem louros, flâmulas, medalhas
pódio de chegada
tampouco aplausos
não houve vitórias
mas grandes derrotas
fomos vencidos
não há vencedores
fomos atropelados na corrida da vida
no afã de conquistar o mundo
perdemos o passo seguinte
o abraço seguinte
o triunfo foi inimigo letal
uma glória vã
brilho fugaz
de quem não se satisfaz
com os simples encontros da vida
os fogos que explodiram
anunciavam o fracasso
do que um dia foi
gentileza, diálogo, compreensão
mas que chegue logo o tempo da paz
do amor e do perdão!
------------
E o Filipe Campos Melo, como sempre, vai além, enxerga tantas outras possibilidades...
Um triunfo vão
temporário
preso num calendário
uma incompreensão
E o verso que escreve a memória
amargamente
repetidamente
exaustivamente
como um eco que se prolonga na demora
...
Que venha o tempo agora
--------
Gosto muito da interação, da intertextualidade, e trago-vos o poema e a presença marcante da Piedade Araújo Sol, que pode ser vista e lida em seus dois blogues, vale a pena visitá-la: http://olharemtonsdeflash.blogspot.com.br/
e http://olharemtonsdemaresia.blogspot.com.br/
Vitórias inúteis
derrotas infiéis
amargas
Vencedores vencidos
amarrotados no silêncio
do mundo atroz.
Glória hipotecada
na derrota fria
com fim mordaz.
É assim a vida
por vezes sem nada
apenas o sonho.
Que ainda se faz.
Olinda - XI - XI- MMXII
Paulinho da Viola, Dança da Solidão
Eis o canto da boca, eis um espaço de arte e de reflexão.
ResponderExcluirCarecemos dos blogues... o face está fazendo os blogueiros migrarem... que pena!
Olá, vizinho, prazer lhe rever por aqui. Eu sou uma insistente (mais que resistente, acho), apesar de alguns hiatos, ainda fico por aqui, esse é um espaço pelo qual tenho especial apreço. Obrigada pelas palavras, é sempre um valor agregado, um comentário seu.
ResponderExcluirE quando vamos repetir o nosso café, e aquela prosa saborosa, ao vivo e em cores?
;))
Sophia tem razão: não podemos deixar de estar presentes!
ResponderExcluirFizeste um bom post.
Beijinhos
Obrigada, São, pelas palavras e pela presença!
ExcluirBeijinhos, querida!
;))
Não são precisos medalhas, pódios ou aplausos para o amor do perdão.
ResponderExcluirBeijo
Não, não precisa nenhum alarde, apenas a compreensão, se houver amor, o perdão chegará, não é mesmo??
ExcluirBeijo!
;))
Cá virei, com tempo...
ResponderExcluirBjo :)
Serás sempre bem vinda, em qualquer tempo, querida.
ExcluirBeijo!
;))
um pouco triste, um pouco real, mas é lindo, Val
ResponderExcluirbjs
Um pouco, pode ser, mas não tome tudo ao pé da letra, "o poeta é um fingidor", como preconiza o Pessoa, rs.
ExcluirBeijo, querido!
;))
Olá, Val
ResponderExcluirÉ preciso, é urgente, é premente! que chegue o tempo do perdão.
Com muito amor... vamos lá.
Uma semana feliz. Beijinhos
Sempre em frente, o perdão é a nossa brandeira! rs
ExcluirBeijos, Mariazita, um prazer lhe ver aqui!
;))
Um triunfo vão
ResponderExcluirtemporário
preso num calendário
uma incompreensão
E o verso que escreve a memória
amargamente
repetidamente
exaustivamente
como um eco que se prolonga na demora
...
Que venha o tempo agora
___
Com a profundidade que tua poesia tem
muito além do verso, dentro da palavra
Bjo.
Temporário, como a vida, amordaçado num espaço, perdido, incompreendido, sem nexo, um verso sem cor, ecoando no porão do tempo, retendo num canto qualquer, o que um dia foi.
ExcluirO tempo que está chegando, e vem anunciando novos e fecundos dias de poesia(s), rs.
Comentário inspirado e inspirador, Filipe, e é com alegria que sempre lhe vejo mergulhando no profundo dos meus versos, uma grande honra para mim.
Um beijo, querido!
;))
Até que a voz nos doa
ResponderExcluire mesmo que doa
para lá do azul
É preciso doer para que o azul em nós não se extinga, sabes bem de um murmúrio "blue", não é mesmo Eufrázio?
ExcluirObrigada pela presença!
;))
Que saudade eu já tinha e que bom eu ter vindo; Excelente...
ResponderExcluirDemorei-me em cada verso...porque cada um é uma imensidão de sentires.
Bj
BlueShell, agora também em
www.omocho.info
com o nick
Whiteball
E que alegria lhe rever aqui, Blue.
ExcluirSuas palavras multiplicam meu poeminha, e fá-lo gigante.
Obrigada pela presença, querida!
Beijos!!
;))
O tempo diz ao tempo que a vida é um momento num imenso tempo cruzado com a eternidade!
ResponderExcluirbeijo!
Uma eternidade que pulsa no aqui e agora!
ExcluirObrigada pela presença, Alexandra, beijos!!
;))
Vitórias inúteis
ResponderExcluirderrotas infiéis
amargas
Vencedores vencidos
amarrotados no silêncio
do mundo atroz.
Glória hipotecada
na derrota fria
com fim mordaz.
É assim a vida
por vezes sem nada
apenas o sonho.
Que ainda se faz.
Nada mais precisa ser dito, fizeste-o divinamente bem. Tenho percebido o mundo assim: perdido e vencido!
ExcluirBeijo, Piedade, obrigada pela presença e pelo profundo poema!
;))
estou a sorrir!
ResponderExcluirpelo destaque do comentário poema.
acho que se não achares mal, também faço um poste com ele.
obrigada!
:)