"[...]nessa época nascem lindas flores brancas
que vivem pouco tempo,
mas ao invés de cair na terra quando morrem,
elas vão para o céu e se transformam em estrelas[...]"
fotografei esse jovem baobá (tem apenas 30 anos), no bairro da Encruzilhada, no Recife
Nem na aridez daquele tempo de fugas
Insensatez
Turvou-me os olhos para aquela vida:
Farta, simples, despida de alegorias
De um tempo que mil vozes eu ouvia
E no peito já sabia
Um desejo guardado, calado
Em invulgar harmonia
Basta o reconhecimento
Aquela voz me dizia
Enquanto girava o mundo
Sons, apitos, buzinas, assovios
Um só gesto e o caminho do entendimento
Se abria
Um tempo de riso fácil
Falava de paz e simetria
Uma florada que inesperada se abria
Numa única noite
Um desenho preso à haste
Cálice externo, onde se equilibram:
Sépalas, pétalas,
Verdade e fantasia
A taça e a flor
Coloridas, odorantes
Mundo pleno de magia
O verde e a rosa
Ponte sagrada
Fonte de inspiração
Da ancestralidade ritual e poesia
De um sentimento universal
Seis mil anos eu vivia
Do ribombar da alma
Na mais profunda calmaria
Explodiu como uma estrela
Desmaiada no céu
À fronda dos baobás
Tu, minha sinfonia!
Olinda, 25 de abril 2012
(16:54h)
Viver, é uma sinfonia lindíssima... e que seja então ao som dos baobás!!
ResponderExcluirBeijinhos,
Minha querida
ResponderExcluirSentimento tão antigo que desafia a existência dos baobás, que se alimenta da seiva guardada religiosamente para a sua própria sobrevivência, até renascerem folíolos em cálices cheios de leite e mel, na terra da bem-aventurança.
Lindo, lindíssimo poema, amiga! Um toque de magia a lembrar-nos grandes espaços para além do horizonte.
Beijinhos
Olinda
O tempo das fugas (insensatas)
ResponderExcluirE a memória do dia
Ancestral, a poesia
a vida
Bjo.
Bravo: adorei a soltura dos versos (à exceção da ânsia pela rima na segunda estrofe) e as alegorias em torno da Poesia ancestral, perene como um enorme baobá no meio do árido nada... Bonito, minha cara sumida, gostei muito! Meu abraço!
ResponderExcluirP.S.: os Morcegos sairão de férias no próximo dia 30 (corra; senão, serão 'posts' demais para comentar, rs...)!
ficam a ecoar os sons (e os sonhos) de tão bela sinfonia.
ResponderExcluirbeijo
Linda, essa sinfonia do baobá. Que muitas sinfonias sejam produzidas neste espaço. Um abraço.
ResponderExcluirO poema é mesmo uma sinfonia e fiquei a conhecer os baobás, que me lembram a árvore do embondeiro.
ResponderExcluirBeijos.
Ainda há muito para ouvir
ResponderExcluire para cantar
os sonhos têm apeadeiros
mas são determinados
Oi CB,
ResponderExcluirComo te percebo! E tudo o que posso dizer é que o Amor que nos completa é uma sinfonia :).
Beijoss
Viver pode ser uma sinfonia.... ou um Requiem:)!
ResponderExcluirBjo
Poema riquíssimo, tanto no seu teor, quanto na riqueza de seu vocabulário! A palavra sépala, aprendi hoje, contigo!
ResponderExcluirMuita paz!
Caro(a) amigo(a), boa tarde!
ResponderExcluirGostaria de convidá-lo a visitar a coluna Haicais de Domingo do Poetas de Marte
A entrevista dessa semana é com o escritor português David Rodrigues.
http://poetasdemarte.blogspot.com.br/2012/05/haicais-de-alem-mar.html
Na coluna do próximo domingo, gostaria de contar com a participação dos que se emaranham na blogosfera.
Elaborem um haicai homenageando a mulher mais importante de nossas vidas(não fiquem com vergonha) e mandem para o meu email:mat_amorim@hotmail.com
A coluna "Mãe,Haicaí! Cuida de mim!" ficará muito melhor com a sua participação!
Espero contar com a presença de muitos!
Desde já, obrigado!
Muita paz!
Uma excelente escolha, muito agradável de ouvir enquanto lia e relia.
ResponderExcluirBj
Minha querida
ResponderExcluirVotos de um Feliz Dia das Mães, para ti e para a tua linda Mãe.
:)
Beijinhos
Olinds
Deixo-te estas palavras que nos ofereces:
ResponderExcluir"Um só gesto e o caminho do entendimento
Se abria
Um tempo de riso fácil
Falava de paz e simetria"
Riso e paz, nestes tempos conturbados, é o que te desejo.
Beijo.
... também gosto
ResponderExcluirao som de oboés
Lá venho eu deliciar-me com boa poesia:)!
ResponderExcluirBjo
sinfonia a homenagear a vida.
ResponderExcluirgostei!
beij
Uma bela canção que lembra um tempo bom, de uma ponte que liga a magia de um mundo encantado ao encanto real desse mundo! Boa semana! Beijus,
ResponderExcluirDeixo as palavras para quem tem a mestria de nos fazer voar com elas... só me ocorre um vocábulo:
ResponderExcluir-Lindíssimo!
Aproveito o ensejo para lhe fazer o convite, visite o meu outro blogue (http://horizontesquimericos.blogspot.pt/) onde dou largas aos meus "delírios" visuais!
Os meus cumprimentos
António
Não sei o que é melhor: se ler ou ouvir. Mas sei que sinfonias sempre existirão, enquanto ouvidos atentos forem capazes de captar copas, caules, raízes...sombras/luz.
ResponderExcluirAtenta à vida, mesmo que as letras ora fujam sorrateiras para as copas do teu coração.
Beijão!
Saudades.
Magna
Visitando, lendo. Vou, volto.
ResponderExcluirabraço.