quarta-feira, 14 de março de 2012

10h30min

"O presente é uma partícula mínima de tempo,
cada vez mais comprimida
entre o que foi e o que será."

figura: lazar markovich lissitzky 

o tempo só para no relógio
e em nada mais
o relógio é o tempo que para
- como aquele meu
que está sem pilha
parado
há muito
na parede da cozinha -
e se repete continuamente
lá o tempo é sempre o mesmo:
10:h30min

----

IV - III - MMXII


a minha querida amiga magna, do sementeiras, deixou esse poema-comentário:

FUTURO

Futuro é acordar
De manhãzinha
E ver as sombras
Mudando de lugar ao longo do dia

Magna Santos
-----
*ando completamente embriagada de maria rita kehl. amig@s estou numa roda-viva, sem nenhum tempo, mas assim que possível, visitá-los-ei, como dantes.

crossroad - tracy chapman

49 comentários:

  1. Não se podem fazer pactos com o Tempo... ele não cumpre nenhum!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois não é verdade, Manel? Será que alguém sabe?

      Obrigada, amigo, pela presença sempre querida, e eu vou atualizando as leituras como posso.

      Beijão!

      ;)

      Excluir
  2. Olá, boa tarde
    Quando ouço ou leio alguma coisa que me é estranha procuro informar-me..
    Assim aconteceu com Maria Rita Kehl. Desconhecia-a por completo.
    O que consegui averiguar foi suficiente para aguçar a minha curiosidade para saber mais.
    É o que tentarei.

    Quanto ao tempo... às vezes dava muito jeito que parasse, sem ser no relógio com falta de pilha :) mas a verdade é que é só mesmo nessas condições que ele fica suspenso.

    Beijinhos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Qualquer coisa que eu diga sobre a Maria Rita Kehl, ainda é pouco, Mariazita. E fico feliz que ficaste com a curiosidade aguçada. Tanto quanto sua presença aqui, eu ando tão sem tempo, e isso me deixa triste, porque acabo me ausentando dos meus blogues preferidos.
      Obrigada por sua presença aqui no Canto, viu?

      Um beijão!

      ;)

      Excluir
  3. OLÁ, Canto da Boca

    Não há problema, minha amiga. Eu sei como é, nem sempre os afazeres nos deixam dedicar aos nossos blogs o tempo que desejaríamos.Virei visitar-te sempre que possa. Tenho sempre muito gosto em andar por aqui, lendo, bisbilhotando... :)

    O teu poema diz-nos grandes verdades. Realmente, o tempo só pára no relógio, fruto de convenções. Mas, na verdade, ele segue o seu percurso indiferente a tudo. Eu tenho um relógio no hall da minha casa que está parado há algum tempo- pilhas não lhe faltam- em 1h05. Por isso, duas vezes em 24horas ele está certo... :)

    Beijos

    Olinda

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Minha tão querida amiga Olinda, como gosto de tê-la também aqui no Canto, sua presença é sempre uma alegria imensa!

      Infelizmente não tenho podido estar nos blogues que gosto de ler, mas sempre que tenho um tempinho tou visitando...

      Tanto o seu relógio quanto o meu, tem acertado as horas duas vezes, rs. Em breve ele estará funcionando a contento, como o meu tempo.

      Um beijo grande para ti!

      ;)

      Excluir
  4. Adoro a música, a Voz desta Mulher: Tracy Chapman.

    :)

    Bj

    ResponderExcluir
  5. horas requentadas - as dos relógios na cozinha. sempre...

    beijo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Horas, que passam... Ainda que os relógios teimem em pará-las.

      Obrigada pela presença.

      Beijo!

      ;)

      Excluir
  6. Santa Boca,

    Volto de um tempo perdido
    Longe deste mundo irreal
    Que só faz sentido através da tela do computador.
    Haverá vida real neste universo virtual?
    Não sei dizer, não tenho explicação.
    Sei apenas que o meu relógio voltou a funcionar.

    Abraços,

    Dimas

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ainda bem, não é Dimas, mesmo com as perdas, eis que surges, das cinzas das horas paradas. rs

      Abraços, e obrigada pela presença, sempre!

      ;)

      Excluir
  7. Por vezes é preciso parar

    para ver como se ama - se anda

    se desanda

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim. E parece que tudo anda a desabar...

