"Não me falou em amor. Essa palavra de luxo".
Adélia Prado
Adélia Prado
Reclining woman in a white chemise - Ernst Ludwig Kirchner
... tenho raiva desses amores fajutos
que não dão no New York Times
que não valem qualquer notinha de jornal
ordinária
nem mesmo uma de rodapé
nem poema de dor
nem serenata na madrugada
esses amores efêmeros
que relegam à solidão
sobejos de insatisfação
restos de ilusão
náufragos da dureza implacável
do cotidiano sem graça
da frieza de uma decisão
que se nutrem na própria sozinhez
alternando a lucidez alheia
impondo a ferocidade da distância
essa que nenhum sentimento alcança
e decreta a morte
da esperança
que nem dá
no New York Times
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Olinda, X - X - MMXI
pink floyd - time
Interessantes palavras, gostei!
ResponderExcluirObrigado!
Bj
Não consegui ouvir o som, infelizmente.
ResponderExcluirO poema não comhecia.
Bom dia.
Muito bom, mesmo!
ResponderExcluirBom fds
a melhor coisa é a que jamais existiu
ResponderExcluira pior também.
tive muitos problemas na vida, a maioria dos quais apenas imaginei.
mas os sonhos que tive foram a parte melhor da minha vida
somos feitos de sonhos e a realidade pouco importa.
certa vez critiquei um trabalho teórico dizendo que o que ele previa não se verificava na prática. o palestrante me respondeu que ele estava pouco se importando com a observação prática. estamos condenados a acreditar em nossas teorias, deduzi cá com meus botões.
Amores que nada inspiram. Serão de fato amores?
ResponderExcluirSe nem merecem o canto, um canto, que possuem eles? Já nascem mortos, se incapazes de alimentar uma esperança. Mas têm uma utilidade que aplaudo: inspiraram você a traduzí-los em versos.
Bjs.
"Sonhodez"! Gostei...
ResponderExcluirSim...há dores que não "passam no NY TIMES"...porque são importantes ...mas para nós que as sentimos de perto...
Te abraço
Santa Boquita, não sei o que andas lendo, mas teus poemas estão sofrendo uma deliciosa metamorfose: maduros e límpidos, estão dignos de uma nota no New York Times, sem dúvida alguma! Abração (e cadê a visita prometida?! Ré, ré)!
ResponderExcluirGosto desse amor oculto... aquele que só diz respeito aos dois!
ResponderExcluirAquele que é tido na penumbra de um quarto à temperatura ideal nuns lençóis brancos, puros e lindos... como ele sempre é!
Amor, quando existe de fato, se tem fundo verídico, sempre é manchete dos jornais que circulam nas casas daqueles que, por sentirem-se amados, aproximam-se da divindade!
ResponderExcluirAbraço forte!
Olá amiga.
ResponderExcluirNada tem a ver, mas me fez lembrar de um trecho da música do Chico. "Noticia de Jornal".
...Ninguém notou
Ninguém morou, na dor que era o seu mal.
A dor da gente não sai no jornal...
Grato sou eu, pela companhia e palavras harmoniosas que deixas na serra.
Observas atenta e isso me encanta.
Eu toco e convido a tocar, nas texturas que faço nos meus trabalhos.
Nada neste mundo é eterno. Há que sentir ao tacto, respirar e contemplar de todos os ângulos. Como tudo na vida.
Quem não o fizer, estará sentindo pela metade...
Deixo meu kandando e o desejo de um óptimo fim de semana.
o amor oculto é apenas dos dois e nem tudo o que é importante vem no New York Times.
ResponderExcluirgostei de ler.
bom fim de semana
beij
Eu também gostaria tanto de um amor que desse no New York Times...(e olha que meus filhos já estiveram por lá várias vezes!!!), mas não tenho conseguido estar nem em panfletos entregues aos transeuntes de uma rua movimentada....
ResponderExcluirAcho que só conseguirei se colocar matéria paga!!!
Adorei o texto... um beijo grande...
Edson
Adorável ler-te... adorável!
ResponderExcluirSó quero amores que valham um poema...
=)
salve, que seu poema sabe o que não diz e diz o que não sabe que sabe, como os coros órfãos, nos quais saber nosso não saber é um novo saber e por isso sabe que sabe que não sabe que é aí, nos amores impublicáveis, que o amor é impossivelmente possível, no crível do incrível.
