(imagem recolhida na internet)
quebra de padrões
naquela tonalidade cinza
uma linguagem chumbo
bifurcações nos caminhos
à esquerda ou à direita?
interroga o tempo áspero
situações velhas
para resoluções novas
costumes puídos
contratos desvalidos
escritos na areia do mar
embates nocivos
delicadezas na gaveta da escrivaninha
desmemórias
histórias que se desfazem
dureza pincipal ponto
desdém
esse cais de porto
embarcações que não atracam
barcos à deriva
não chegam afinal na praia
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Para Ana Carolina
X - X - MMIX
Cais - Milton Nascimento/Ronaldo Bastos.
É tão difícil e duro este nosso caminhar.
ResponderExcluirE parece fácil escrever-se assim...!
Palavras medidas com um conteúdo alegórico rico... olhares certos sobre a incerteza da vida!
Beijos e obrigado.
Que bela postagem, amiga.
ResponderExcluirE por que não temos mais vc por perto?
Está na terrinha?
quando a delicadeza entram na gaveta da escrivaninha, deixam de estar à mão os gestos que se querem feitos de laços e aproximação.
ResponderExcluirbeijo e obrigado pela tua companhia.
Kandandos... inté!
cada coisa que vai embora é que chegou um dia. o que vai pode voltar. cada vez que perdemos é que antes nos fora concedido. a fortuna empresta e toma. chegamos nus, estamos vestidos, quem emprestou a roupa?
ResponderExcluirbeijos
O verso "barcos à deriva não chegam afinal na praia" inevitavelmente levou-me a "Pedaços de mim" de Chico na passagem:
ResponderExcluirQue a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais
Sentidos diferentes, sei bem, mas de semelhança poética.
Belíssimo.
Dimas Lins
Minha amiga,
ResponderExcluirTantas vezes me perguntei no meu barco:
Pra direita, ou pra esquerda?
As rotas da vida são tão complexas...
Tanta saudade daqui!
Um beijo dessa amiga que muito te admira!
Várias interrogações já algumas respostas? Várias encruzilhadas? E a forma como finaliza o poema é-me caro, visa o mar, e a falência chegada:
ResponderExcluirembarcações que não atracam
barcos à deriva
não chegam afinal na praia
Obrigada por me seguir.
Reparei nos outros temas, por exemplo, "...'onde judas perdeu as botas' que voltarei para ler.Tem aqui outros blogues, '...Cabo verde' e 'O sítio d'Olinda' que me chamaram a atenção, vou também aderir a eles.
Abraço
Olinda
à deriva...
ResponderExcluirnum remar constante...
sem vim à vista...
sem chegada...
só partida...
abrazo serrano
Muitas vezes não temos muito a oferecer,
ResponderExcluirou repartir,mas enquanto existir palavras
que tragam de volta a esperança perdida nas longas
dificuldades da vida,
elas valerão mais do que do qualquer dinheiro ou bem material,
porque renovam a vontade de lutar
até encontrar soluções para nossos problemas.
Algumas palavras, nos momentos certos trazem de volta,
a vontade de viver e tem o poder de transformar
quem está quase desistindo.
Um beijo no coração para sempre sua amiga,Evanir.
Você é muito especial para mim..
Oi CB :D!
ResponderExcluirVim para te dizer que estou de volta! Foi um merecido descanso.
Quanto às tuas belas palavras (às quais já nos habituaste): dôr e amor, amor e dôr; expressados de uma maneira delicada e fina.
Beijosss
Nossa estrada é por vezes tão insegura que nosso caminhar se torna trémulo e vacilante.
ResponderExcluirQue rumo tomar, em que cais aportar?
Só nos resta pedir: "Meu Deus, me dá a mão"...
Beijos, minha querida.
Um ciclo de marés
ResponderExcluirTomar um rumo! Mas e os naufrágios!
ResponderExcluirGostei:)
Bjo
Hoje fui conhecer um pouco mais de Olinda.
ResponderExcluirSaudações mihas
Adorei o poema! Sempre passo por aqui e vou convidar vc a dar uma passada no meu blog: http://raissasofia.zip.net
ResponderExcluirAbraços!
Obrigado pela visita ao meu Rochedo e pelo comentário. A praia dos Carneiros continua a ser, para mim, uma das mais belas praias do Brasil e a que visito com mais frequência, pois tenho familiares com casa lá. Está na lista das praias da minha vida. :-)
ResponderExcluirSe do cais
ResponderExcluirSó vês
O caos
Talvez a vez
De esquecer as naus
E beber o mar
Sempre ali
A ir
E a voltar...
Nossa,Boca!
ResponderExcluirTemos sempre um barco à deriva. Às vezes cansa atracar no cais, às vezes cansa ter itinerário certo, se é que se tem...
Teu barcos são cheios de vida. Como sempre, trouxeste palavras contundentes e comoventes.
Beijos.
Magna
Obs.:lembrei de você na última publicação do Sementeiras. Ainda estás aqui? O Sarau não deu certo, como prevíamos. Quem sabe, na próxima.
pra que chegar?...
ResponderExcluir...se O bom da vida é o mar, é o mar e,
amar...
Beijos!
