"Momentos há em que quebro, caio e me afundo.
No abismo de pesadas penas,
Existo na saudade de mim".
ismael nery - mulher ao luar
naquela noite não se importou com o frio
recolheu-se em siaquietou-se na janela
olhar parado, sem brilho
- moldura de pedra -
crispado no infinito
e repassou a vida como num filme
mudo, em preto e branco
ou como se estivesse folheando - sem ver -
as folhas de um álbum
separadas por papel manteiga
com fotografias amareladas, em sépia
envelhecidas, como a sua alma
apesar do luar e do cheiro de jasmim
que cortavam o ar como uma lâmina
impossível não sentir aquele frio na espinha!
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* podem lê-lo no seu blogue porta sonhos, e o fragmento poético foi recolhid do seu livro: Na Utopia Sou Pofeta, recomendadíssimo!
XX - I - MMXII
sempre ele, chico buarque, numa parceria com o tom jobim, retrato em branco e preto
Chico Buarque sempre arrasa =) ...adorei a citação inicial
ResponderExcluir;**
Sempre, o Chico é "inadjetivável", risos... E o Filipe? O Filipe é um extraordinário poeta!
ExcluirBeijo!
;)
um belissímo poste
ResponderExcluirpoema e imagem
tudo em harmonia
uma boa semana!
um beij
Obrigada, Pi, por tudo!
ExcluirBeijo e ótima semana para ti também!
;)
Maravilha de palavras, um encanto essa citação!
ResponderExcluirMts parabéns.
Bj
Se não conheces o Filipe, Rui, super-recomendo, é um grande poeta!
ExcluirObrigada pela presença e pelos votos!
Beijo!
;)
Minha querida,
ResponderExcluirmomento de recolhimento com tudo de feição, a lua, a noite, o frio, a proporcionar um fino ambiente romântico, no meio de recordações que a colocam, a 'mulher ao luar', entre o fio da navalha e o arrepio na espinha...
e eu ficaria por aqui a ler-te, a ler esta tua forma de escrever poesia, acompanhada pela arte e pela música.
Beijos
Olinda
P.S.
Muito obrigada pelos esclarecimentos que me levaste sobre o 'Frevo d'Olinda', e os sites que me indicaste. Hoje vi num blog que eu sigo, Misturação, notícias sobre o Bando das Virgens de Verdade, de Olinda, inseridas nas festas de Carnaval.. Fui ler... :)Achei interessante a designação e o conceito.
Bjs
Olinda
E quantas vezes isso é recorrente em muitas, em tantas mulheres e homens também, não é mesmo? Recolher-se, em alguns momentos é a preservação da sanidade....
ExcluirCarnaval aqui é uma coisa séria, risos. Mas as manifestações culturais, folclóricas, não estão apenas inseridas nesse contexto, mas é para além, é a nossa identidade, fico muito contente que se interesses pelas nossas coisas, por nossa riqueza multicultural.
Um beijão enorme, e grata pela presença!
;)
Menina... tu escreves estas lindezas, depois fica falando de mim... ôxe. Fico até embaraçada... e que lindo o poema do Filipe Campos Melo. Vou seguir tua recomendação e visitá-lo em seu porta sonhos. Beijos.
ResponderExcluirFabi, já disse milhões de vezes, a sua escrita me deixa maravilhada... e muda!
ExcluirVai sim ler o Filipe, vais adorar, no nosso próximo encontro, levo o livro dele, para você dar uma lida!
Beijão, menina-palavras-pontes!
;)
Na verdade há frios
ResponderExcluirque se sentem
a preto e branco
em todas as estações
É fato, Eufrázio, no máximo transmutam para gris...
Excluir;)
O verso que nos ergue é o mesmo que nos dobra
ResponderExcluirObrigado por tuas palavras e referências, que honram minha escrita
Bjo.
Pois somos um dia sol, noutro chuva; sombra e luz, tu existe em nós mesmos, pois é isso, Filipe, meu grande poeta!
ExcluirSou eu quem agradeço, tudo!
Beijo!
;)
A gente é que sente um frio na espinha só de te ler. Lindo!
ResponderExcluirE eu daqui emocionada com tanta presença linda, querida e carinhosa!