      Obrigada, Eufrázio. Você aqui é alegria.

      Excluir
  8. Você tem a característica mais marcante num poeta: a de arrancar de uma cena cotidiana um detalhe que ninguém enxergou e compará-la com uma emotiva lembrança!

    Sempre que venho aqui, tenho boa leitura!

    Parabéns, prezada amiga!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigada, Marcell, seu olhar é sempre minucioso sobre a minha escrita.

      Obrigada por estares aqui, um abraço!

      ;)

      Excluir
  9. Belíssima a citação

    bem ilustrada, como instantâneo fragmento do tempo,
    em teus versos

    Bjo.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. A Maria Ritaé uma leitura indelével, sugiroa quem queira.

      Obrigada pela presença querida, Filipe.

      Beijo!

      ;)

      Excluir
  10. CB,

    Adorei este poema: a sua mensagem é super deep, que nos remete para o velho debate acerca da ilusão do tempo.

    O tempo (para além de ilusório) também pode ser dicotómico: uma efemeridade e uma eternidade (dependendo das circunstâncias).

    É um tema complexo mas lindo!

    Beijos e estou com saudades

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Melhor interferência impossível, Max!

      Beijão, querida, obrigada pela presença, pela paciência e pelo carinho. E eu vou tentando (dentro do meu tempo possível)as minhas atualizações. Saudades!

      ;)

      Excluir
  11. Aah... Pequenos êxtases... "visitá-los-ei, como dantes", um poema aparentemente singelo, porém profundo e imagético... Enquanto fico a pensar nos tantos relógios da casa, uns sem pilhas, outros, eu, sem tempo de os levar para serem consertados... Enquanto isso tudo ocorre, o tempo não pára, não é mesmo, minha cara?! Abração! Organize-se e dê as caras!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não, não pára!

      E sempre lembro de Proust no seu,
      "À la recherche du temps perdu", e nossa incessante e incansável(?)busca de um mecanismo para retardá-lo, retrocedê-lo, ou até mesmo congrelá-lo, nos momentos que nos favorecessem...

      Obrigada pela presença amiga, e pela paciência, Dil, prazer ter você aqui.

      Abração e tou tentando!

      ;)

      Excluir
  12. Esse relógio esta com hora certa duas vezes por dia.
    As corridas são inimigas do tempo, leve a vida com calma.
    Abraço

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sim, Manuel, em dois momentos, esse tempo está de acordo com o marcado nos ponteiros.

      Obrigada pela presença!

      Abraço!

      ;)

      Excluir
  13. um relógio parado marca mais vezes a hora certa do que um relógio que atrasa um segundo por dia. quem fica parado acaba que o tempo chega nele, o que corre acaba nunca sendo alcançado.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Bela reflexão, Benno. Ainda que nada se faça, o tempo acaba por chegar.

      Beijo, obrigada pela sua presença sempre querida no Canto!

      ;)

      Excluir
  14. O melhor tempo é o do relógio da cozinha

    se não tiver pilha

    ResponderExcluir
  15. Tempo, tempo, tempo,tempo, faço um acordo contigo, já dizia Caetano Veloso.
    Amiga, sou inimiga de relógios, parece-me mais importante seguir o ritmo do nosso tempo interior.
    Que bom estar numa roda-viva! Que presente da própria vida!
    Beijos, Boquita!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu até gostaria de ter essa liberdade, mas no futuro, o tempo, esse "senhor tão bonito", permita?

      Querida Vanuza, eita que espero poder voltar a visitar meus amigos (blogueiros), com a mesma frequência de antes.

      Deixo um beijo grande, um obrigada, desejos de você feliz, sempre, e uma promessade retorno logo que possível!


      ;)

      Excluir
  16. Oi,menina embriagada,docemente embriagada!

    Ando sem pilha para aproveitar-me do tempo no melhor que poderia fazê-lo,sentir esta Boca!

    E venho para deixar-lhe uma poesia,tão ao gosto seu,creio eu,fruto de um talento lusitano.Acho que você conhece o poeta.Vai com o carinho,o apreço e a saudade de quem some,mas aparece.

    A TUA BOCA

    "A tua boca. A tua boca.
    Oh, também a tua boca.
    Um túnel para a minha noite.
    Um poço para a minha sede.

