quarta-feira, 9 de maio de 2007

Nessa hora tão íntima de nós dois...


Teu olhar perscrutador desalinha-me o cabelo
As vestes
A alma
Toca-me fundo
Eu
Num gesto amoroso
Mole
Recebo-te
Sou quantas em mim mesma?
Nessa hora
Nessa tão íntima hora de nós dois
Detecto-me duas:
A sempre visível para mundo
E a visível apenas para ti
Onde desalinhar cabelos
Vestes e lençóis
São segredos revelados apenas a um homem:
Você!
Que me viu além:
Além-verbo
Além-persona
Além-corpo
Além-prosa
E muita poesia...
Que me bebeu:
Além-palavras
Além-boca
Além-mar

Nessa tão íntima hora de nós dois
Afasto-me
E tu me espreitas
Deitada em nosso leito
Sempre cheio de nós dois
Meus cabelos em desordem
Minhas vestes no chão
Exposta estou,
“Tu és a minha maior alegria”
Dizes...
Tu és meu inegável grande prazer
Digo...
Tenta desvendar-me o sorriso
A porta real dos mistérios meus
Encerra-me num beijo delicado e terno
Interposto entre o real e o imaginário
Fecho os olhos e vejo teu olhar de admiração
Curvado de desejo sobre meu pálido e esquálido corpo
Deixando em cada novo encontro uma composição
Intransitória em nós dois...

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