Excluir;)
apesar do luar e do cheiro de jasmim
ResponderExcluirque cortavam o ar como uma lâmina
Demais isso.
Não mais do que essas duas linhas terem lhe tocado.
ExcluirObrigada por estares aqui, Caju, prazer imenso, volte sempre, o Canto é seu!
;)
poema desnudado e cristalino. como reflexo de luar sobre a noite... fria!
ResponderExcluirbeijo
Poesia que deslumbra, isso é você, M. Quanta sensibilidade na observação do meu poeminha...
ExcluirObrigada, sua presença aqui me honra...
Beijo!
;)
Felizmente que há recordações que continuam a arrepiar-nos de uma forma linda!
ResponderExcluirE tu sabes dizer isso de uma forma cândida e cheia de ternura!
E você sabe como nos emocionar e nos cobrir de delicadezas!
ExcluirTão bom te ter aqui, Manel, obrigada, viu??
Beijo!
;)
Oi Val,
ResponderExcluirLi o teu último post, mas como estou com dificuldades em comentar em certos blogues (com secções de comentários embutidos), resolvi enviar-te o meu comentário directamente (se quiseres, podes publicá-lo em meu nome no teu blogue):
Oi CB,
"e repassou a vida como num filme/mudo, em preto e branco (..)"
É assim mesmo! A vida passa-nos diante dos olhos como um filme a preto e branco...sem côr, sem som, sem emoções...frio como um iceberg. Lindo!
Lindo, lindo, lindo este poema!! :D
Beijos
Max
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MAX: Dissecting Life & Society
Etnias: O Bisturí da Sociedade
Max!
ExcluirPois, somos seres com memórias, elas nos fazem, refazem, perfazem, ora nos recobre de frio, e nos encurrala numa zona de silêncio, que nada arranca desse lugar, só a poesia! rs
Querida, obrigada pelas palavras, pela presença, por tudo!
Beijão!
;)
Que bela esta singela perda fria, diante da janela, diante dos álbuns passados... Perfeito, sem precisar de edições, viu, rs?! Meu abraço e apareça, que tem Cinema em dose dupla por lá!
ExcluirPerder parece ser sempre frio, Dil, ainda mais quando não depende de nós.
ExcluirTua opinião é da maior importância e será sempre bem-vinda, rs.
Abração, voltarei lá, tou tentando atualizar minhas leituras dos meus blogues queridos.
;)
Arquitetei-me frente ao PC e pasmei ao lê-lo!
ResponderExcluirBelo poema, prezada amiga!
Sigamos em frente!
Marcell, a quietude é uma condição primordial para a leitura dele, fizeste bem.
ExcluirObrigada por estares aqui. Sigamos!
;)
Existem momentos em que não se sente o frio.
ResponderExcluirMomento perfeito.
Beijo
Ainda que lá fora esteja gelado. Sim, tens razão.
ExcluirObrigada por estares aqui Manuel.
Beijo!
;)
Excelente: o poema...a tela...a música...tudo!
ResponderExcluirObrigada por este amanhecer...
BS
Obrigada eu, Blue, pelas palavras, pelo carinho e pela presença!
ExcluirUm beijo grande e um ótimo final de semana!
;)
Detesto-te, por ser sempre tão pura, intensa, apaixonante. Invejo-te, por me descobrir em tua poesia. No final, acho que ainda te amo...No final dos dias, me escondo neste "Canto", buscando um pouco de ar, pra uma alma murcha e envelhecida.
ResponderExcluirBeijos linda!!
Jota Pê, esse amor é daqueles que nunca morrem, pois obedecem apenas à razão, ou por outra, limitou-se apenas ao que desejamos que ele fosse. Mas independente das nossas especulações, ele existe (e resiste) numa dimensão, ainda que tenha se passado mais de meia década...
ExcluirGosto de saber que meu Canto te alimenta e oxigena tua alma!
Tenho tantas saudades de ti, não desapareça por tanto tempo, sim? Me faça sentir que estás perto de mim, nem que seja para você se (re)descobrir em minha poesia.
Beijos, querido, muitos beijos para ti!
;)
Eu sempre me acho suspeito na hora de comentar, porque gosto de tudo que vc escreve, Branca.
ResponderExcluirBjo
Isso me alegra, Nego, tenho a certeza de que verdadeiramente gostas, percebo isso em teu olhar.
