Hoje, quero rasgar minhas vestes de seda
Despir-me das palavras doces
Não ouvir a canção que o vento me trouxe
Quero deixar à mostra
A minha branca tez
Inventar uma sisuda face, e palidez
Quero sentir solidão
Ter desertos e aridez
Atar-me por um fio e não achar o chão
Quero a fome de quem não tem manjares
Em minhas abundantes águas, escassez
Hoje, eu quero cinza em meus poentes lilases
Quero a desesperança
Minguar um par nessa dança
Hoje, eu quero perder a razão
Quero altares sem devotos
Que os servos de Hirão
Os servos de Salomão
E todos que hão de vir
Sejam-lhes folhas brancas, desvalidas
Todo o ouro de Ofir
Porque hoje, quero a palavra interdita aqui.
Nham! Hoje, acordei cantarolando o Faraco, nem precisa dizer o porquê eu adoro a voz dele e as composições. Entra aí, escolhe e curte: http://musicoteca.blogspot.com/2007/02/mrcio-faraco.html
E como sou excessiva, a letra vai na íntegra, porque o Faraco merece, porque eu sou pela diversidade, porque eu gosto de todas as gentes, porque eu adoro as pessoas, cada uma com seus jeitos, formas, cores, saberes, sentires, falares e amores no mundo.
"Pensava que o mundo era meu, / Estava muito enganado / Ele é de um americano, / Americano soldado / Que quer um mundo fundido, / Fácil de ser governado / Que possa ser destruído e assim ser preservado / Vamos viver acuados nessa democracia / Os telefones grampeados pelos agentes da C.I.A / O nosso amor será segredo de estado / Se não for proibido, se não for censurado / Já tem funk no carnaval / E a Barra só fala inglês / Tudo isso broke my heart / Because I love my português / O que vai ser da gente tomando cerveja quente / Comendo feijão de lata, chutando bola oval? / Oh, my friend, por que queres um mundo igual / Se a riqueza está no fato de tudo ser diferente?"
Mundo Oval - Márcio Faraco.
Nossa... que letra de musica legal... e o texto também esta lindaa... Vc sempre com esses textos perfeitos e essa força que exala ^^
ResponderExcluirPeguei aquela poesia que vc me mandou esses dias e coloquei de perfil do meu orkut... ela relata exatamente tudo aquilo que eu sinto....
bjooooooo amei o post como sempre ;*
Querida Boca. Faz tempo que desejava conhecer seu recanto.
ResponderExcluirCheguei no momento da "palavra interdita". E de todos os prazeres negados. E da fuga da razão.
Por isso, ficou fácil...e, ao mesmo tempo, difícil, dizer minha palavra e contar do meu olhar sobre o que li.
Da letra da canção, posso dizer que esse temor de um mundo "igual" ou "igualado" é o mesmo que alimento. Tenho essa afinidade com você: quero a diversidade e a diferença!
Enfim.
Vim ser convidada. Há de me perdoar.
Gostei de estar aqui...
Um abraço admirado!
Dora
Oiiii... nossa que bom que vc gostouu ;D
ResponderExcluire como ta sua filhaa??? ;*
érealmente. Eu não sou daqueles que é completamente contra o americano. Aprecio o fato de eles terem sido mais povo, mais nação do que nós pra se livrar do jugo dos colonizadores. Tiveram mais força de vontade, união, talvez até pela condição geografica que causa calamidades climáticas e que os une de tempo em tempo. mas esse sentimento bushiano de guerra é complicado, por isso cada qual no seu lugar, cad um no seu canto eu livre , limpido e impávido e eles no asangue, chorando seu pranto. O ideal seria termos um meio termo, mas a oração não é feito de meias palavras... por isso todas tem que estar interditas aqui. Beijão!
ResponderExcluirA beleza está aqui.
ResponderExcluirhoje aqui quase chorei, talvez seja apenas o tempo...
beijos
Hoje o fundamento
ResponderExcluirHabita na leitura cantada
Que me trespassa sem argumento
E me deixa siderada
Perante tamanho deslumbramento
Descrito na palavra interditada...
Parabéns pelos versos repletos... Deles emanam a força de ser palavra escrita em cada novo dia... Voltarei...
Natália Bonito
http://www.estradasrepletas.blogspot.com/
LInda a letra da musica e o texto está maravilhoso!
ResponderExcluirx)
Lindíssimos como sempre!
