"I hope the exit is joyeful
and hope never tu return".
Frida Kahlo
imagem: frida kahlo
eu vivo como se tudo fosse verdade:
da mais simples a mais sofisticada mentira
da mais doce a mais temível realidade
trato meus inimigos com respeito
e meus amigos com carinho e doçura
acredito em todos e desconfio de tudo
tenho muitas dúvidas
e nenhuma certeza
se haverá juízo final, não sei
mas ajo para que diante do metafísico
minha pena seja leve como a liberdade
para não ter que retornar
e se essa tragédia acontecer
quero voltar outra vez eu
para poder lhe reenca(o)nt(r)ar...
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Porque o Filipe olha além-mar, além-palavras, e vê os sentimentos que pul(s)am:
Se tudo fosse verdade
E a metafísica relativa
Se o verso fosse saída
E a memória relatividade
O tempo voltaria
Como memória de uma imprevista idade
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E a Piedade, toda sensibilida, traz a sua bela intertextualidade:
eu sinto a verdade, mas prefiro acreditar na mentira,
porque sei que a verdade esconde,
a agrura dos momentos conturbados.
meus inimigos não sabem e eu para me sentir bem
sinto que são todos amigos
porque não acredito neles mas muito mais em mim.
assaltam-me receios terríveis
duvidas insondáveis e disfarçadas
nos abismos que se estendem sem fim.
mas se algo acontecer eu aceito,
e de braços abertos vou no voo,
para no mesmo voo regressar.
Olinda - I - VI - MMXIII
caetano veloso & lila downs cantam burn it blue (do filme frida, com salma hayek e alfred molina)
Acredito em todos e desconfio de tudo....Vá lá...imagina ao contrário - acredito em tudo e desconfio de todos. Estávamos feitos....mas se calhar é a mais pura das realidades dos dias de hoje, não é?
ResponderExcluirBeijo
"O mundo está ao contrário" e acho que todo mundo já reparou, está "tudo fora de ordem", e nós, os senhores desse caos, mais "perdidos que cego em tiroteio"... Mas a nave vai e vamos juntos.
ExcluirBeijo, JPoeta, obrigada sempre pela gentil e amiga presença!
;))
como eu disse no face, Val, vc tá cada dia mais afiada. esse poema é sensacional, tem a sua marca.
ResponderExcluirbj
Obrigada, Rodrigo. Beijo!
Excluir;))
Olá Poeta!
ResponderExcluirAqui há uma beleza imensa nesta contradição: " vivo como se tudo fosse verdade"," acredito em todos e desconfio de tudo"...
E como um ser humano inteligente e pensante, claro que tem" muitas dúvidas e nenhuma certeza". Que maravilha!!!
Um abraço deste rectângulo distante.
M. Emília
Olá, Maria Emília!
ExcluirTentei traçar um pouco as contradições das quais somos cingidos, todo o tempo, o tempo todo... Nossa humanidade pulsante e latente!
Obrigada pela presença!
Beijo!
;)))
Nesta desordem de cores nos jardins
ResponderExcluirtambém eu de quando em vez
fecho o portão
e solto os cães
só para ouvir os pássaros em liberdade
Bjs
... Ocasião em que também os cães se libertam!
ExcluirBeijo, Eufrazio, e é sempre um prazer tê-lo aqui!
;))
Una vida nada convencional la de Frida.
ResponderExcluirUn abrazo.
Ni un poco convencional, es verdad, pero su trabajo, mismo que sea un testigo de su dolor, mi encanta!
ExcluirGracias por su visita, es un placer tenerlo aqui. Abrazo!
;))
Estoy de acuerdo yo creo que ni su trabajo refleja su dolor....Un blog interesante Me quedo por aca.... :) Saludos.
ResponderExcluirPienso igual, Idolidia...
ExcluirGracias por su visita, vuelve siempre, es un placer tenerte aqui!
Saludos!
;))
e se essa tragédia acontecer
ResponderExcluirquero voltar outra vez eu
para poder lhe reenca(o)nt(r)ar...
Belo poema Val onde existe a incerteza, insegurança, contradição alguma dúvida e desconfiança, por vezes compreensível.
Obrigada, Carlos, talvez eu tenha (re)traçado um pouco do que o mundo reflete, dos nossos receios mais que humanos...
ExcluirÉ sempre um prazer te receber aqui.
;))
Irei sim, Claro, minha "Florzita", deixa só eu chegar em casa...
ResponderExcluirBeijos, beijos, até logo mais!
;))
Se tudo fosse verdade
ResponderExcluirE a metafísica relativa
Se o verso fosse saída
E a memória relatividade
O tempo voltaria
Como memória de uma imprevista idade
Bjo.
O verso quase sempre é uma (a) saída... Decorrido um certo tempo, seja talvez a memória, relativa e o imprevisto metafísico. Me fizeste refletir sobre isso, Filipe, como sempre. E como sempre me perco dentro do seu poema.
ResponderExcluirObrigada pela presença, sempre!
Beijo!
;))
eu sinto a verdade, mas prefiro acreditar na mentira,
ResponderExcluirporque sei que a verdade esconde,
a agrura dos momentos conturbados.
meus inimigos não sabem e eu para me sentir bem
sinto que são todos amigos
porque não acredito neles mas muito mais em mim.
assaltam-me receios terríveis
duvidas insondáveis e disfarçadas
nos abismos que se estendem sem fim.
mas se algo acontecer eu aceito,
e de braços abertos vou no voo,
para no mesmo voo regressar.
PS:foi o que me saiu
beijo e bom fim de semana.
:)
Não temos outra alternativa, senão, viver, viver com tudo que existe nessa nossa passagem, vejo tudo como uma grande aprendizagem.
ExcluirE o teu poema é uma ótima saída, diria até uma estratégia de mestre, uma lição de vida!
Obrigada sempre, pela presença e pela interação. E que tenhas também um excelente fnal de semana. Beijo!
;))
Apesar de sentir um certo desânimo na humanidade também, e ser um pouco trágico o poema, Boca, não deixa de ser belo.
ResponderExcluirBeijo.
ResponderExcluirQuerida Canto
Se houvesse retorno também eu gostaria de voltar 'eu mesma', de modo a sentir e a viver, conscientemente, aquilo que não teria sido possível realizar.
E a dúvida, sem ser necessariamente uma dúvida metódica, é uma componente importante na nossa passagem por esta vida. Penso que ela nos ajuda na procura da 'verdade', qualquer que ela seja. :)
Beijinhos
Olinda