segunda-feira, 21 de maio de 2007

O Jorro...


Esse aperto na garganta
Na alma
Esse torpor
Essa dor
A lágrima
Amarga
Silenciosa que banha a face
Umedecendo a sequidão
Da minha boca
Engolir soluços
Mãos trêmulas frias vazias
Essa dilaceração no peito
O sangue
O jorro
O esvaziamento
A impotência
Sou prisioneira dos meus sonhos
Que não passam do primeiro portal da gaiola imaginária que me prende
Um emparedamento dos sentidos
Sempre os mesmos ritos
Sempre os mesmos gestos
Sou:
Um frasco vazio sem essência sem o pó
Um resseco pedaço da praia onde o mar não molha
Quero sair de mim mesma
Um zumbido pra nunca ser lembrado
Desmemória
Extenso desânimo
Frio pungente
Corte lâmina ferida aberta cataclisma perdição
Diante de mim um abismo infindo
Circunda-me o cansaço solidão
Já não me acho naquela que sempre sou...


P.S
Escutando 'Solitude' com a Nina Simone, pela zilionésima vez....

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