terça-feira, 11 de novembro de 2008

Dos tempo(rai)s idos...

(imagem recolhida da net)

Enquanto atravesso meus temporais
não sabes dos meus ais
das minhas solidões
dos meus sins, meus nãos

nossos olhos ainda que dentro sejam
por ora não estão
onde ninho
sinto-me pássaro pequeninho

voando alto com a minha dor
dor imensa de saudade
dor intensa
ah, que maldade

daquelas dores inteiras
que quem foi chorou
quem ficou também
e recomponho asneiras

na voz do vento
ouço o eco do meu riso
o farfalhar de alguns sonhos
e engulo o tempo

exijo dos céus alguma satisfação
até quando ficarei
sem água, sem vinho, sem pão
o azeite da vida?

ah que idéia tão partida
descrever uma despedida
que nem se concretizou
e o tempo é de feridas

ele passa e eu passo sem ele...


Que ironia, eu sempre me proclamei livre (e sou até certo ponto), mas agora sou prisioneira do tempo. Cadê o tempo? Alguém sabe, alguém viu? Não me sobra quase nada e já estamos nas preliminares natalinas... Esse textículo em forma de poema é de tempos idos, idos.... Mais um “da séria série”: Memórias da Boca.


E escuto sem cessar a Suzana Salles: Valsa dos Olhos Costurados (Lincoln Antônio e Marcelo Mota Monteiro), sintam-na:


“Os meus olhos costurados lado a lado/ Te olham dentro, pelo avesso/ No começo a noite cálida além/ A graça dessa dança/ A tez de cera sob a lua baça/ Um brinde à treva que hoje vem valsar/ Queda em meu lugar/ Neste salão nunca mais trançar os pés/ E ver que o mundo é manco e gira e tomba/ Pra que eu alce mais/... No começo a noite cálida além/... E vem costurar o meu no teu olhar/ O fio da dor/ Que a vida nunca mais há de desenredar”

http://cliquemusic.uol.com.br/artistas/artistas.asp


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