ResponderExcluirAs poesias que são você, o próprio texto, as imagens que você coloca pra ilustrar, as imagens que construímos através das palavras, que hoje você interdita. Mas interdita de uma forma tão provocadora que não dá pra ficar calado diante da beleza dessa composição tão...você! Quando imaginamos que está indo por um caminho, vai por outro. Quando imaginamos que não há mais nada de novo sob o céu do Canto, lá vem você com uma desconstrução poética.
Sou seu fã e isso você já sabe.
Bjs.
Lindíssimos como sempre!
ResponderExcluirAs poesias que são você, o próprio texto, as imagens que você coloca pra ilustrar, as imagens que construímos através das palavras, que hoje você interdita. Mas interdita de uma forma tão provocadora que não dá pra ficar calado diante da beleza dessa composição tão...você! Quando imaginamos que está indo por um caminho, vai por outro. Quando imaginamos que não há mais nada de novo sob o céu do Canto, lá vem você com uma desconstrução poética.
Sou seu fã e isso você já sabe.
Bjs.
Sem comentar na letra do Márcio Faraco que ilustrou perfeitamente o texto. Aliás, um texto tem mesmo a cara do dono, fico imaginando você cantando e todos os trejeitos. E o complemento:"porque eu gosto de todas as gentes, de todos os jeitos, etc", não tem coisa mais a sua cara do que a "diversidade" e as "contradições humanas".
ResponderExcluirMais um beijo, doce Val.
Arrebatador o teu texto...
ResponderExcluirDoce beijo
Hoje, quero me lambuzar deste espaço e usar a palavra interdita a meu favor. Quero tb roubar os desertos e a aridez e te dar de presente um oásis de verdes. E não ouse me dizer não! rs
ResponderExcluirUm poema um tanto diferente do que habitualmente leio aqui. Belo, incisivo, assertivo! Uma BoBoca que rasgou as vestes e deu-se à interdição - da palavra!
Um beijo!
Querida Bocaa.... tem presentinho pra vc lá no meu blog.... bjooo ;*
ResponderExcluirApenas me calo pois muito belo e completo é teu poema... merece meu silencio para que ele soe..
ResponderExcluirO que comentar diante da força emanada desses versos? O que dizer da linguagem poética que ousa deixar interdita a palavra, deixando-a para nela mergulharmos? O que dizer de versos como "Quero sentir solidão / ter desertos e aridez / atar-me por um fio e não achar o chão"?
ResponderExcluirSó nos resta apreciar a beleza da letra do Faraco que lindamente complementa os teus próprios versos que dizes querer interditos!
Beijos. Carinho.
Ola!!!Muito bom esse texto!! Publiquei novos poemas, no estilo haicai, espero que goste!!!
ResponderExcluirBJS
MAURO ROCHA
Que beleza de texto! Impossível não admirá-la minha cara e doce Boquinha.
ResponderExcluirMesmo que a palavra interdita seja "SENTIR"?
ResponderExcluirPoema magnífico que faz com o Sol arrepie a pele.
Canto da boca em sorriso rasgado.
Beijinhos
Val,
ResponderExcluirLendo tuas palavras - todas elas, interditas ou não - só dá vontade de ficar em silêncio admirando. Comentar é difícil, pois está tudo dito por si só.
Sua verve é deliciosa!
Texto forte, intenso e libertador^!
ResponderExcluirgostei da letra da música e concordo com ... "Oh, my friend, por que queres um mundo igual / Se a riqueza está no fato de tudo ser diferente?" ;)
miminhos.. atrevidos!
Oiii Bocaa ^^ tudoo bem eu entendo essa falta de tempoo ;/ mais quando voltar da uma passadinha lá no meu blog taa?? e eu vou entrar no blog da sua filha agoraa õ/ hehe
ResponderExcluirBeijoooooooooooooooooo ;*
Passndo, deixo aquí um beijo no Canto da Boca...
ResponderExcluirvc me acostumou muito mal! e agora, o que faço com a suadade? rs...
ResponderExcluirbeijoaí!
estava muito mal acostumado e você sumiu, xaudadis de seus post pemas e escritos beijokas
ResponderExcluirestava muito mal acostumado e você sumiu, xaudadis de seus post pemas e escritos beijokas
ResponderExcluirOla!! Que bom que está de volta.Conheço Italo Calvino, e o que faço na cidade além de morar nela, é observá-la, absorvê-la e tentar descrevê-la.
ResponderExcluirUm abraço!!!
Outro beijinho saudoso procê.
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