"citar é citar-se"
infront of picture - marc chagall
I
não choveu, do céu
não caiu nem uma gotícula d´água
(mas meus olhos viraram cachoeira)
e a terça-feira de carnaval se foi
sem olhar para trás
sem ruas lavadas
sem roupas molhadas
nem acerto de contas
promessas de eternidade e amores fiéis
esses amores "mardi gras"
dezenas de encontros
entre outras dezenas mais de desencontros
II
se foi também a história que não tivemos
e a sua sentença
de morrer em mim
me deste as costas
dobraste as esquinas
(dos meus seios)
e nunca mais lhe vi
levaste nosso não-amor
fábula ‘natimorta’
rascunho de uma narrativa
que não foi
não vingou
III
com um riso irônico
e um gesto lacônico
dedo em riste negando
voz suave murmurando
prenúncio da quaresma
o gosto da derrota se firmando
ieshua amparando
como um pedro moderno
me negaste três vezes!
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Olinda - XIII - II - MMXIII
* para quem quiser fazer o download do livro (que eu super recomendo a leitura, e sou super suspeita, porque sou super fã do Cortázar).
françoise hardy canta, la verité des choses
Olá Canto,
ResponderExcluirRealmente não te vi no Carnaval:)
Há muitos "amores "mardi gras" e muitas histórias que não vivemos.
Beijinhos
Olá, JP, eu ando meio ausente da blogosfera, mas tão logo seja possível, estarei com mais assiduidade.
ExcluirMas vivi o carnaval ao meu modo, rs.
Obrigada pela presença, um beijo!
;))
Boa memória
ResponderExcluirE que seria de nós sem ela, Eufrázio?
ExcluirObrigada por estares aqui, um beijo!
;)
Olá,"amores mardi gras"encontros, desencontros, promessas de palavras ditas,palavras que ficaram por dizer,quem sabe histórias de amor que ficaram por viver.
ResponderExcluirBeijinho
Olá!
ExcluirPois sim, quem sabe essa não seja a história de todos nós, em algum ponto da nossa vida, das nossas escolhas?
Obrigada pela presença, Carlos, um beijo!
;)
Entre os amores que vem e que vão...
ResponderExcluirfica sempre o Mardi Gras
(Um gosto de saudade e de solidão, quiçá...)
ExcluirObrigada por sua presença, Carlos D!
;)
ResponderExcluirOlá, minha amiga
Gostei muito de ler estas reflexões sobre o tempo breve que são as folias do Carnaval, especialmente a terça feira gorda. Depois vem a 4ª feira de cinzas a lembrar-nos que somos pó, seguida do Quaresma tempo de meditação... no final do qual ieshua encontrará o seu destino e saberá então com o que contar. Mas ele já o antevia: esta noite me negarás três vezes.
É um prazer ler-te.
Beijinhos
Olinda
O tempo fugidio e nem nos damos conta disso, na maioria das vezes, não é Olinda? Assim como todos somos Pedro em algum ponto da vida, estamos sempre negando algo, especialmente a nós mesmos...
ExcluirÉ um grande prazer ter você aqui, sempre! Perdoe a ausência no seu Xaile, tão logo eu possa, volto às minhas leituras preferidas.
Um beijão e obrigada pela amizade que tanto prezo!
;)
Oi Val,
ResponderExcluirPelo visto outro JP apareceu em seu mundo. Tô com uma baita saudade de ti. Chega até doer. Preciso de um endereço de correio eletrônico para conversarmos. Que os ventos rumo ao norte levem um zilhão de beijos pra ti, minha linda.
Just impossible, Jota Pê só tem um: você! Também sinto saudades suas, querido, mas sempre estivemos a mercê desse intempestivo "Vento Norte" que nos leva e nos traz; nos aproxima e nos afasta de acordo com a própria vontade... Há quase uma década sentimos seus efeitos, não é?
ExcluirO JP ao qual tu te referes, é um amigo da blogosfera, gentleman e um talento na escrita, vais gostar de lê-lo, recomendo.
Vem aqui, ó: santabocadeolinda@hotmail.com
Beijo, beijo, beijo, beijo e mais beijo!
;))
P.S.
Fico ainda mais feliz quando "lhe vejo"...
"promessas de eternidade e amores fiéis
ResponderExcluirse foi também a história que não tivemos
e a sua sentença
de morrer em mim"
Sublinho estes versos pela sua profundidade
Do lado de cá do mar, as águas também são profundas
Bjo.
três poemas que se interligam e se completam
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