domingo, 9 de setembro de 2012

no interstício da noite & o dia

"Se toda a sílaba
é ponte
Entre árvore E o drama
ou
dilema
entre fome E a fruta
Tu não és - poema! o sal da terra
Nem a  poesia é teu salário! poeta"

estudo - academia nº 2: tarsila do amaral
I
ora perto, ora longe...
vrúm-vrúm
chuá...
motores, condensadores
sinos de vento
chuá...
passa mais, passa menos
tlim, tlim
chuá...
barulhos na madrugada
e em silêncio
ouço-nos, ouço-na
ouço-me
e a quietude embala
a vida

II
sol a pino
inclemência ao natural
chilreados...
no firmamento azul com brancas nuvens
firme
sssss...
luz solar furando o céu
brisa & primavera
zummm...
zunido de abelhas
beija-flores bailando no espaço
trinados de pássaros
cortando o ar
são os sons da vida
sem pausa
acontecendo
no interstício da
noite & o dia

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egberto gismonti - água e vinho

30 comentários:

  1. Bela e poética companhia levo para fazer ó-ó, rrrss

    Bons sonhos

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    1. Obrigada, São, que estejas sempre acompanhada de poesias!

      Bons sonhos para ti também!

      ;)

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  2. Que a troika não mexa na poesia

    nem num só cabelo

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  3. Interessante essa poesia, uma conjunto de sensações nasce da sua leitura...

    Ótima semana para você!

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    1. Sim, Will? por exemplo? rs

      Ótima semana para ti também, obrigada pela presença!

      ;)

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  4. Menina, como vc tá feliz, sapeca! Que bom te ver assim! Lindo, lindo! Alegrou minha noite, mana!

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    1. Sim, sim. A vida anda bem levinha, e fico mais feliz ainda em saber que de alguma forma, essa brincadeira lhe deixou alegre!

      (esses meus dedos quando desandam a falar, né, mana? que novembro não demore mais tanto)

      Beijos!

      ;)

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  5. Um poema onomatopaicamente sonoro que nos desperta para o essencial!

    Beijinhos,

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  6. a vida e seus pequenos (grandes) nadas.

    muito melodioso.

    beij

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  7. Oi CB!

    Um poema de onomatopeias: adorei. Cheguei mesmo a ver a natureza à minha frente; vi a vida (o andamento do dia-a-dia) a decorrer e a respirar.

    Parabéns, querida.

    Beijoss

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    1. Um poema-brincadeira, experimentando um lado brincante com os sons da vida.

      Max, estou devendo eu sei, mas vou atualizar... Obrigada, querida pela presença sempre gentil e carinhosa.

      Um beijinho!

      ;)

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  8. Talvez a existência seja afinal um continuum de sobrepostos intervalos

    Gostei em especial do traço de non sense

    Bjo.

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    1. Aí está a continuidade da vida, Filipe!

      (eu considero a vida como uma condição non sense, rs)

      Beijo!

      ;)

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  9. Quantos sons soltos no ar...prontos pra vira poesia!
    beijo!

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    1. Um dia vira, não é Tati?

      Beijo, querida, obrigada por estares aqui!

      ;)

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  10. Santa Boca,

    Gosto de narrativas, no teu caso em forma de versos, uma crônica musicada, que apresentam o espectador silencioso a espreitar contemplativo o som da vida. Ele é puro quanto a música que escolheste, aliás uma das que mais gosto.

    Dimas Lins

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    1. De olhos fechados, deitada numa rede na minha varanda, na penumbra da madrugada, sentindo o cheiro da maresia ao longe, escutando o Egberto Gismonti - bem baixinho - , esses sons me chegavam em leves ondas. Acabei adormecendo e o sol e o alarido matinal, me despertaram. Tentava advinhar-lhes e transformá-los em onomatopeias.
      Abraço!

      P.S.

      Egberto Gismonti esteve aqui no final de semana passado, para a MIMO.

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  11. Querida amiga

    Fizeste chegar até mim, na perfeição, esses sons, esses ruídos que 'embalam a vida', entre um dia que vai e uma noite que chega. Uma polifonia que regista os sinais da própria vida.

    Beijinhos

    Olinda

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    1. Tentei materializar esses sons, na escrita, de modo que na leitura dele, cada um de nós pudéssemos dar a nossa própria identidade, nosso movimento... A ideia é essa sim, percebermos a musicalidade da vida, à simplicidade que nem sempre estamos atentos...

      Beijinhos, querida, ótimo domingo!

      ;)

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  12. ou vice-versa,

    em relação à 'noite e ao dia'. não segui a sequência...

    :)

    Bj

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  13. Interessante não pensei na vida com essa simplicidade e no entanto é de uma profundidade, meio contraditório, mas você trouxe os sons da vida, Boca.

    Beijo

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  14. A vida é simples, nós somos a parte emperrada dela, Sylvia...

    Beijo!

    ;)

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  15. Poesia, reflexão de forma melodiosa encontrei por aqui.
    Parabéns pelo blog.
    Abraços!!!

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