"O céu, para mim, era aquela cauda de puro brilho
que atravessa o céu azul, aquela fusão fria além de toda cor".
que atravessa o céu azul, aquela fusão fria além de toda cor".
Marguerite Duras in O Amante. p. 89
joguei fora as flores de frida
as flores de frida kahlo
estavam já sem vida
desbotadas
amassadas, cores desmaiadas
amanhecidas, desalinhadas
joguei fora todos os sonhos
junto com as flores de frida
todos os sonhos
de todas as matizes
descolori os dias
tudo feneceu
e desde então todas as cores desistiram
amontoaram-se em sépia
até a noite era sépia
sépia como tu não gostas
sépia como a vida
que passa desbotada
morna
e mora entre o horizonte
e a líquida distância
da saudade
da ausência
cristalizada
que se esconde atrás do céu rasgado
espalhada entre as nuvens
que se movem tristonhas
esquecidas
no céu em sépia
sonhando reter um dia
as cores de frida kahlo!
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Olinda - XX - IV - MMXIII
adriana calcanhoto canta, esquadros
E ao som da Adriana fui lendo e olhando para os meus sonhos....não se jogam fora Canto.
ResponderExcluirBeijinho e bom fds
Nem sempre eles são realizáveis, nem sempre valem a pena, têm sonhos de toda modalidade, rs. Entretanto, sonhar é o que mobiliza a vida, nos mobiliza. Algumas vezes é preciso rever os sonhos, retomá-los... Mas não esqueças, "o poeta é um fingidor", nem tudo que está escrito é real, pode ser inverossímil, ou não...
ExcluirBeijo, JP, obrigada pela presença. O final de semana foi espetacular, cheio de shows, como eu gosto, espero que o seu tenha sido maravilhoso também!
;))
Flores,cores mais ou menos vivas podemos sempre substituir,os verdadeiros sonhos esses nunca,quanto muito adiados.
ResponderExcluirLindo poema Val
Será, Carlos? Para mim todo sonho é verdadeiro, mesmo aqueles que nos causam dores, decepções, foram sonhados, foram sentidos, desejados, mas enfim, é só mais uma opinião...
ExcluirObrigada pelas palavras e pela presença!
;))
denotando um certo desalento o poema é firme mas, os sonhos nunca se deitam fora.
ResponderExcluirmas e se assim acontecer, podem ser sempre renovados e reinventados com novas cores e sabores.
uma boa semana.
um beijo
Sim, acredito nisso, na reinvenção, na renovação, pois a vida não é mais que isso.
ExcluirBoa semana para ti também, Piedade, obrigada; assim como pela presença e o carinho.
Beijo!
;))
Me gusta mucho tanto las flores de Frida como el poema. Son magníficos.
ResponderExcluirSaludos.
Gracias, por sus palavras y por su estada aqui. Yo tengo una gran pasión por Frida, y una gran admiración...
ExcluirSaludos!
;))
Os tons frios do verso
ResponderExcluirE a indiferença da cor neutra
O horizonte nunca é o caleidoscópio que o poeta sonhou.
Bjo.
Não é, mas vamos pincelando com as cores que podemos.
ExcluirObrigada pela presença, Filipe!
Beijo!
;))
Piedade, não sei o que fiz, mas seu comentário "sumiu", desculpe, entretanto, claro que podes publicar, o que desejares, risos.
ResponderExcluir;)))
Na verdade é sempre possível pôr ordem
ResponderExcluirna desordem de cores dos jardins
Acredito que sim, depois das cores e flores desbotadas, elas hão de surgir outra vez!
ExcluirObrigada pela presença, Eufrázio!
;))
E flores
ResponderExcluire cores
...
E no jardim a vida se refaz, sempre.
Saudades de você... saudade de passear pelo mundo blog. Ainda voltarei a ter o tempo necessário. Abração.
Sempre! Talvez o que faz a vida e o jardim serem lindos, seja exatamente a condição de cíclicos.
ExcluirMaravilhoso lhe rever aqui, amiga, não se preocupe com o tempo, sei que nem sempre podemos tê-lo como desejamos.
Saudades também, e das nossas farras e bagunças com a Loba Euza.
Abração!!
;))
Olá!Boa noite!
ResponderExcluirAprecio a arte de Frida e as suas cores quentes! Com a imaginação fértil de poeta tudo se consegue...até esbater as cores das flores de Kahlo!
Gostei do poema. Bom domingo.
M. Emília
Olá, Maria Emília, boa noite!
ExcluirSou uma fã e admiradora mais que confessa do trabalho de Frida, um resultado direto da sua vida. Essa mulher forte e frágil ao mesmo tempo, que foi "criadora de sua própria personagem, tema de sua própria obra". Para mim ela faz parte dos grandes nomes e "artistas fundamentais da arte mexicana e mundial".
Eu gosto imenso de uma das tantas declarações de Diego Rivera, sobre Frida, que diz mais ou menos assim: "quero falar de Frida não como marido, e, sim... como artista e admirador. Sua obra é ácida e frágil ... dura como aço e fina como a asa de uma borboleta... cativante como um sorriso... e cruel como as agruras da vida. Creio que jamais, até hoje, uma mulher depositou... tanta agonia e poesia nas telas”.
Melhor e mais emocionante não poderia ser dito, não é?
Agradeço sua visita, e suas palavras a (n)/este Canto. Volte sempre é um grande prazer tê-la aqui!
Uma ótima semana e um beijo!
;))
Bom texto.
ResponderExcluirVisitei a exposição de parte da sua obra no CCB há anos.
Boa semana
Obrigada, São, pela visita e pelas palavras, e que privilégio o seu ter visto parte da obra de Frida.
ExcluirBoa semana igualmente!
;))
se eu souber onde foi que vc jogou esses sonhos fora, vou buscar, hein? tá lindo, Val, apesar da tristeza contida nele.
ResponderExcluirbj
Metáforas, querido, tanto o sentido de desfazer-se, como os sonhos, coisa dessa gente que escreve, tudo pode ser inverossímil (ou não)!
ExcluirBeijo!
;)))
A saudade deixa mesmo tudo sem cor.
ResponderExcluirBeijo.