ExcluirUm beijo grande, grandão... Muito bom ter você por perto, muito mesmo!
;)
Minha jóia...volto para agradecer tuas palavras de apoio, de carinho...te abraço com a mesma força e ternura que te abraçaria se estivesse ao pé de ti.
ResponderExcluirUm obrigada pleno de afeto.
BS
Blue, você é uma querida, e quero estar sempre perto de ti. Jóia rara, espelho de emoção e sentimentos. Honra-me tê-la no Canto, ter suas palavras, especialmente saber-te no mundo!
ExcluirObrigada, viu? Sinto esse abraço tão forte e verdadeiro, um beijo imenso de carinho e admiração!
Val, já fui e vim aqui várias vezes, sem atinar muito bem o que dizer. Assim, desisti de escolher palavras e me estaciono nesta imagem que criaste através das palavras.
ResponderExcluirApesar do olhar sem brilho...sentimos frio na espinha quando o medo ou o inusitado nos visita abruptamente, como quando descemos em uma montanha-russa ou decolamos e aterrissamos em um avião. Assim, embora a imagem dura, fico na esperança que as fases da lua e o descer e subir lhe causem mais que frio na espinha, lhe causem, no mínimo, gosto pela experiência.
Beijão!
Magna
Que nem eu aqui com o seu comentário, "Magnascote". Não tem outro jeito, a vida chama,
Excluirconvoca e não podemos rejeitar o seu chamado, temos que viver, experimentar, e aprender.
Sua inferência me fez lembrar de um texto do Rosseau, em Os devaneios do caminhante solitário - Terceira Caminhada, "A experiência sempre instrui, reconheço-o: contudo, é proveitoso apenas para o que temos à nossa frente. No momento de morrer, haverá tempo de aprender como deveríamos ter vivido"?
Essas indagações carregaremo-las, sempre! Acho...
Um beijo grande, minha tão querida amiga, e uma ótima segunda!
;)
Não sabemos o que traz essa volta ao passado. A lua? A natureza linda, em uma noite fria? O filme roda devagar e, em algumas passagens, até sentimos vontade de pará-lo. Mas vai até o fim e é impossível não sentir o tempo e o arrepio que provoca a emoção das recordações.
ResponderExcluirNão conheço o poeta, mas não perderia a oportunidade, diante de sua indicação.
Bjs.
Um acorde, um cheiro, um pensamento, um desejo, uma vivência, a saudade, quem sabe? Só sabemos que a matéria de tudo é a lembrança...
ExcluirO Filipe é um poeta excepcional, conheça suas poesias, vais se estarrecer diante delas!
Um beijão, querida, que prazer grande te ler aqui também!
;)
Santa Boca,
ResponderExcluirDizes com quem andas e te direi quem és. Teu lindo poema vem acompanhado de bela música de Chico e Tom e dos belos versos de Felipe Campos Melo. Dizer mais o quê? Apenas que foi uma combinação perfeita.
Dimas
Que memória estranha e de aparente distância (folhas amarelecidas?) é esta, que transforma luar e perfume em lâmina e produz frio na espinha? Passado que não cessa de assaltar o presente, espectro que sempre ronda às noites escuras e frias, de dentro de nossa alma.
ResponderExcluirMais uma vez: certeiro.
Que memória estranha e de aparente distância (folhas amarelecidas?) é esta, que transforma luar e perfume em lâmina e produz frio na espinha? Passado que não cessa de assaltar o presente, espectro que sempre ronda às noites escuras e frias, de dentro de nossa alma.
ResponderExcluirMais uma vez: certeiro.
Já não bastavam as suas sempre belas palavras, ainda esta homenagem sentida a um grande poeta que é também um amigo.
ResponderExcluirBeijinho:-)
O Filipe é um poeta supremo, então estar aqui é uma honra minha.
ExcluirAna, querida, obrigada pela presença, sei que ando em falta, mas chego já no seu Chá!
Um beijão!!
;)
Quantas vezes nada mais importa senão o nosso próprio recolhimento??? Belíssimo poema...
ResponderExcluirDepois, adorei ver a citação do Filipe, cuja poiética admiro, além de fazer o favor de ser um amigo.
Bjo :)