"Diante do crucifixo
eu paro pálido tremendo
´Já que és o verdadeiro filho de Deus
Desprega a humanidade dessa cruz"!
Murilo Mendes in A Tentação
self portrait - bridget tichenor
não tateio as miçangas
não conto o terço
tampouco canto incelências
salmodio meus mortos em silêncio
não entoo antífonas
vou esgarçando meus rosários
conta a conta
esfiapadas como a esperança
ressequida nos olhos da ilusão
em comedida reverência
ante a penitência
ex-votos enfileiradosna poeira perfilados
sonho a sonho realizados
recomeça(mos) a novena!
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xxx - x - mmxii
quinteto armorial - romance de minervina (romance nordestino do século xix)
Olá Canto,
ResponderExcluirQuanta verdade...."desprega a humanidade dessa cruz"!
Faz-me lembrar o meu post ("cada um com a sua").
Beijinho
Quem quiser que se engane que não, não é mesmo, JP?
ExcluirBeijo!
;)
Trago a esperança esfiapada
ResponderExcluire os olhos ressequidos da ilusão.
E trazes também o privilégio da sua presença, Herculano!
Excluir;)
Ah, Val, deu vontade de não comentar, porque só estou falando contigo por aqui. Telefone toca e depois vejo, já foi...depois ligo...nem sinal.
ResponderExcluirSinal que da falta de tempo, da falta de espaço ou simplesmente da falta?
Venho aqui e vejo, sinto como estás grande, gigantesca! Meu Deus! Dá até vontade de chorar.
Nos últimos dias, final das noites ou madrugadas que tem me restado, ando vagueiando: Barro Cru é só lindeza, Inscritos em Pedra ao mesmo tempo que me cala, me condena, fazendo-me escrever e aí tem você que nem sei dizer, minha amiga Val.
Vai ver que a vida é também isso: um ciclo de novenas, de rosários desfiados...
Beijão.
Magna
Pois sim, e insisto no retorno, uma hora vinga que eu sei.
ExcluirEstava cheeeeeiiiia, imensa de "quefazeres", já os fiz, ando quase carregando pedra, na hora do meu descanso, mas quem sabe na FLIPORTO? Quem sabe? Quem sabe noutras Sementeiras?
Ainda não sei dizer no Geó, é preciso um preparo espiritual, e estou nesse terreno, mas eu vou e volto como as águas das marés, um dia estarreço de vez, lá em Silvinha.
Vi o seu novelo, e tão logo consiga, vou me enovelar nele também.
Beijo, Magna e acha um tempo aí, vá?
O inexorável ciclo das marés
ResponderExcluirE nem mesmo os deuses estão salvos dessa inexorabilidade..
Excluir;)
De leitura em leitura vou conhecendo seu blog .
ResponderExcluirQue a poesia sempre nos acompanhe.
Longo abraço !
Amém!
Excluir(obrigada pela visita)
;)
Amém!
ResponderExcluir(obrigada pela visita)
;)
É de uma tristeza, mesmo com uma esperança no fim
ResponderExcluirBjs
(A tristeza é também (um outro) lado da alegria: uma existe para suster a outra!)
ExcluirBeijos, querido!
Nove vezes a face nos assola
ResponderExcluirNove rostos que assomam em memória
Nove terços repartidos entre partes
Nove versos que se formam como preces
Bjo.
Nove vezes li essa estrofe
ExcluirNove vezes fiquei sem saber
Nove vezes me perdi
Nove vezes tentei e não consegui lhe responder
Beijo, Filipe!
Ter fé, é acreditar!
ResponderExcluirEsperança, é o crer que se pode receber a concretização dos sonhos.
Sonhos...
Gostei.
Beijos
SOL
(Embora saibamos quão difícil é manter a fé e a esperança, não é SOL da Esteva? Mas sigamos!)
ExcluirObrigada, beijo!
;)
há um quanto surrealismo na imagem que gosto! Que recomecemos as novenas e não esqueçamos os sonhos! Os nossos sonhos, são eles que nos permitem e dizem que devemos continuar. Em frente é caminho e um ser humano através das suas múltiplas facetas, pode ser um vencedor!
ResponderExcluirBeijinho!
Enquanto for possível, sonhemos, é isso, Alexandra!
ExcluirObrigada pelas palavras e pela presença, volte sempre!
Beijo!
;)
ficar com a fé (a nossa)
ResponderExcluirum beij
Teu poema não é uma Novena, é um verdadeiro sermão, Canto. E dos bons!
ResponderExcluirbeijo, guria!
(quiçá um auto-sermão, Tati!)
ExcluirBeijinhos!
;)
Vou roubar-te algumas palavras do teu lindo poema
ResponderExcluirNua, ignis, gema, ranhuras, fogo, descontinuação
Nua em tuas ranhuras gema
Ignis de gema: fogo
Gema de ranhuras, nua
Descontinuação de fogo, ignis.
Podemos brincar com as palavras e criar tantas possibilidade, não é Vítor Fernandes?
Excluir;)
Nossa, Boca, que poema, viu? Não alardeia as mortes, tantas que vivemos durante a nossa vida. Recomeçar a novena, recomeçar a vida todo dia.
ResponderExcluirBeijo!
Que até viramos craques em renascimentos, não é Sylvia? O que é a vida senão esse eterno re-começar?
ExcluirBeijo!
;)
ResponderExcluirMinha querida
Há aqui todo um ritual perante a morte,um ritual que faz parte da vida porque destinado principalmente aos vivos. E porque é que o 'eu' se exclui e prefere recolher-se, salmodiar os seus mortos em silêncio? E isto também acontece quando não entoa antífonas, porque estas requerem a participação de mais que uma pessoa. Aparentemente só, com os seus ex-votos, de sonhos realizados, mas ainda com a esperança esfiapada nos olhos da ilusão, é recomeçar a novena... (o quadrado de 3, o terço, o rosário).
O 'eu', os seus manes, o seu Deus.
Tela impressionante! Excelente selecção.
Beijos
Olinda
A morte e suas etapas, e penso que é preciso vivê-las, cumprir os ciclos e depois a ressurreição, rs
ExcluirEsse eu é um eu-coletivo, das multi-facetas do ser, e vai colecionando ex-votos, promessas cumpridas, e prometendo mais, é um círculo vicioso, e cheio de ilusões...
Bridget Tichenor me impressiona, e quando vi essa que figura no poema, não tive dúvidas em ilustrar a Novena.
Beijos, Olinda!
;)