quarta-feira, 9 de maio de 2007

Uma estranha no espelho...


Quem é essa estranha que me olha no espelho
Com escárnio e provocação?
Despudoradamente a falar que o tempo é igual
Ou quase igual para todas
Quanta verdade nisso há?
Quem é essa estranha que me recorda as linhas suaves
Onde hoje sulcos profundos descaracterizam seus sonhos?
Esse brilho fosco nos olhos não estava neles ontem...
Como vieram parar aqui?
Quem é essa estranha que balbucia entrecortadamente palavras desconexas
Que som inaudível é esse que sai da sua boca?
Que vinco de tristeza é esse instalado em seu olhar?
Seu rosto ovalado
Seus olhos ameríndios
Onde está a esperança esculpida outrora
Em seu mongólico rosto?
Onde estão suas vestes de “Ana de Áustria” ?
Um semblante de Maria I,
A Louca
Ocupa toda a dimensão do espelho.
Tempo, esse implacável senhor das horas
Não há quem o burle...
Nem Max,
Nem Pitanguy...

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