“O
silêncio é a mais perfeita expressão do desprezo”.
Georges Bernard Shaw
galatéia de esferas - salvador dalí
extraíra da pedra sua força e seu silêncio
e o mineral fragmentou-se
mas não perdeu sua natureza ignis
no complexo processo de solidificação
preenchia fissuras
conservava ranhuras
e a composição:
transparente gema
estranha
ao fogo
complexa e ambígua
nacarada e brilhante
de con nu ção
s ti a
composto reacional
entre tantos acidentes
corrosões e colisões
contabilizava o tempo
um aliado
em diversas ocasiões
e no torpor da mudez
fossilizou as emoções
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E o Filipe Campos Melo, sempre proporciona esse diálogo, traz ouro-poema, pedra-poesia e nos multiplicamos:
Líquida lágrima de pedra permanece pendente
Silente silêncio invade vago espaço
Fragmentado fogo no verso fissurado
Reagente entreposto em tempo decomposto
PETRIFICAÇÃO
Poema fossilizado
snow patrol - you could be happy
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E o Filipe Campos Melo, sempre proporciona esse diálogo, traz ouro-poema, pedra-poesia e nos multiplicamos:
Líquida lágrima de pedra permanece pendente
Silente silêncio invade vago espaço
Fragmentado fogo no verso fissurado
Reagente entreposto em tempo decomposto
PETRIFICAÇÃO
Poema fossilizado
XX - X - MMXII
snow patrol - you could be happy
Um poema cheio de metáforas e outros estilos, e eu não entendo. Mas entendi o quanto de melancolia ele tem
ResponderExcluirBjs
Entendeste bem, mas a melancolia não é uma coisa ruim, é um estado de contemplação interior.
ExcluirBeijo!
Uma pedra preciosa!
ResponderExcluirbesos
Guardemos pois!
ExcluirBeijocas, Tati!
Extrair da pedra a força e o silêncio, não é para qualquer um, mas para os que sabem ser fortes e sábios ao mesmo tempo.
ResponderExcluirParabéns, Boca, a sua escrita anda cada vez melhor, eu nem sei o que dizer.
Beijo!
Não sei se sábia, mas forte, seguramente, Sylvia, sei como conter uma pedreira, a gente aprende tudo na vida, não é?
ExcluirBeijo!
O seu silêncio atordoa, incomoda e preocupa
ResponderExcluirBjs, Branca
Mas ele é necessário, quase sempre, saber calar também é uma arte!
ExcluirConheço pedras com vida por dentro
ResponderExcluir(Eu também, e algumas vidas com pedras por dentro)
Excluir;)
Poema de uma beleza invulgar envolvido em falta de confiança, sofrimento,separação e desencontros.
ResponderExcluirDepois da tempestade vem a bonança.
Video e música a propósito.
Beijinho
Talvez a beleza consista no jogo de metáforas, não? Alguns elementos são meramente figurativos. Nem tudo que um poema fala, diz; nem tudo que não diz necessita ser dito; e nem tudo que está dito é o que de fato existe, enfim...
ExcluirA vida é cíclica e que bom que é assim, acho...
Beijo!
ResponderExcluirLíquida lágrima de pedra permanece pendente
Silente silêncio invade vago espaço
Fragmentado fogo no verso fissurado
Reagente entreposto em tempo decomposto
PETRIFICAÇÃO
Poema fossilizado
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Teus versos sempre guardam múltiplos significantes
Um canto que sempre inspira minha escrita
Bjo.
Trago a poesia bruta, e tu escultor da palavra, da poética, vai lapidando, dando formas, multiplicando os sentidos, e valores semânticos, os vértices do poema, não-imaginados, não explorados.
ExcluirObrigada, Filipe, pela generosidade na análise e interpretação dos meus tão singelos textos!
Beijo!
a melancolia das pedras
ResponderExcluirmas
há pedras com vida (sempre)
um beijo
Por mais que algumas vezes pensemos que não...
ExcluirBeijos, Pi!
;)
Querida 'Canto da Boca'
ResponderExcluirUm dia alguém me disse a propósito de determinadas circunstâncias:'vamos quebrar pedras'. Era a primeira vez que ouvia uma metáfora tão apropriada no sentido de saltar obstáculos,resolver dificuldades,seguir em frente. E o rochedo deixou de parecer tão monolítico, transfigurando-se com a paixão das ideias, o fogo da perseverança, adquirindo de pronto a linguagem da pedra filosofal, susceptível de toda e qualquer viagem no campo das coisas incomensuráveis.
É assim que eu me sinto perante este teu poema, grande, enorme naquilo que nos propões, abrangendo a grandeza do infinito.
Beijinhos
Olinda
(O que dá suporte à máxima: impossível é só o que ninguém tentou.
ExcluirE o poema se fez infinitamente, dentro da perspectiva das emoções, que só deixam de existir, quando deixamos de viver.
Obrigada, Olinda, pelo comentário e pela presença! Beijinhos!)
;)
Fazes-me lembrar aquelas casa feitas de mãos e não de pedras. As aldeias perdidas porque são de pedras, emoções que deixaram de existir pela corrosão do tempo.
ResponderExcluirNão é fácil comentar, li os comentários e já percebi melhor.
Bj
O tempo esse escultor e ao mesmo tempo revelador de mistérios, a tudo destrói, Manuel Luis... Sentiste o poema, isso é fabuloso!
ExcluirObrigada pela presença e um beijo!
;)