"[...] no encanto do crepúsculo metropolitano,
sentia-me perseguido pela solidão e
pressentia que o mesmo se passava com os outros[...]"
F. Scott Fitzgerald in The Great Gatsby. p. 63
imagem: emíliano di cavalcanti
nesse preciso momento
em que existes
- ainda que eu hesite -
precioso em sentido e sentimento
trago os olhos carregados de estrelas
pés recobertos de nuvens
não existe na boca
nenhum travo de saudade
ou um:
eu-solidão
eu-desolação
eu-a-sós
eu-solidão
eu-desolação
eu-a-sós
somente nós
sou
bandeira desfraldada
sou
bandeira desfraldada
entregue ao sentimento
tu - eterno -
em mim
em mim
presente nessa essência
que não tem fim
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Um dos privilégios de se ter um amigo poeta, com a grandeza do Filipe Campos Melo é ser mimada com poesias da sua lavra, reparem nessa beleza:
O "Eu" é inato sortilégio
que só é pleno no "Outro"
"eu-solidão
eu-desolação
eu-a-sós
somente nós"
Eis o fundamento de todas as infindas demandas
a razão de todos os circulares caminhos
Eis o verso-Nós
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recife - IX - IV - MMXII
madeleine peyroux, j'ai deux amours
Tantos 'eu's'...
ResponderExcluirEncantador!
beijo
Tantos. Nossas multidões, pois sim!
ExcluirObrigada, Pérola!
Beijo!
;)))
Uma pluralidade de eus, presente em nós, lindo, e a música também.
ResponderExcluirBeijos.
Nós e as nossas multiplicidades...
ExcluirObrigada, Sylvia!
Beijos!
;))
O "Eu" é inato sortilégio
ResponderExcluirque só é pleno no "Outro"
"eu-solidão
eu-desolação
eu-a-sós
somente nós"
Eis o fundamento de todas as infindas demandas
a razão de todos os circulares caminhos
Eis o verso-Nós
Bjo.
Entretanto parece que ainda não entendemos isso: só existimos plenamente com o outro! Como sempre, Filipe, mergulhas no mais profundo do poema!
ExcluirObrigada, beijos!
;)))
Quanto mais longe mais perto
ResponderExcluirUma presença incrustada...
Excluir;))
"eu-solidão
ResponderExcluireu-desolação
eu-a-sós
somente nós"
Esta solidão que só se preenche com alguém sem o qual tudo é desolação.
O vazio, a angústia, a eterna saudade na falta do que tudo preenche.
O cúmulo da alegria na presença do que era ausente.
Sentido.
Brutal.
Uma leitura fabulosa, a sua, Armando!
ExcluirVivemos quase sempre essa ambiguidade, ora sim; ora não; ora com; ora sem...
Obrigada por estares aqui!
;))
Precioso momento de poesia carregada de sentido e sentimentos e algumas dúvidas(?)e certezas nas afirmações,belo Val.
ResponderExcluirBeijo
Obrigada, Carlos! Confesso que fujo das certezas (e de pessoas carregadas delas). Sou uma pessoa cingida de dúvidas...rs. Mas como bem disseste, sentimentos não me faltam!
ExcluirBeijo!
;))
No preciso momento em que tu existes
ResponderExcluirExcelente
Bjs tantos
Obrigada! Penso ser uma preciosidade nos dias de hoje, uma existência dessas, ainda que de passagem, não é, Eufrázio??
ExcluirBeijos tantos!
;))
Excelentes poesias. Não era de esperar outra coisa neste magnífico blog.
ResponderExcluirObrigada, Jorge, sinto-me lisonjeada!
Excluir;))
uma saudade e uma solidão sempre presentes
ResponderExcluirbj
Isso faz com que um anule o outro, rs
ExcluirBeijo, querido!
;))