Obrigada pelo carinho!
Um poema onde se sente a cuidada escolha de palavras que o transformam num poema belo e irrecusável
ResponderExcluirComo por exemplo
"quebra de padrões
naquela tonalidade cinza
uma linguagem chumbo
(...)
desmemórias
histórias que se desfazem"
Bjo.
Você traçou melancolia, mas as memórias não se desfazem. Se hoje o barco não chega no cais, já muito navegou e tem riquezas imensuráveis.
ResponderExcluirBelíssimo poema.
Bjs.
"navegar é preciso, viver não", lembra, manel? a vida não é uma coisinha fácil não, mas a única certeza que temos da vida é a sua transitoriedade, ainda bem!
ResponderExcluirbeijos e obrigada eu!
;)
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pois não é, Cris? quantas tempestades mais viveremos? ainda bem que "somos brasileiras e não desistimos nunca"! hehehe!
beijinhos e obrigada pela presença tão carinhosa, sempre!
;)
camarada eurico, tou por cá, e podemos re-tomar aquele café, sem pressa e sem a urgência de um show do ney matogrosso. rs
ResponderExcluirgrata pelas palavras e pela presença!
;)
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guma, sem a delicadeza a vida realmente vira um chumbo!
obrigada eu pela sua presença!
um beijo!
;)
muito do que vai embora, benno, deixa um pouco em nós... de facto, estamos todos nus, e o rei também!
ResponderExcluirbeijo e obrigada pela companhia e o carinho!
;)
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dimas, sim, a saudade de tudo que foi bom um dia e não existe mais, só na memória, ainda...
bem lembrado a música e o sentido.
obrigada pela presença, é uma honra!
;)
pois! tenho um amigo sil, que diz que "a vida é bela, nós é q f*** ela"! se ele tem razão ou não, não sei, o que sei é que às vezes mais do que preciso, navegar é dolorido...
ResponderExcluirum beijinho, e sempre fico muito, muito feliz contigo aqui. carinho, amiga!
;)
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olinda, que honra, ter-te no Canto! a casa é sua, entre, sente, fica à vontade! um café, um chá, um suco, uma água de coco?
;))))
beijo!
um remar constante, mixtu, que apenas na hora de um vento bom, calmo, relaxa-se!
ResponderExcluirobrigada pela presença, prazer te ter aqui no Canto!
abraço praiano!
;)
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evanir, um beijo e um agradecimento pela presença, volte sempre, prazer!
;)
max, você aqui é sinônimo de qualidade! obrigada, viu? por tudo!
ResponderExcluirum beijinho e ótimo retorno!
;)
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veja que encruzilhada, baby? só Deus para nos guiar!
um beijo grande e obrigada pela presença sempre carinhosa, doce e amiga!
;)
um ciclo e muitas marés... que a embarcação não se quebre ao meio, eufrázio...
ResponderExcluirobrigada pela presença e pela observação!
;)
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os naufrágios e os náufragos, álvaro, o que serão deles??
grata pela presença, e um beijinho!
;)
que olinda lhe seja encantadora, calado!
ResponderExcluirum beijo e obrigada pela companhia!
;)
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raíssa, obrigada pela companhia, já estou lá no seu espaço!
beijinhos!
;)
carlos, quem agradece sou eu: obrigada!
ResponderExcluira praia dos carneiros é o meu paraíso!
;)
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eu vivo cheia de mar e marés, jorge! salve!
obrigada pelas palavras, sempre me vejo em seu espelho!
;)
a vida quase sempre me parece uma nau capitaneada por ninguém, magna! sim, sim, estou na terrinha e ficarei feliz em participar dos saraus, comunique-me, por favor!
ResponderExcluirum beijo e obrigada pela presença!
;)
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ô balanço bom, né lou? esse ir e vir... devir... ficar, partir...
um beijinho e grata pela presença!
;)
filipe, bem se vê o seu apurado senso de leitor! obrigada por estares aqui, já fui algumas vezes aos seus blogues, mas estou me preparando para poder inferir...
ResponderExcluirum beijo e muito obrigada pela presença sempre tão observadora!
;)
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marilene captaste a essência do sentimento exposto no poema, apesar da quebras de padrões, as memórias são as amarras do braco...
obrigada pela presença e pela sensibilidade. um beijinho!!
;)
Barco que não atraca, como o de Guimarães Rosa da "Terceira margem do rio", é sinal de solidão. Mas há de se convir que a beleza está na travessia, no caminho; não na chegada. Te deixo um poema de Paulo Leminski: "Calma coração/ainda não foi agora/A confusão prossegue/sonhos afora/Calma calma/Logo mais a gente goza/Perto do osso/a carne é mais gostosa".
ResponderExcluirBeijo!
Josias! Tu, o Rosa e o Leminski, assim em dose tripla eu nao aguento!
ResponderExcluirDeixa eu fazer uma confissão: eu curto a solidão, a que eu delimito. A beleza esta´em nossos olhos - assim mesmo como Exupéry define -, seja na travessia, na chegada, na partida, na companhia... Toda a beleza está para quem deseja enxergar, sabes bem dizer tudo...
Um beijão, que feliz eu fico contigo aqui!
;)