    Os fios dormentes de água
    que a tua língua solta num grito cor-de-rosa
    e a minha língua sorve e canta
    e os meus dentes mordem derramando a seiva
    da tua primavera sem palavras
    o poema inquieto e livre que a tua boca oferece
    à minha boca.

    As loucas bebedeiras de ternura
    por essa viagem até ao sangue.
    Os beijos como fogueiras.
    As línguas como rosas.

    Oh, a tua boca para a minha boca."

    (Joaquim Pessoa, in 'Os Olhos de Isa')

    Beijos carinhosos,moça bonita e sensível,dona de um canto que é um encanto.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. (Não quero dizer nada, apenas sentir a força do seu carinho, Amarísio, cativa que sou de vocês, e meu beijo!)

      Excluir
  17. Todos andamos numa roda-viva, por mim tb falo.
    Muito bonito este post, mas nós não podemos parar no tempo, os relógios são secundários... quem faz o nosso tempo somos nós!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ainda que poético, fazemos o tempo, não é mesmo Rui? Que bom seria se pudesse ser assim em todas as dimensões da nossa vida, se as responsabilidades e os compromissos profissionais não exigissem de nós o tempo deles?

      Obrigada pela presença no Canto, é sempre um prazer ter você aqui.

      ;)

      Excluir
  18. Ah, Val, essa história de tempo... Talvez a única coisa relativa, como diria Einstein. Presente, passado, futuro...faces de um mesmo veículo, destino, instrumento, criação. Quem sabe dizer?

    Peço licença para deixar aqui algo curtinho, breve que escrevi há um tempo atrás. Este teu poema me fez lembrar dele.
    Beijão.
    Magna

    Aí vai:

    FUTURO

    Futuro é acordar
    De manhãzinha
    E ver as sombras
    Mudando de lugar ao longo do dia

    Magna Santos

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu ando tão perdida dentro do tempo, Magna, que é como se eu não tivesse passado, nem futuro, só esse presente que me engole...

      Mas quem sabe dizer de tempo? Tu sabes e lindamente!

      Beijão, saudade!

      ;)

      Excluir
  19. era bom se o tempo parasse em mais sítios do que apenas no relógio, não era ? :)

    Beijo grande CB! **

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Era, eu acho que era sim, rs...

      Beijinhos, J., obrigada por estares aqui, eu ando tão em falta com minhas leituras preferidas...

      ;)

      Excluir
  20. Só para te comunicar, sou um grande colecionador de relógios !

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olha que coleção bacana, assim nunca correrás o risco que eu, Jotinha!

      Obrigada pela presença, querido, beijinhos para ti!

      ;)

      Excluir
  21. o tempo é um relógio e anda sempre, nunca para,como o teu relógio da cozinha.

    sinto a tua falta.

    bom fim de semana!

    beij

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O tempo na maioria das vezes é implacável conosco, com os nossos sonhos, não é Pi?

      Beijos, querida, obrigada por estares aqui, eu estou tentando atualizar as minhas leituras...

      ;)

      Excluir
  22. Sei que a falta de tempo é por algo que deixa vc feliz, então tá valendo a mesma hora de sempre.

    Bj, Branca, e a minha saudade é todo tempo

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada, querido, bom saber que existem pessoas que vibram e ficam felizes com a nossa felicidade!

      Beijo!

      ;)

      Excluir
  23. Pelo visto, Cris, vamos ficar só no campo da imaginação mesmo, o que será que seria, boa indagação a sua.

    Obrigada por estares aqui, saudades também, e estou me organizando com o tempo, pra poder ter tempo de visitar os amigos queridos!

    Beijão!

    ;)

    ResponderExcluir
  24. Hum... confesso a falta do tic-tac tic-tac tic-tac...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ai, mana, hoje o som que mais me encanta e emociona é o do silêncio, rs

      Beijão, e vi que estás com novos textos, assim que possível, vou lá!

      Adoro lhe ver aqui no Canto!

      Excluir

Prazer tê-lo/a no Canto, obrigada pela delicadeza de dispor do seu tempo lendo-me. Seja bem-vindo/a!

b17

Os cães não ladraram  os anjos adormeceram  a lua se escondeu. Dina Salústio em   Apanhar é ruim demais imagem colhida na internet, d...