ResponderExcluirbeijos
saudades
delamancha
Adorei a poesia, beijinhos
ResponderExcluiro amor vem escrito no olhar de cada um, em paginas ocultas no lembrança em que o sorriso matinal é noticia de primeira pagina. belo esta sua poesia. bjs eum abraço
ResponderExcluir'que se nutrem na própria sozinhez'
ResponderExcluirSó por esta expressão o poema já seria um POEMA. Mas há mais.Tudo o que nos transmite de solidão, de falta esperança ou desesperança, de amores sem ilusão, sem encantamento, sem amanhã...
Beijo
Olinda
B
Você, que tem um dom extraordinário para lidar com as palavras, me honra quando de suas visitas, pelos afetuosos comentários. Obrigada!
ResponderExcluirBjs.
Tuas palavras lá no meu blue são preciosase eu te agradeço, de coração.`Por enquanto as "coisas" parecem estar estáveis...vamos ver o que o cirurgião di IPO, coimbra, diz no próximo dia 10 de Novembro...
ResponderExcluirUm abraço imenso de gratidãoe ternura.
Eita, Boca, essa tua série de poemas...
ResponderExcluirNem tudo mesmo dá no new york times...melhor mesmo que não dê, senão nossas dores, raivas e tudo que pretendemos apenas sentir, estaria condenado ao conhecimento.
Maravilha de poema, danada!
Beijos.
Magna
Nem toda a poesia é publicavel
ResponderExcluirnos jornais da caserna
Mas ainda bem que os nossos amores e desamores não vêm à estampa no New York Times... é sinal que ainda temos alguma privacidade...
ResponderExcluirBelo poema, gostei imenso.
Querida amiga, tem uma boa semana.
Beijos.
Estás bem de leitura, Boquita Santíssima! Quanto ao filme, nada de mais: besteirol inteligente e umas boas risadas se se embarcar no formato do filme (mas só se embarcares: minha mulher não vê graça, rs)! Quanto aos Morcegos: nada de entrar muda e sair calada, uma vez que tem poema fresquinho de dez anos atrás a te esperar... Abração!
ResponderExcluirMuitas vezes as melhores palavras ficam presas à chave, à chuva, na chaminé de blogosfera. Gostei. ;)
ResponderExcluirQuando tentei entrar em seu blog veio um aviso do google, sobre conteúdo questionável e a pergunta: quer continuar? Lógico que cliquei sim, porque seu espaço nada tem de "questionável". Não entendi o que ocorreu.
ResponderExcluirBjs.
Lindo poema
ResponderExcluir(gosto de amores assim, preservados numa intimidade a dois...:-D
beijos de luar
Eu também "tenho raiva desses amores fajutos"
ResponderExcluir"que se nutrem na própria sozinhez"...mas infelizmente +e o que mais abunda por aí.
Um beijinho.
Adorei tua visita. Seus comentários são sempre inteligentes e profundos. E seus versos são de tirar o fôlego! Rasgam, tocam fundo. Amei!
ResponderExcluirbjs com carinho! *-*
O amor vivido na intimidade é sempre mais intenso... apesar de silencioso, ultrapassa todas as fronteiras!!!
ResponderExcluirBeijos,
AL
Minha querida
ResponderExcluirHá amores que vivem...ou sobrevivem numa presença ausente...numa gaiola que por vezes nem é dourada.
Gostei do texto e deixo um beijinho com carinho.
Sonhadora
Não creio que um amor de verdade seja distante de propósito. Amor se sente, se dá sem medida, naturalmente... não se é vazio. Que texto formidável! maravilhoso seu blog, me tornei seguidora, claro! e deixo meu link para que conheças meu blog, e se gostar me siga também, me sentirei honrada. Voltarei mais vezes por aqui. Luz em sua vida! beijo.
ResponderExcluirhttp://rose-sousacoracaodefera.blogspot.com/
Boca,
ResponderExcluirNão há como não lembrar de uma música de Luis Reis e Haroldo Barbosa, imortalizada por Chico Buarque. Qualquer semelhança é mera coincidência.
Notícia de jornal
Tentou contra a existência
Num humilde barracão
Joana de tal, por causa de um tal João
Depois de medicada
Retirou-se pro seu lar
Aí a notícia carece de exatidão
O lar não mais existe
Ninguém volta ao que acabou
Joana é mais uma mulata triste que errou
Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de João
Ninguém notou
Ninguém morou na dor que era o seu mal
A dor da gente não sai no jornal
Belo poema, diz muito sobre a sua forma de entender o amor.
ResponderExcluirBj, Branca