domingo, 26 de janeiro de 2014

o tempo

"Por seres tão inventivo
E pareceres contínuo
Tempo tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindos
Tempo tempo tempo tempo"...

céu de Olinda ao entardecer

A  Praça do Carmo fervilhava de gente, no palco um jogo de luzes, fumaça e imagens a partir das sombras. Eu assistia ao show do Jards Macalé - em seguida viria Gilberto Gil -. e enquanto a música rolava lá fora, um rebuliço acontecia no peito. Fiz uma retrospectiva do tempo guardado dentro de mim, a memória trazendo um pretérito hoje tão perfeito. Uma explosão silenciosa, aquele misto de alegrias, dores, lembranças & saudades.
O tempo e suas tempestades; o tempo e suas temperaturas; o tempo e seus (des)acontecimentos; o tempo e suas farsas; o tempo e suas farpas; o tempo e seus desafios; o tempo e seus desertos; o tempo e suas imensidões; o tempo e seus cheiros; o tempo e suas falhas; o tempo e suas fagulhas;  o tempo e a vida que pulsa e brota; o tempo e seus obstáculos; o tempo e a (im)paciência; o tempo e suas vontades. O tempo senhor de tudo. Que me deu tanto, que me tirou tanto (que me doeu tanto).
Já não é mais cedo, mas é possível.

Deslumbro-me com o show e o espetáculo da vida que segue, sem levar em consideração minha humanidade e minhas vertigens vividas, que sigo junto, com tantos encontros & desencontros, muitas chegadas & partidas!


Jards Macalé - Pontos de Luz

30 comentários:

  1. [ e o tempo mostra
    a luz antes oculta
    encontra-se agora
    na palma da mão]


    coisa mais gostosa de boa este blog.

    obrigada!


    beij0

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    1. [O tempo nos descobre tantos véus, não é Margot?
      Obrigada pela delicadeza das palavras e da presença.

      Beijo, volte sempre!]

      ;))

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  2. O tempo senhor de tudo porque vivemos em função dele...


    Beijinho

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    1. Nunca temos tempo para nós, só para o tempo, só para ele!

      Beijo, JPoeta, grata por estares aqui!

      ;)))

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  3. O tempo é esse opressor que nos obriga a ser felizes.
    Nada como a certeza de não o dominarmos.

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    1. Se levarmos em consideração a passagem, a obrigação para sermos felizes, acaba sendo o nosso principal objetivo, será, Armando?

      Obrigada por estares aqui!

      ;)))

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  4. O tempo e as suas versadas versões

    "O tempo e suas tempestades; o tempo e suas temperaturas; o tempo e seus (des)acontecimentos; o tempo e suas farsas; o tempo e suas farpas; o tempo e seus desafios; o tempo e seus desertos; o tempo e suas imensidões; o tempo e seus cheiros; o tempo e suas falhas; o tempo e suas fagulhas; o tempo e a vida que pulsa e brota; o tempo e seus obstáculos; o tempo e a (im)paciência; o tempo e suas vontades. O tempo senhor de tudo. "

    Este pulsante excerto parece verdadeiramente uma canção
    e pede uma boa declamação para se elevar na força e profundidade que se sente

    Bjo.

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    1. Filipe é sempre uma grata alegria a sua inferência, uma sensibilidade ímpar para a escrita, para interpretar e compreender a minha escrita.
      Esteja à vontade para repetir a mesma beleza da sua espetacular declamação em "Faca"... Risos. "O Tempo" é seu!

      Beijos, e obrigada por sempre!

      ;))

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  5. Minha querida

    O tempo dá e tira tanta coisa. é o senhor de tudo o que somos.


    Um beijinho com carinho
    Sonhadora

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    1. Somos marionetes nas mãos do tempo...

      Beijos, querida, obrigada por estares aqui!

      ;))

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  6. claro que sim.
    pode não ser cedo.
    mas, nunca é tarde para nada.
    e este nada é um resumo de tudo.

    ler-te é sempre um prazer!

    :)

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    1. Tudo depende do interesse e da perspectiva, não é Piedade?

      Obrigada pelas palavras e pela presença!

      ;))

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  7. O Tempo...esse permanente, companhia que não vai dar uma volta.

    Beijos

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    1. O tempo e a nossa impermanência nele, um confronto que jamais conseguiremos vencer.

      Grata pela presença e reflexão, Pérola!

      Beijo!

      ;))

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  8. Bom dia, Val
    A minha modesta incursão no campo da poesia deu origem a um post que publiquei hoje, dia 30.
    Devo continuar? É melhor desistir? Qual é a tua opinião?
    Aguardo-te na minha «CASA», para te pronunciares…
    Obrigada.
    Beijinhos

    PS - São tantos os encontros e desencontros da vida que, se não seguíssemos em frente... estaríamos perdidos.

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    1. Bom dia, amore!

      Estou indo agora mesmo ao seu blogue e claro me deliciar e emocionar com os seus escritos.

      Beijos!

      ;))

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  9. Bella fotografía y hermoso texto!
    Abrazos.

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  10. Talvez não seja o tempo o nosso opressor, mas a nossa pressa , a nossa correria em busca da realização dos desejos. Ele caminha em seu ritmo e dele não sai. Nós é que, sabendo da impossibilidade de acompanhá-lo, insistimos em fazê-lo. Saudade de ler seus belos escritos. Bjs.

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    1. Muito bem dito, Marilene, uma reflexão e tanto!

      Obrigada pelas palavras e em especial pela presença, saudades sim, tão logo possa, vou lá!

      Beijos!

      ;))

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  11. Tão longe, mas tão perto!
    Não tenho estado, preto no branco, mas em pensamento, sempre!
    De vez em quando perco-me, mas acabo sempre por me encontrar e arrancar a inércia do meu peito.
    Beijos, minha amiga.

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    1. O importante é a vida que pulsa, não é amiga?

      Senti sua falta, bom saber de ti.

      Beijos!

      ;))

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  12. O tempo, um misto de tantas coisas. Um dia, quando menos se espera, apresenta-se de rompante, ajustando contas com o pretérito que condiciona o presente e quiçá o futuro. E esse torvelinho, no nosso íntimo, passa despercebido, a vida continua cá fora, 'the show must go on'.

    Um belo texto em que o 'tempo', esse tirano, é rei.

    Um belo registo de Olinda, em foto.

    Beijinhos

    Olinda

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    1. Parece ser uma unanimidade, está acima de todas as nossas vontades, sua soberania é inquestionável... Tens razão, amiga!

      Obrigada pelas palavras e presença!

      Beijinhos!

      ;))

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  13. ... o tempo, esse "ditador", sempre nos subjugando! Gostei do texto!
    Abraço

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    1. Obrigada, Quicas!

      Pois sim, é um ditador e não nos dá a mínima...

      Abraço!

      ;))

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  14. Li e reli. Gostei muito da estrutura discursiva e, sobretudo, desse enunciar de aspetos que imputamos ao tempo. Confesso que escrevo bastante sobre ou à volta do tempo, embora divulgue pouco. O tempo é um nome abstrato, ele concretiza-se, cronologica e factualmente. Como neste teu texto....O tempo está em nós e nós no tempo...
    (Belíssima foto)
    Bjo :)

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    1. O tempo é sim esse senhor fatal, estamos sempre a mercê dele...

      O céu da minha cidade me comove e é irresistível, tirei essa foto com meu celular, numa dessas tardes em que eu passeava pelo Sítio Histórico.

      Obrigada, querida, pela presença e pelas palavras!

      Beijo!

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