imagem recolhida na internet
numa dessas ocasiões de absoluto silêncio
em que todos os sentidos
estavam adormecidos
esquecidos num canto qualquer da vida
no meio da apatia
inexpressiva existência
e decidida abstinência
por um descuido dos deuses
ouviu-se
um farfalhar de folhas
uma nota musical
um cheiro de alecrim no ar
o olhar arqueou-se mais à esquerda
e foi assaltada por um observar atento
e naquele voo rasante
descuidaram-se por um instante
e o sol de fim de tarde
pela réstia da íris
poisou no horizonte
e quando a brisa do ocaso
por obra do acaso
espalhou essa fagulha de luz
no átimo desse encontro
dessa vida em movimento
da expansão desse mistério
em transição comovente
é que perceberam
essa suave presença
e promulgaram
essa inesperada e doce sentença:
teu olhar incendiou o meu!
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XXVIII - I - MMXI
ando pela suavidade da ceumar: o seu olhar - Paulo Tatit / Arnaldo Antunes
gostei tanto!
ResponderExcluiro silêncio é tão mais expressivo do que as palavras...
beijinho**
a eternidade e o universo, explodindo num só local e instante, a reprodução do Big Bang orignal que gerou o universo e os tempos, tudo isso neste encontro definitivo. Beijos
ResponderExcluirnesses cantos de bocas, é isto que ouvimos-lemos-provamos: encantos. e então somos livres aos cânticos, à alegria de pelear nudez de quânticos tantos recantos...
ResponderExcluirb
l
O desejo cantado de uma forma cândida e linda!
ResponderExcluiruma perfeita descrição de cenário, um comovente encontro de vidas: o poema se terno desejo
ResponderExcluirgosto desta sua alternancia de ternura e garras! :)
Beijo queridona
Ciao un saluto dall'Italia, grazie delle visite, Angelo.
ResponderExcluirSão belos relâmpagos
ResponderExcluirGostei muito... destas palavras perfumadas a alecrim. Lindo.
ResponderExcluirBeijinho de boa noite.
un instante absolutamente mágico! bellísimo, querida amiga.
ResponderExcluirun beso grande!
Há olhares que são vulcões incandescentes! Acendem todos os olhares, todos os desejos!
ResponderExcluirBeijos meus,
AL
"por um descuido dos deuses
ResponderExcluirouviu-se
um farfalhar de folhas
uma nota musical
"
adorei essas imagens
E quando se incendeiam os olhares, nem os deuses querem apagá-los, ou será que são incapazes de fazê-lo?
ResponderExcluirAdoro esses incêndios apaixonados...
Incendiário final de semana, amiga!!!
O Olhar,
ResponderExcluirAh o olhar!
diz tanto...
diz tudo.
Olhar que chama acende a chama.
Poema dos mais lindos, menina.
Bj
Vim te ver.
ResponderExcluirVizinha, por onde andas?
Na terrinha ou em Portugal?
Abraço fra/terno
Tanto o poema quanto a paisagem que você descreve, essa da "hora do ocaso", são coisas lindas de se ver. Saudade.
ResponderExcluirBeijo
Delicioso.
ResponderExcluirBeijinho :)
Ahhhhhhh, eu já senti esse cheiro de alecrim no ar....
ResponderExcluirAmada, adoro quando você passa, e deixa tantas iluminaças.
Aliás, eu adoro você!
E isso é pra sempre!
Um beijoooo!
Um farfalhar de folhas... uma nota musical - o encontro. Uma mágica que aproxima, que incendeia vidas... Amiga, imaginei o mundo no início do poema: tudo parado, quieto e, de repente, o despertar. Poderia ser a abertura de um filme. Simplesmente encantador, poetisa querida. Beijo
ResponderExcluirSimplesmente encantador!
ResponderExcluirseus comentários são tão elaborados, pensados e rebuscados que fico imaginando se escrevi de fato tantas coisas assim. quando releio o que escrevi, passo a entender tudo de uma maneira diferente e percebo o quanto você acrescentou a este entendimento.
ResponderExcluirOlha a menina de Olinda, certo? rsss
ResponderExcluirBonita poesia ...
Bjooo
Oi, queridinha!
ResponderExcluirO blogospot não "engoliu" seu comentário, não. Eu é que fui 'incendiada' pela febre de uma gripe terrível. Ai,ai, estou um caquinho!
Amiga, obrigada pelo carinho da visita e viva sua paixão enquanto Fukushima não explode de vez. Li hoje que o mar do Japão está 3.000 vezes acima da radioatividade normal e as chuvas nos Estados Unidos já apresentam traços de contaminação...pode????
Sem beijos hoje, rsrs. Mas um carinho enormeeeeee!!!
Acho que nem as baratinhas escapam dessa...
ResponderExcluirOlá!
ResponderExcluirQuando a gente pensa que os olhos estão ventando em outros horizontes, a chuva vem e mostra.
Uma vez também pensei que estava na calmaria... Enganos... O sol se foi e o frio nem me tocou.
Bjuxxxx e xerooo querida amiga.
Oi CB :D!
ResponderExcluirAi o Amor!
"Ó Amor, não me mataste o desejo; Ó Amor com o teu primeiro beijo" (Heróis do Mar)....
Sei bem o que é ter o olhar incendiado por outro... :)
O teu poema fez-me recordar as palavras de Claudio Lins:
"Eu vi quando você me viu/Seus olhos pousaram nos meus/ Num arrepio sutil/Eu vi, pois é, eu reparei/Você me tirou para dançar/Sem nunca sair do lugar/Sem botar os pés no chão/Sem música para acompanhar/(...) Eu vi, pois é, eu reparei/Você me tirou todo o ar/Para que eu pudesse respirar/Eu sei que ninguém percebeu/Foi só você e eu"
:D
Desejo-te um bom fim-de-semana repleto de amor, querida!
Beijos
é assim mesmo que acontece, um descuido, um relance, um momento, e a vida desperta em nós, a sonolência e o marasmo se afastam de nós, a veia estufa e pulsa, a têmpora lateja o coração dispara, e eis que nós, antes dormentes e embrutecidos passamos a ver poesia em tudo, até o ar que respiramos vira perfume, um sentimento avassalador nos toma e assoma e avançamos como a nau que ruma em direção às descoberta.
ResponderExcluirLinda, procuramos todo um viver.
ResponderExcluirabraços.
Belas palavras, numa junção de emoções, gostei.
ResponderExcluirbom fds, bjos.
Adorei teu blog. Parabéns!
ResponderExcluirSe puder de uma olhadinha no meu depois
www.livreparaexpressar.blogspot.com